ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM FRATURA DE FÊMUR
DOI:
https://doi.org/10.9789/2175-5361.2010.v0i0.%25pPalavras-chave:
Enfermagem, Cuidados de enfermagem, Fratura de fêmurResumo
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM FRATURA DE FÊMUR
Descritores: Enfermagem, Cuidados de enfermagem, Fraturas ósseas.
INTRODUÇÃO: Fratura é uma ruptura na continuidade do osso, ocorrendo quando a força aplicada sobre o osso é maior que a força que ele consegue suportar. As fraturas de fêmur são fraturas graves e geralmente resultam de um trauma externo direto, porém também pode ocorrer em conseqüência de alguma deformidade óssea ou patologias (SMELTZER E BARE, 2005). Devido o aumento de pacientes com fratura em fêmur, principalmente por trauma, compreendemos que quanto maior forem as informações pertinentes à fratura e tratamento, melhor será o cuidado prestado pelo enfermeiro.
OBJETIVOS: Apontar os comprometimentos fisiológicos advindos desta patologia; e Listar os cuidados de enfermagem direcionados ao paciente com fratura de fêmur, demonstrando assim a importância da participação do enfermeiro no planejamento assistencial.
METODOLOGIA : Trata-se de uma revisão bibliográfica, com busca em livros e artigos científicos nos idiomas português e inglês relacionados ao tema. Para os artigos, os critérios de inclusão foram: textos completos disponíveis na internet relacionado ao cuidado de enfermagem e/ou fratura fêmur. Foram utilizados os seguintes descritores: Fraturas ósseas, Enfermagem, Cuidados de enfermagem.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: Os estudos revelaram a presença do enfermeiro como elemento agregador de valor participante do cuidado desde o diagnóstico da fratura até a alta terapêutica. Quando o osso é quebrado, as estruturas adjacentes também são afetadas, resultando em edema de tecidos moles, hemorragia para dentro dos músculos e articulações, luxações articulares, tendões rompidos, nervos lacerados e vasos sanguíneos lesados. Assim, as principais queixas são: dor, incapacidade de mexer o membro e deformidade, embora possa variar de acordo com a localização e o tipo de fratura. O fêmur é um osso longo de forma tubular que articula-se ao nível do quadril com o osso ilíaco e se estende até o joelho articulando-se com a patela, a tíbia e a fíbula. Em sua epífise superior podemos observar a cabeça do fêmur, de forma esférica, o colo e duas eminências, os trocânteres maior e menor, para inserções musculares. A diáfise femural é longa, resistente, ligeiramente curva e retorcida sobre o seu eixo, é constituída por osso compacto e apresenta um canal medular no seu interior. Na epífise inferior encontramos as superfícies articulares que formam o joelho: tróclea do fêmur, epicôndilo lateral e medial, côndilo medial e lateral, fossa intercondilar e face patelar (HERBERT, 2008). O fêmur é bastante vascularizado e participa da locomoção e sustentação do corpo. Está envolto por grandes massas musculares, dificultando sua exposição óssea em caso de fratura, porém, quando ela ocorre, está sempre associada à lesão de partes moles, especialmente músculos. O conhecimento do tipo de fratura de fêmur e sua causa são importantes para a escolha do tratamento e manuseio do corpo, visando uma recuperação rápida e eficiente do paciente. Existem diferentes tipos de fraturas que podem acometer o fêmur, onde destacamos as mais comuns: fratura de cabeça do fêmur, colo de fêmur, diáfise femural, fratura transtrocantérica e fratura subtrocantérica (AAOS/SBOT, 2000). O tratamento pode ser conservador através de redução fechada, imobilização por gesso e tração esquelética, ou cirúrgico através de osteossíntese, fixação externa, fixação interna com haste intramedular, fixação por placa, artroplastia parcial e artroplastia total. As complicações podem ser precoces ou tardias. As complicações precoces incluem choque, síndrome compartimental, tromboembolia, coagulopatia intravascular disseminada e infecção. Já as complicações tardias compreendem união tardia, não união, necrose avascular, reação dos aparelhos de fixação interna, osteoartrose, distrofia simpática reflexa e ossificação heterotrófica (AAOS/SBOT, 2000). O enfermeiro como parte da equipe de saúde tem papel fundamental no processo de cuidado. Ao avaliar cada o estado clínico, físico e a história do trauma que ocasionou a fratura no fêmur e suas complexidades, o enfermeiro faz seu diagnóstico de enfermagem (DE) e prescreve os cuidados de enfermagem (CE) descritos a seguir: (DE1) Dor relacionada à fratura: (CE) Posicionar o membro de maneira adequada, imobilizar o osso fraturado, elevar o membro (se possível), avaliar sinais de infecção; (DE2) Mobilidade física prejudicada relacionada a dor: (CE2) Elevar e/ou apoiar adequadamente o membro, manter o membro em posicionamento correto; (DE3): Risco para Hemorragia: (CE3) Monitorizar sinais vitais, Avaliar sinais de choque; (DE4): Integridade cutânea comprometida; (CE4) Realizar curativos, Avaliar pontos de compressão (escápulas, região sacra, região poplítea, panturrilha e calcanhar), Manter lençóis sempre secos e esticados, Reposicionar sempre que possível o cliente, Usar aparelhos de proteção pra aliviar compressão em proeminências ósseas; (DE5): Risco para disfunção neurovascular periférica, relacionada ao retorno venoso comprometido; (CE5): Avaliar frequentemente o estado neurovascular, Elevar o membro, Retirar fatores que podem estar comprimindo o sistema venoso (faixas, bandagens, torniquete), Avaliar dor na flexão passiva do pé, Avaliar sensações, dormências e mobilidade dos pés e artelos; (DE6): Risco para infecção; (CE6): Avaliar a presença de sinais flogísticos, Monitorizar temperatura e sinais de infecção, Realizar procedimentos utilizando técnica asséptica; (DE7): Ansiedade relacionado ao estado de saúde e tratamento; (CE7): Explicar cada cuidado a ser prestado, Encoraja-lo a participar do seu cuidado; (DE8): Risco para o descontrole emocional; (CE8): Permitir que o paciente expresse sua angustia e medo, Dar apoio emocional; (DE9): Padrão de lazer ineficaz relacionado a dor e imobilidade, (CE10): Incentivar a realização de atividades lúdicas conforme suas possibilidades.
CONCLUSÃO: Deste modo, concluímos que a enfermagem tem um papel importante em todos os períodos do tratamento pois o enfermeiro é o profissional que está mais próximo do cliente e deve ter um olhar apurado para identificar qualquer risco ou complicação precocemente. Deste modo, concluímos que obter conhecimentos e utilizá-los em intervenções corretas é parte da responsabilidade da equipe de enfermagem, que deve manter-se sempre atualizada para que haja uma atuação mais eficaz no cuidado do cliente, visando a diminuição dos riscos, complicações e morte.
REFERÊNCIAS:
HEBERT, Sizinio; XAVIER, Renato. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e Prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 4ºed. 2008.
AAOS (AMERICAN ACADEMY OF ORTHOPAEDIC SURGEONS)/SBOT. Atualização em Conhecimentos ortopédicos– Trauma. Editora Atheneu, 2000
Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2007-2008 Organizado por North American Association; trad. Cristina Correia -Porto Alegre: Artmed, 2009.
GONZALEZ, VINÍCIUS LEITE ET AL. Diagnóstico e manejo das lesões ortopédicas em pacientes politraumatizados. Rev HCPA 2009; 29(2): 153–160. Disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/2984/5806 Acessado em: 25/06/10
SMELTZER S.C., BARE,B.G. BRUNNER & SUDDARTH - Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 10ºedição, Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2005.
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