Nirvana Marinho
(PUC/SP)
Resumo
A
partir de dois trabalhos cênicos, este artigo propõe um encontro conceitual e
artístico com o artista Wagner Schwartz, a fim de examinar um corpo cênico transobjeto
de si mesmo que perfaz uma angústia do mundo contemporâneo no qual a dança,
definitivamente, se inscreve.
Palavras-chaves |
políticas do corpo |
dança contemporânea |
transobjeto | Wagner Schwartz
Abstract
This article proposes a conceptual
and artistic meeting with Wagner Schwartz through two of his works, examining
the body, which is proposed on stage as a transobjeto
of itself: a body that reflects the anguish of the contemporary world in which
dance definitely inscribes itself.
Keywords | politics of
the body |
contemporary dance | transobjeto | Wagner Schwartz
O espetáculo “wagner ribot pina miranda xavier le schwartz
transobjeto” (2004) de Wagner Schwartz apontou para um modo de fazer e
entender dança contemporânea que se reitera em Piranha: Dramaturgia da Migração (2010), ambos selecionados no
Programa Rumos Dança Itaú Cultural, o que já revela um recorte conceitual sobre
qual dança estamos refletindo aqui. A partir desse re-encontro com o artista,
suas obras coreográficas que estendem essa atribuição – coreografia – para
novos espaços da performance e com o olhar da dança na atualidade, é que este artigo
se constrói. Encontro que gera angústia. Angústia que gera arte.
Wagner Schwartz é nascido em
1972 na cidade de Volta Redonda (RJ), migrado de lá com 19 anos, crescido em
Uberlândia onde viveu por 10 anos e hoje está entre São Paulo e Paris. Vida e
arte se mesclam, contam uma à outra um pouco dos interesses e práticas do
artista; assim como identidade e o lugar no qual a fazemos se misturam
constantemente, quase se confundem. Desde Transobjeto
(título resumido referente à “wagner ribot pina miranda xavier le schwartz
transobjeto”), o artista sinaliza uma prática artística que só é possível
imerso em autores, filósofos, pesquisadores, reunidos em um baú de referências
por angústias semelhantes de habitar o universo contemporâneo de conceitos, mas
também de vida nua. Aponta assim uma
preocupação estética, uma certa configuração cênica da dança, mas também, e talvez
cada vez mais importante, uma maneira de atuar no mundo, como artista, fazendo
sentido do que vida e arte recontam sobre nós mesmos. “Aquilo de que somos
feitos” (2000) de Lia Rodrigues nos lembra disso.
Este artigo é um reencontro,
uma homenagem a uma amizade, uma admiração, uma explosão silenciosa (isso só
seria possível em arte mesmo) de empatia. Em forma de diálogo imaginado, de
encontro desejado, o artigo replica a tática de encontrar teoria e prática,
fora e dentro, sabendo que, com tais fronteiras cada vez mais borradas,
identidade vem sendo uma prática política de se situar no mundo através do
outro, sempre com certa leveza.
Agamben (2004, 2009) e
Rancière (1996, 2005, 2009) são os dois pensadores aqui reunidos a fim de
pensar, sob o fundamento da biopolítica, como os corpos cênicos fazem seu
habitat no mundo contemporâneo. A inscrição emergente desse corpo é uma espécie
de avatar da angústia: da fragmentação, da migração, da colonização disfarçada
que, por sua vez, evidencia políticas do corpo, ou sobre ele. Do homo sacer ao começo da política, do que
é contemporâneo ao inconsciente estético; tais pressupostos levam-nos a
considerar o corpo político como natureza contemporânea imanente.
Nossas questões de frente
convergem na ideia de identidade, uma vez que ela não se centraliza na figura
do sujeito moderno, nem tampouco na sujeição (resistência dura) dos autores que
alertam sobre uma nova ordem deste mesmo mundo moderno. Há de se rever um
sujeito-objeto no mundo que possa propor, inclusive, como e porque teoria e
prática e fora e dentro não podem ser lidos como momentos distintos e
definidos. Aqui, por hora, dialogamos com a concepção de um corpo transobjeto
para situar o corpo cênico: do universo de ideias políticas que definem e
recriam a cena da dança, refletimos o enquadramento estético e político
emergente da criação artística contemporânea, tal como está em dois dos
trabalhos do artista Wagner Schwartz e de alguns outros artistas da dança
contemporânea.
Wagner Schwartz – Arte e Vida
“A ideia é re-fazer as ordens. […] Criar
argumentos de resistência em relação ao mercado - principalmente o
artístico. As transações artísticas são as mais racistas que conheço.”1 Wagner é um artista que, em dança, se
destaca por um interesse veemente em se reler na realidade, re-jogar com a
política dominante e reconhecer, ativamente e não passivamente, do que se trata
fazer arte, dança no Brasil. Quais autores, livros, pessoas, contextos podem
espelhar angústias, preocupações, perguntas que se refazem constantemente ao
situar suas obras em cena? Uma espécie de recontextualização é sempre
necessária quando falamos de um artista preocupado em se situar na realidade,
não menos nem minimamente distante dela. Já um primeiro indício de angústia,
vivida por qualquer um imerso no mundo contemporâneo.
Quer fosse em Transobjeto ou
em Piranha, no Brasil ou na Alemanha
ou na França, em cena seria possível reconhecer uma postura de artista distinta
do habitual, sobretudo em dança. Há mais de duas décadas, a dança contemporânea
reconhece um novo lugar2
no qual a política do fazer é a natureza de como fazer e do que dizer. Não há
outra saída.
Essa aproximação de vida e arte é particular, pois não é a partir da
vida, nem espelhando a vida porque, de partida, não se admite tal separação.
Não haveria outra forma de fazer arte que não fosse situada na vida, na
realidade, no momento presente. A relação com as artes da performance não são
mais pretexto, mas inerentes ao modo pelo qual o corpo se organiza em cena. Os
procedimentos de criação não são mais postulados por regras fortuitas, nem
ditados pela moda; a relação com o que se cobra ser “novo” não é mais uma
exigência dada como normal. A obra, tomada pelo artista – vice-versa, já que
falamos de arte-vida – é dada em sua incompletude, aspecto tal que não é só da
ordem do processo de criação nem só com intuito para abrir a obra ao
espectador, mas é da natureza do como dizer o que se quer dizer. Fragmentado,
oscilante, quebrado, tenso, como a segunda parte de Piranha.
Agamben3 - gesto político
Agambem (2000) escreveu em um artigo no
periódico Theory Out of Bounds que “o político é a esfera do puro significado, ou
seja, da absoluta e completa gestualidade dos seres humanos”. Ele parte do
teórico grego Varro4,
que inscreve o gesto na esfera da ação e separa claramente o que seria a ação e
o fazer. Sua distinção deriva de Aristóteles, para o qual a produção (poiesis) tinha um fim em si mesmo, mas a
ação (praxis) é uma ação com
propósito, com uma finalidade. No entanto, Varro sugere um terceiro tipo de
ação que é:
se
produzir é um meio em vista de um fim e a prática é um fim sem meios, o gesto
então quebra com esta falsa alternativa entre fins e meios que paralisa a
moralidade e apresenta, ao invés disso, os meios que, tais como, evadem a órbita
da medialidade sem tornar, por esta razão, um fim (AGAMBEN, 2000: p.57)5.
Está criado o campo fértil para uma ação com propósito
ético e político, segundo a análise de Agamben. Não se trata da compreensão do
gesto encapsulado na esfera do significado, um endereço último, nem tampouco a
esfera do gesto como um movimento que tem um fim em si mesmo. O gesto é, de
fato, para Agamben, “a exibição de uma mediação: é o processo que faz um
significado visível como tal” (AGAMBEN, 2000: p.58).
É nessa mediação que se dá a abertura de um processo como Piranha, que tem gestos nus, diria Wagner e Agambem,
(quebrados, duros, dolorosos) na 2a parte – se é que é possível
assim nomear – e, em seu prólogo, um texto atravessado de impressões do mundo contemporâneo,
um texto político; uma nudez explícita, afirma o coreógrafo.
Ainda para Agamben, no ensaio O
que é contemporâneo? poesia é um ato de retorno, “um gesto impossível para
quem tem o dorso quebrado e quer virar-se para trás, contemplar as próprias
pegadas e, desse modo, mostra o seu rosto demente” (2009: p.62). Ainda na tese
de que o gesto flagra uma política de estar, a poesia admite um lugar de
adiamento, retenção, sem ilusão de que se vale buscar a origem. Fala o autor:
“é um caminhar, mas não é um simples marchar para frente, é um passo suspenso”.
Suspensão, retenção, incompletude, “um olhar não vivido no que é vivido, tal
como a vida do contemporâneo” (AGAMBEN, 2009: p.19).
O autor situa o ser contemporâneo como aquele que toma uma posição
diante do presente: intempestivo, como identificou Nietzsche em anotações sobre
Roland Barthes. Posição essa que é uma desconexão, uma distância pois, no
anacronismo, está no tempo mas ao mesmo tempo distante dele, porque, assim, “é
capaz, mais do que os outros, de perceber e apreender o seu tempo” (AGAMBEN,
2009: p.59). Adere a seu tempo, mas também se dissocia dele. Embora a natureza
do ser contemporâneo seja uma espécie de fratura, como ver na obscuridade,
sabe-se que isso lhe concerne e não cessa de interpelá-lo. A fratura e a
obscuridade afirmam certa impossibilidade, sendo sempre um tempo do “ainda
cedo”, mas também do “muito tarde”, do “já” e do “ainda”. “Atroz...”, como
diria Vera Mantero, em seu célebre solo, “uma misteriosa Coisa, disse o e.e.
cummings*” (1995).
Sobre tal desenho do mundo contemporâneo, inscreve-se um corpo. Em
“Homo sacer” (2002), Agamben estabelece, de maneira igualmente complexa, a
relação entre a vida (zoe) e as formas de vida (bio), tornando a vida
qualificada, social, uma vida nua inserida na relação inerente de poder. Tal
relação se pauta por uma indistinção entre zoe e bio, uma vez que
politicamente, trata-se da dupla exceção na qual a vida se torna sacrificável,
matável, ainda que sagrada. É na forma do direito que Agamben define uma
biopolítica que se representa no corpo contemporâneo em formas estéticas cada
vez mais subescritas nesse contexto.
No paradoxo e no anacronismo, o corpo está. E é entendendo política
desse modo que olhamos para o trabalho de coreógrafos como Wagner Schwartz.
Transobjeto
Este espetáculo de Wagner Schwartz (2004) estreou em março de 2004 no
Programa Rumos do Itaú Cultural, em São Paulo, mas suas formas de debate
estético e político trazem mais artistas consigo: Hélio Oiticica, Lygia Clark,
Caetano Veloso, Carmem Miranda de um lado e Pina Bausch, Xavier le Roy e La
Ribot, de outro. Fronteira borrada entre nacional e estrangeiro, entre teoria e
prática, entre vida e cena. A pergunta era, e permanece: como antropofagizamos nomes, eventos,
história e estética no corpo? São nomes de artistas e coreógrafos importantes
que exerceram um tipo de contaminação. Contaminados pelo outro, o corpo negocia
e distingue estas fronteiras? Como as re-significa? Como se define sua borda,
sua identidade?
O coreógrafo, interessado em questões da cena que possam discutir uma dimensão política do corpo, explica no projeto: “A obra, dividida em quatro instâncias, apresenta estruturas de objetos/signos apropriados, ressemantizados antropofagicamente em outras identidades”. E mais adiante: “As interferências brasileiras apresentadas nas quatro Instâncias, no decorrer da obra, contêm relação com o modernismo no Brasil e, por percurso, a Antropofagia, o Concretismo, o Neoconcretismo e a Tropicália.”6 As instâncias são 1a. transobjeto – introdução, 2a. um bicho, 3a. genuflexório e 4a. o monumento, e funcionam como cenas, partes do espetáculo/performance.
O corpo faz-se um objeto atravessado ou transverso. Não há borda impedidora de antropofagia. Não há fronteira que defina alfândegas de saberes colonizados. “Transobjeto” foi uma ousadia em tempos de colonização estética silenciada, ainda permanente em guetos legitimadores, que nos faz, ainda, refletir sobre o estado do corpo contemporâneo, em tempos de estética e política.
Trata-se, cada vez mais, de reconhecer o que de contemporâneo urge no artista da dança, ou do corpo. Nele, uma política de fronteiras que redefinem identidade. Nada menos esperado do que situar-se no lugar do contemporâneo que, segundo Agamben, na obscuridade pode ser visualizado ou se perceber em dupla exceção. Estética e política, mais adiante argumentadas sob viés de Rancière, forçam tal exceção. Inevitável se torna fazer presente um conflito de natureza identitária, mas tão igualmente social.
Voltando à cena, dança e performance se reencontram. Um novo contexto, uma estratégia artística, acima de tudo uma afirmação política O que é central à performance é sua condição de se apresentar, de ser no momento presente em cena. Um presente dilatado pela história. A maneira que Schwartz faz isso é com citações históricas e um entrelaçamento destes artistas com sua própria identidade. Dizendo de outra forma, os fatos e artistas existem por si só, desenham uma história na arte brasileira, e o mesmo acontece com a carreira do coreógrafo. Com um propósito político de deter o olhar do outro, de comprometer sua interpretação e de expor um escopo sobre o qual as questões pairam, o coreógrafo antropofagiza sua história.
Temos, em comum, um tipo de compromisso ao exibir o corpo propositivo de um debate. Como o outro se comporta? Quais são as referências que estão em xeque? Como uma ação é transformada pelo olhar crítico do outro? O que aparece é o corpo, movimentos, a pedra de Lygia Clark, o parangolé de Hélio Oiticica, o vestido vermelho de Pina Bausch, enfim, imagens performadas para questionar nossa antropofagia, nosso lugar de dupla exceção.
Rancière –
enquadramento estético e político
Com
a A partilha do sensível (2005), Rancière
faz de estética e política um binômio7
conceitual forte e presente no fazer do mundo contemporâneo. Estética e
política, para Rancière, são baseadas na conexão entre modos de discurso,
formas de vida, ideias do pensamento e figuras da comunidade, com o intuito de
traçar o que ele define como “partilha do sensível”:
Denomino
partilha do sensível o sistema de evidências sensíveis que revela, ao mesmo
tempo, a existência de um comum e dos recortes que nele definem lugares e
partes respectivas. Essa repartição das partes e dos lugares se funda numa
partilha de espaços, tempos e tipos de atividades que determina propriamente a
maneira como um comum se presta à participação e como uns e outros tomam parte
nessa partilha (RANCIÈRE, 2005: p.15).
A
qualidade do estético é uma decisão de partilha, do comum, do outro, e não
somente do ponto de vista centralizado no artista ou na obra. O conjunto de
práticas se contextualiza na comunidade, na qual é possível apontar para um
jogo do que se vê e do que se pode dizer sobre o que é visto.
Rancière apresenta
três regimes de identificação sobre as artes. O primeiro é chamado de regime
ético das imagens; o segundo, regime poético ou representativo, se baseia no
par poiesis/mimésis. E o terceiro, propriamente estético, é o que singulariza
os produtos, “a potência de um pensamento que se tornou ele próprio estranho a
si mesmo” (2005: p.32). Há um contínuo entre os regimes, conectados entre si,
imagem, ética, visibilidade e política.
Neste contexto, em Inconsciente estético, Rancière chama
atenção para o pensamento estético que, estranho a si mesmo, é ação que se
impõe a uma matéria passiva. Como a metáfora de Édipo, reconstrói o pensamento
estético como forma de ação dramática, onde o conflito é quando se sabe e não
se sabe, age e se padece. E “é precisamente através dessa identidade de
contrários que a revolução estética define o próprio da arte”, diz Rancière (2009: p.27). Ao tornar manifesto, vive a
ambiguidade de se procurar e se perder. Assim o filósofo descreve o pensamento
inconsciente estético.
Assim, nos sentimos
situados no corpo cênico em tempos contemporâneos. O inconsciente de que fala o
autor nos faz repensar uma identidade paradoxal, à flor da pele ou mesmo do
osso.
Falar do que eu vejo ou do que o
outro me fala.
Falar do que unicamente pode ser
falado:
– E se não há espaço o
suficiente para a atração, meu amor,
É porque ela se foi.
Ela também flutua.
O que só pode ser falado e não é
visível?
Fulano disse: há a morte.
Beltrano disse: há o amor.
Sicrano disse: há a preguiça.
O que não pode ser falado é o
limite da palavra: o silêncio.
Tomar por objeto os próprios
limites (WAGNER SCHWARTZ, 2010).9
O coreógrafo, quase
ao fim do longo texto que foi antecedido por curiosos quinze minutos de espera
proposital da obra, assim descreve a parte VII:
Não existe uma ordem relevante entre o começo e o fim
de uma cartografia de deslocamentos. Essa forma de imprimir as escolhas no
mundo articula o movimento do corpo em uma ação contínua, em direção ao
conhecimento que é sempre inacabado.
Os fenômenos normativos têm a extensão do mercado,
entretanto certas coisas que nascem e que ganham seu sentido entre as
formalidades têm a extensão da experiência que pode se transformar em objetos
artísticos, coreográficos ou figuras de qualquer outra área do conhecimento
(WAGNER SCHWARTZ, 2010).
Ao longo da escrita
deste artigo, tive a colaboração de Wagner Schwartz, com observações,
comentários e questionamentos, que ainda se seguem na releitura, refazimento e
publicação do texto. A ele, sempre obrigada.
Deste modo é que
gostaria de terminar esse artigo: ouvindo o coreógrafo, lendo-o. Aceitando e
fazendo resignificar essa imensa outra angústia de
saber do mundo em que produzimos arte e tornamos corpos presentes.
Contemporâneo por se redefinir, com Agamben; pensamento por se redefinir, com
Rancière; dança por se redefinir, também com Wagner Schwartz. O corpo cênico do
qual nos debruçamos não nos isenta de saber do mundo que habitamos e
produzimos.
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Estado de Exceção. São Paulo: Boitempo,
2004.
______. Homo
Sacer: o poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte:
Editora UFMG. Edição original 1995, 2002.
______.
Means
without End: notes on Politics. Collection Theory Out of Bounds. Minneapolis,
London: University Minnesota Press, 2000, p.49-60.
______. O
que é contemporâneo? E outros ensaios. Chapecó, SC: Argos, 2009.
______. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007.
BEL, Jérôme. Que
morram os artistas. Lições de Dança 4. Rio de Janeiro: UniverCidade,
2003.
LEPECKI, André. O Corpo colonizado.
Revista Gesto 2.
Rio
de Janeiro: Centro Coreográfico do Rio de Janeiro, Instituto Municipal de Arte
e Cultura, 2003.
______.
Of the presence of the Body – essays on dance and performance theory. Middletown, Connecticut: Wesleyan University Press, 2004.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível. São Paulo: Editora 34. Edição original,
2000, 2005.
______. O
desentendimento – política e filosofia.
São Paulo: Edição 34, 1996.
______. O inconsciente estético. São Paulo: Editora 34, 2009.
Notas
1 Troca de emails entre autora e coreógrafo.
2 MARINHO, Nirvana.
Políticas do corpo contemporâneo: Lia
Rodrigues e Xavier le Roy. Tese de doutorado. São Paulo: PUC, 2006.
3 Giorgio Agamben
(Roma, 1942) é um filósofo italiano, autor de várias obras, que percorrem temas
que vão da estética à política. Seus trabalhos mais conhecidos incluem sua
investigação sobre os conceitos de estado de exceção e homo sacer.
Formado em Direito, participou dos seminários promovidos por Martin Heidegger,
no fim dos anos 1960. Em 1974, transferiu-se para Paris, onde ensinou na
Universidade de Rennes 2 - Haute Bretagne. No ano
seguinte, trabalhou em Londres. Entre 1986 e 1993 dirigiu o Collège
international de philosophie em Paris. De 1988 a 2003
ensinou nas universidades de Macerata e de Verona. De
2003 a 2009 lecionou Estética e Filosofia, no Instituto Universitário de
Arquitetura (IUAV) de Veneza. A sua produção se concentra nas relações entre a
filosofia, a literatura, a poesia e, fundamentalmente, a política.
4 Marcus Terentius
Varro (116 a.c. - 27 a.c.), considerado um dos maiores scholars romanos.
5 Tradução da autora.
6 Arquivo digital cedido pelo coreógrafo.
7 Tal trecho deste texto é baseado no estudo de
doutorado “Políticas do corpo contemporâneo: Lia Rodrigues e Xavier le Roy”, da
mesma autora deste artigo.
8 Troca de emails entre autora e coreógrafo.
9 Wagner Schwartz cedeu o arquivo digital do
texto projetado na peça Piranha,
apresentado no Instituto Cultural Itaú, na semana do Rumos Dança Edição 4, em
março de 2010.
NIRVANA MARINHO tem graduação em Dança pela Universidade Estadual
de Campinas (1999), mestrado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (2002) com a dissertação "Modos do
corpo se comunicar: Gesto na Dança" e doutorado em Comunicação e Semiótica
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2006) com a tese "As
políticas do corpo contemporânea: Lia Rodrigues e Xavier Le Roy". Tem
experiência na área de Artes, com ênfase em Dança, atuando principalmente nos
seguintes temas: dança contemporânea, dança, coreografia, corpo e coreógrafo
intérprete. Desde 2006, é coordenadora
do programa cultural Acervo Mariposa.
NIRVANA MARINHO has a
bachelor´s degree in Dance from the Universidade Estadual
de Campinas (1999) and earned her master´s degree in Communication and
Semiotics at the Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002) with the dissertation “Modes
of communication of the the body: gesture in dance”
and a PhD in Communication and Semiotics at the Pontifícia
Universidade Católica, São Paulo (2006) with the
thesis “The politics of the contemporary body: Lia
Rodrigues and Xavier Le Roy”. Since 2006, she is coordinator of the dance video
archive Acervo Mariposa.