https://seer.unirio.br/revistadebates/issue/feedDEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Música2025-08-15T15:01:24-03:00Luciana Requiãorevista.debates@unirio.brOpen Journal Systems<p><strong data-start="51" data-end="122">Debates – Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Música da UNIRIO</strong> é uma publicação anual do PPGM/UNIRIO que tem como objetivo oferecer um espaço para a reflexão e o debate de temas relevantes em todas as vertentes da música, além de difundir a produção resultante da pesquisa acadêmica na área. A revista recebe colaborações para os dossiês temáticos divulgados periodicamente pela comissão editorial, bem como artigos de temática livre submetidos em fluxo contínuo. São aceitas contribuições em português, espanhol e inglês.</p> <p>A revista tem utiliza a licença <em>Creative Commons - Atribuição-CompartilhaIgual.</em></p> <p><strong>e-ISSN:</strong> 2359-1056 | <strong>Ano de criação:</strong> 1997 | <strong>Área do conhecimento:</strong> Música | <strong>Qualis:</strong> B1 (Artes)</p>https://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13501 MUSICALIDADE DO BOI DE MÁSCARAS2024-09-01T12:46:48-03:00Evelyn Tainá de Souza Silvaevelyn.clarineta@gmail.com<p>Este estudo apresenta dados sobre a história do Boi de Máscaras Faceiro e reflexões acerca do processo de transmissão cultural neste grupo. As reflexões surgiram durante a realização do Projeto <em>Musicalidade do Boi de Máscaras</em>, no segundo semestre de 2022. “Boi de Máscaras” é o nome dado aos grupos de Bois juninos que anualmente dançam nas ruas de São Caetano de Odivelas, no Nordeste do Estado do Pará. Dentre a diversidade de grupos de Bois de Máscaras, este estudo concentrou-se especificamente no Boi Faceiro devido ao seu extenso repertório musical. O Projeto <em>Musicalidade do Boi de Máscaras</em> digitalizou, transcreveu, armazenou e divulgou o repertório musical do Boi Faceiro. Os resultados aqui apresentados derivaram de um estudo etnográfico que incluiu pesquisa de campo, análise documental e entrevistas. O referencial teórico inclui autores como Taylor (2008) e Connerton (1989), que discutem a transmissão de conhecimento cultural e memória coletiva. A pesquisa concluiu que o Boi Faceiro exemplifica resiliência cultural, refletindo o engajamento comunitário e a tradição local. A execução do Projeto <em>Musicalidade do Boi de Máscaras</em> evidenciou a importância da salvaguarda do patrimônio imaterial, destacando o papel crucial da performance na transmissão de conhecimentos e na manutenção da identidade cultural de São Caetano de Odivelas.</p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13605ENTRE SOPROS E CORDAS2024-11-22T21:23:18-03:00Rodolfo Rodriguesrodolfo.tecmusica@gmail.comRicardo Francisco dos Reisricardo.reis@ifpi.edu.br<p>Este artigo é resultado da interseção de dois campos de pesquisa que foram eixos de investigação nos trabalhos de dissertação dos autores, apresentados com o objetivo de discutir perspectivas intradisciplinares em torno da pesquisa em música. O primeiro trata de uma proposta pedagógica envolvendo a construção de pífanos, bem como seus significados simbólicos subjacentes, e o segundo, da transmissão de conhecimento musical dos cantadores repentistas. A intenção deste ensaio é propor reflexões acerca da realização de pesquisas integradas e holísticas, capazes de abarcar a complexidade do fenômeno musical de forma mais ampla e menos compartimentada, isolando as bases metodológicas em epistemologias próprias de determinadas subáreas do campo. Nesse processo, não rejeitamos as contribuições interdisciplinares na pesquisa científica — pois reconhecemos a importância da conexão com outras áreas do conhecimento. Propomos, no entanto, investigações que se concentrem na grande área “Música”, de modo que haja a apropriação de todas as abordagens pertinentes para a pesquisa, sem subordinar-se às exigências de suas próprias subáreas.</p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13304O IMPROVISADOR COMO ESTRANGEIRO2024-08-05T16:13:47-03:00Martin Robbiomartinrobbio@edu.unirio.br<p>A improvisação em sua forma mais pura exige começar do zero, o que implica um sujeito sem história, experiência ou hábitos. Como essa exigência é impossível de ser satisfeita, John Cage e outros autores criticaram a improvisação por seu automatismo e porque ela acaba dependendo da subjetividade e dos gostos do intérprete. Porém, assumir o desaparecimento do ego do improvisador torna a improvisação impraticável. Por isso, é importante propor uma categoria de sujeito aberto, que se deixa contaminar pela alteridade e pelo estranho, que se apropria do passado de forma inovadora e que considera cada evento como único e irrepetível. Essa impossibilidade básica pode ser apenas teórica se assumirmos uma desconstrução das categorias de sujeito, tempo e evento. Dessa forma, a partir das ideias do “estranho” em Freud, do tempo messiânico em Walter Benjamin, do “outro” em Derrida e do acontecimento em Deleuze, poderemos pensar em uma subjetividade que possibilite a improvisação. Isso em um duplo sentido: uma subjetividade que produz a improvisação e, ao mesmo tempo, que é produto dela.</p> <p> </p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13624HISTÓRIAS DE VIDA E NARRATIVAS CONTEMPORÂNEAS SOBRE ORQUESTRAS2024-11-22T21:18:11-03:00Sebastião Gonçalves Feitosasebgofe@gmail.comTaiza Mara Rauen Moraes moraes.taiza@gmail.com<p>Este artigo tem como objetivo ampliar as discussões sobre significados, representações e papeis sociais das orquestras brasileiras e da música de concerto na atualidade, a partir de um estudo no campo do Patrimônio Cultural e Sociedade, tematizando as orquestras como instâncias de memórias e o seu papel no âmbito do Patrimônio Cultural. O foco do estudo é a percepção dos músicos sobre o seu fazer musical e sobre a relevância social e cultural de orquestras sediadas em diferentes regiões do Brasil. A História Oral foi utilizada como suporte metodológico e foi realizado um vídeo documentário digital. As orquestras são focadas pelo poder de articulação cultural como espaços identitários, educativos, políticos, de trabalho, de produção artística, de formação e de socialização. Elas despontam no século XXI, renovadas em termos de estruturas e de posturas. Diante de seu caráter aparentemente transitório, propomos trazer para a discussão as narrativas dos músicos, suas histórias de vida, suas perspectivas em relação aos grupos e suas formas de descrever as vivências musicais.</p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13310O MESTRE DE SOKKA2024-06-15T22:51:14-03:00Thayná Aline Bonacorsi Xavierbonacorsithayna@gmail.com<p>Este ensaio explora o paralelismo entre o processo de aquisição de habilidades em um instrumento musical e a narrativa do episódio 4 da terceira temporada da animação “Avatar: A Lenda de Aang”. Destacando a relação Mestre/Aprendiz, o texto propõe analogias entre a trajetória de Sokka para se tornar um espadachim e o processo de formação de instrumentistas, via análise narrativa, enfatizando a busca pelo <em>métier</em> da técnica e interpretação musical. Ao relacionar a ficção com a realidade do ensino musical, critica-se a ideia de que há uma oposição entre técnica e arte, defendendo que, na tradição do modelo mestre-aprendiz, elas se complementam. O texto também aborda questões contemporâneas, como relatos contidos na dissertação de Moura (2013). Ao final, o ensaio sugere uma reflexão sobre a relação mestre/aprendiz como uma construção coletiva do conhecimento, visando um futuro mais criativo e colaborativo, em que a memória dos professores e a aspiração dos aprendizes se baseiem no desejo mútuo por um desenvolvimento artístico e pessoal.</p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13996ENSINO DE PIANO EM GRUPO NO CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA DA UNICAMP2025-05-21T21:14:12-03:00Miriã Cassuci Arantes Machadomiriacassuci@gmail.comAdriana Mendesaamendes@unicamp.br<p>Esta pesquisa aborda a perspectiva do graduando sobre a disciplina com o Ensino de Piano em Grupo (EPG), no curso de Licenciatura em Música da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), após cursá-la. Para isso, a pesquisa investigou como a disciplina está localizada no currículo, seu programa pedagógico e quais outras disciplinas colaboram para o desenvolvimento das habilidades funcionais ao piano. Como se trata da formação de educadores musicais, ao questionar os graduandos, focou-se na compreensão sobre a prática do EPG, no domínio das habilidades funcionais ao piano, no desenvolvimento e estrutura de uma aula coletiva de piano, nas perspectivas de aplicação profissional e na percepção de quão preparado o estudante se sente. Com isso, este estudo traz reflexões e sugestões para a melhoria da disciplina, a partir de como ela é compreendida pelo corpo discente e docente. Também é um incentivo para que haja novas pesquisas e tentativas de aplicação do EPG no curso.</p>2025-05-21T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13116FUNÇÕES E POTENCIALIDADES DA MÚSICA NO COTIDIANO URBANO2025-01-12T19:05:08-03:00Lucas Yudi Moriya Sampaiolucas.sampaio@fau.ufrj.br<p>Há uma diversidade de situações e contextos nos quais a música foi e tem sido utilizada cotidianamente nas sociedades urbanas. Estes usos vão além do simples prazer estético, e se associam a condições e atividades específicas desempenhadas pelos atores envolvidos. Alimentando a discussão sobre as funções e potencialidades proporcionadas por esses usos, este artigo se propõe a retomar inicialmente as diferentes visões acerca dos efeitos da música, oriundas principalmente da Musicologia tradicional, Psicologia e Etnomusicologia. Em seguida, é proposta uma base conceitual para fundamentar o mecanismo pelo qual a música é utilizada, partindo de sua existência em determinado contexto, seu oferecimento de diferentes potencialidades e, por fim, a apropriação de algumas destas potencialidades por atores envolvidos. A discussão central do artigo se firma então na apresentação e síntese de diferentes funções encontradas na literatura, com intuito de fundamentar posteriores pesquisas que busquem lidar com os usos da música no cotidiano das cidades.</p>2025-05-21T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13760MÚSICA: TEMPO E SER 2025-05-15T16:33:09-03:00José Eduardo Costa Silvazed2004@gmail.comGilmar Antonio Montegimugimu@gmail.com<p class="p1"><span class="s1">O presente artigo consta de uma reflexão sobre o conceito de música na filosofia de Martin Heidegger. Esta reflexão é centrada na ideia de que a música se articula como tempo, tornando-se expressão imediata desta categoria, tal como depreendemos da leitura dos seguintes textos: <em>O conceito de tempo</em>; <em>Ser e Tempo</em>; <em>Tempo e Ser</em>; <em>Nietzsche</em>; <em>A origem da Obra de Arte</em>; <em>Conferências sobre a linguagem. </em>Desta leitura, inferimos a hipótese de que a música é expressão imediata da categoria tempo, na medida em que o tempo participa essencialmente de sua estrutura. Nesse sentido, a música há de ser, no contexto do pensamento heideggeriano, a <em>mousiké</em>; isto é, o lógos que doa o sentido do ser na linguagem. A argumentação se desenvolve em três partes, uma primeira em que refletimos sobre o conceito de tempo proposto por Heidegger; uma segunda, que sustenta a proposição de que o tempo participa da estrutura do ente e, por fim, uma terceira, onde caracterizamos a música em sua conexão essencial com o tempo e a relação desta ideia com o conceito heideggeriano de <em>mousiké</em>. </span></p>2025-05-21T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13627ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS PARA PROMOVER HABILIDADES MUSICAIS EM ALUNOS UNIVERSITARIOS DO ENSINO FUNDAMENTAL2025-03-24T18:12:04-03:00JOSE ANTONIO LOPEZ-GONZALEZlogonjosea@gmail.com<p> <span class="fontstyle0">A maioria das universidades espanholas não exige conhecimento musical para o ingresso de estudantes de Pedagogia que optam por um currículo de habilitação em música. Esse fato representa um dilema para a prática docente das disciplinas de música, nas quais a música deve ser ensinada. A forma musical mais utilizada no ensino fundamental são as canções, uma ferramenta musical com enormes recursos educacionais. Apresentamos aqui uma proposta de pesquisa-ação de caráter construtivista cujo objetivo é proporcionar aos alunos um treinamento musical prático por meio de canções. Esse modelo de treinamento foi contrastado com outro que não visa expressamente ao ensino de aspectos musicais, mais lúdico e baseado em procedimentos de repetição e imitação. Foram utilizados um grupo de controle e um grupo experimental, e três juízes especialistas avaliaram a interpretação das músicas por meio de uma rubrica analítica antes e depois da intervenção. O coeficiente de concordância w de Kendall foi estimado e os dados foram analisados com o teste t de Student. Foi obtida uma melhora significativa em relação ao grupo de controle nas variáveis ritmo, qualidade vocal e dinâmica. Em menor grau, houve mudanças nas variáveis entonação e dicção.</span> </p>2025-06-16T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13868FIXAÇÕES SONORAS, GÉNEROS E MEIOS. UMA REFLEXÃO SOBRE A INTERNET E OS USOS DO SOM2025-05-19T17:56:02-03:00Daniela Gonzálezdanabel.gonzalez@gmail.comMiguel A. Garcíamagarcia@conicet.gov.ar<p>Através da Internet podemos aceder a um generoso repositório de fixações sonoras, diverso e em constante crescimento e, simultaneamente, a uma multiplicidade de técnicas, tecnologias e ferramentas que permitem criar, armazenar e editar essas fixações. As características desse repositório, junto com o caráter modular do sound file e da crescente conectividade, empoderam os/as usuários/as para gerar e manipular sons, explorar criativamente os meios, as linguagens e os géneros, e produzir expressões híbridas. A identificação das formas como os/as usuários/as aplicam as fixações com as quais interagem diariamente aparenta ser uma zona fechada à investigação. No entanto, em muitos casos esses usos tornam-se visíveis e desvelam os condicionalismos que as plataformas procuram impor assim como o grau de empoderamento dos/as usuários/as. O propósito deste artigo é oferecer uma primeira aproximação aos usos das fixações sonoras às quais se acede através da Internet, a partir da distinção entre usos recomendados, condicionados e efetivos. Para aplicar esta distinção examinámos os sistemas de recomendação das plataformas de comercialização de música; as playlist geradas para acompanhar, estimular ou inibir atividades específicas; as mensagens de voz criadas através de aplicações de mensagens instantâneas; uma página web com fixações sonoras; e um canal de Youtube com produções audiovisuais. Os conceitos de intermedialidade e de hibridação são centrais neste processo.</p>2025-06-18T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/14025“NAP CHACHE OUVÈTI” (ESTAMOS BUSCANDO ABERTURA)2025-06-13T18:13:11-03:00Caetano Maschio Santoscaemsantos@gmail.com<p>O presente artigo oferece uma análise etnomusicológica da produção musical haitiana na cidade de São Paulo através do estudo de caso da BigUp#1, banda formada por migrantes haitianos dedicada principalmente ao konpa, estilo de música popular de dança haitiana. Através de pesquisa etnográfica participativa em que atuei como segundo guitarrista do conjunto em 2021 e de entrevistas com membros da banda, direciono a análise para questionamentos sobre como a produção de um conjunto musical haitiano na cidade de São Paulo se conecta a questões socioculturais mais amplas da diáspora haitiana no Brasil, principalmente aquelas relativas à “provisoriedade ordinária” (Fernandes e Pachi 2021) que compõe as vidas cotidianas dessa população, a falta de espaços e oportunidades para o desenvolvimento de atividades culturais e a transitoriedade e dificuldade de manter projetos musicais. Adicionalmente, analiso como tais esforços de produção musical (e cultural) demonstram um entendimento da cultura como recurso (Yúdice 2003) por parte de meus interlocutores, através da mobilização da música como forma de prover entretenimento para a comunidade haitiana e de buscar maiores conexões com a sociedade local.</p>2025-07-25T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13964A TECNOLOGIA CONTEMPORÂNEA E A TRANSFORMAÇÃO DA ATENÇÃO NA EXPERIÊNCIA MUSICAL2025-05-19T17:49:37-03:00Thiago de Almeida Meninithiagomenini@hotmail.comBraulyo Antônio Silva de Oliveirabraulyoantonio@outlook.com<p>Na sociedade contemporânea, as tecnologias digitais têm impactado a atenção e a experiência estética, especialmente na música. A sobrecarga sensorial causada por dispositivos como smartphones e plataformas digitais altera a forma como percebemos o mundo e a música. Pesquisas em áreas como neurociência, comunicação e pedagogia investigam como a fragmentação da atenção afeta a fruição sonora e cultural. A lógica algorítmica das plataformas digitais, ao priorizar o consumo superficial, compromete a escuta reflexiva e atenta, essencial para uma compreensão aprofundada das obras musicais. Este trabalho retoma o conceito de escuta estrutural de Adorno para analisar o impacto da fragmentação da atenção na percepção musical e discutir a viabilidade dessa escuta no contexto digital.</p>2025-07-30T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/14050ENTRE GÊNEROS MUSICAIS E FORMAÇÕES SOCIOPOLÍTICAS2025-07-02T11:09:17-03:00Luíza França Tomaz de Aquinoluiza.fta@outlook.com<p>O artigo explora a forma como a MPB, o Rap e o Pop reproduzem discursos sociopolíticos. Aqui, entende-se a música como importante veículo de expressão cultural, capaz de refletir contextos sociais e históricos, mas com variação de abordagens que parece seguir certos padrões definidos pelo recorte de gêneros musicais. São diferentes características, níveis de engajamento, finalidades e públicos. Ao convocar discursos sociopolíticos - tanto verbalmente, através das letras, quanto por meio da sonoridade -, espera-se que um artista dialogue com a identidade social englobada pelo gênero musical ao qual se vincula. Logo, através da encenação discursiva, irá reforçar o imaginário aceito em seu grupo. O texto reflete brevemente sobre a interligação dos conceitos de gênero musical, gênero discursivo e identidade para então desenvolver uma análise comparativa entre três músicas: “Sou eu que vou trabalhar” (MPB); “Ponto de vista” (Rap); “Deixa o coração falar” (Pop). Tendo como base a teoria Semiolinguística de Charaudeau, busca, por meio da análise dos elementos restritivos dos atos de comunicação, determinar semelhanças e diferenças no tratamento de questões de ordem sociopolítica.</p>2025-08-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/14125O METAL NAS MARGENS2025-07-25T17:09:57-03:00Jefrey Antonio de Andradejefreyfil@hotmail.com<p>O artigo analisa o fenômeno do <em>heavy metal glocal</em>, isto é, como bandas de países fora do eixo anglo-americano ressignificam o gênero por meio de hibridismos culturais. A pesquisa qualitativa, fundamentada em revisão bibliográfica e estudos de caso, examina sete bandas: Angra e Sepultura (Brasil), The Hu (Mongólia), Orphaned Land (Israel), Myrath (Tunísia), Cemican (México) e Bloodywood (Índia). Essas bandas incorporam elementos culturais locais como instrumentos, escalas, línguas e símbolos às convenções do metal global, criando expressões híbridas com duplo pertencimento. A análise fundamenta-se em conceitos como hibridismo cultural (Canclini), tradução cultural (Bhabha), glocalização (Robertson, Kraidy) e performance situada (Stokes), permitindo compreender como o metal se torna veículo de identidade cultural e crítica social. O artigo também discute tensões associadas à autenticidade, exotização e apropriação cultural, argumentando que tais práticas são negociadas em contextos de poder. O <em>heavy metal</em>, ao ser reinterpretado localmente, ultrapassa dicotomias entre centro e periferia, original e cópia, promovendo fluxos culturais multidirecionais e ampliando os horizontes estéticos e identitários do gênero. O artigo conclui que o metal glocal reconfigura, mas não dissolve, as hierarquias culturais, representando tanto um ato de empoderamento quanto uma negociação com as estruturas de poder que moldam a visibilidade global.</p>2025-08-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13171 PRÓDROMOS DO CARNAVAL2025-05-21T13:32:35-03:00Thiago de Souza Borgesthiago.kobe@gmail.com<p>O artigo analisa reportagens publicadas no Jornal do Brasil nos primeiros meses de 1950, com ênfase na seção “Pródromos do Carnaval”, a fim de compreender criticamente um período ainda pouco explorado da história do carnaval de rua carioca. A pesquisa, fundamentada em levantamento documental na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, revela contradições nos discursos sobre a suposta decadência da festa e investiga os silêncios e apagamentos em torno das práticas populares e negras. Além da análise das fontes jornalísticas, o trabalho apresenta um panorama histórico das disputas simbólicas em torno do carnaval e propõe a leitura da área central do Rio de Janeiro como espaço de “confluências carnavalescas” — conceito que evidencia os fluxos festivos da população negra oriunda de diversas regiões da cidade em direção ao centro urbano durante o ciclo momesco.</p>2025-08-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/14224Expediente v.29, 20252025-08-15T15:01:24-03:00Luciana Requiãolucianarequiao@id.uff.br2025-08-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13930Apresentação2025-04-21T23:29:23-03:00Luiza Nascimento Almeida (Lwiza Gannibal)luizanas@yahoo.comRenan Ribeiro Moutinhorenanmus@gmail.comPitter Gabriel Maciel Rochapitebous@gmail.comPedro Luiz Fadel Ferreirapedrofadel@edu.unirio.brPedro de Moura Aragãopedro.aragao@unirio.brMaya Suemi Lemosmayasuemi@gmail.com<p>Apresentação do dossiê "Aquilombamento: (re)existências sonoras no âmbito das relações étnico-raciais".</p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13477AFROFUTURISMO NA ESCOLA2024-10-11T15:01:52-03:00Beatriz de Souza Bessamusicaparabrincar.eventos@gmail.com<p>A partir da pesquisa sobre o conceito de afrofuturismo e sua expressividade no campo musical, investiga-se como ele pode ser fomentado em instituições escolares. Tendo em vista a promulgação em 2004 das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais no Brasil e a carência da palavra “futuro” nesse documento é urgente que tal temática esteja presente na sala de aula. Através de atividades que unam a cultura ancestral ao uso de recursos digitais, na união de tambores e remixes, se almeja construir práticas pedagógicas a partir da música negra de diferentes épocas. Essa pesquisa tem como referência autoras como Leda Martins, Ytasha Womack e Joni Acuff. A partir dessa fundamentação teórica, apresento algumas experiências pedagógicas realizadas em uma escola localizada em uma favela do Rio de Janeiro na qual sou professora, onde busco fomentar ações criativas e antirracistas por meio da música: pelo passado, no presente e para o futuro, através da união da cultura popular e de ferramentas digitais.</p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13220A DIALÉTICA DO SENHOR E DO ESCRAVO2024-10-11T15:56:23-03:00Thiago de Souza Borgesthiago.kobe@gmail.com<p>Em diálogo com algumas obras de Clóvis Moura e outras bibliografias, o presente artigo trata da formação daquilo que o sociólogo chama de “cultura negra de resistência”, em um contexto marcado pela relação dialética das duas principais classes sociais do período escravista, a dos “senhores” e dos “escravizados”, bem como as relações sociais e raciais no período pós-abolição. O texto apresenta ainda uma breve discussão sobre a corrente historiográfica denominada de “Nova História Cultural” e as suas possíveis contribuições no sentido de oferecer ferramentas teóricas para o estudo das construções simbólicas brasileiras. O objetivo principal é apresentar caminhos para pensar as elaborações culturais e simbólicas da população negra no Brasil, principalmente no carnaval de rua carioca.</p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13392 MACETAMENTO NO BEAT PEGA HACKER2024-08-05T15:14:25-03:00GG Albuquerqueggalbuquerque00@gmail.com<p>Este artigo apresenta uma proposta teórico-conceitual para investigar metodologias criativas e epistemologias sonoras de culturas de música eletrônica afro-diaspóricas, como o funk mandelão de São Paulo, o kuduro de Angola e a batida de Lisboa. O texto destaca a dimensão cultural e política da tecnologia, bem como uma dimensão técnica da cultura, a partir de um levantamento histórico e crítico dos principais teóricos da filosofia técnica e da tecnologia. A partir disso, são apresentadas perspectivas teórico-epistemológicas que descortinam o mito da “neutralidade” tecnológica e fornecem bases para uma reflexão decolonial e antirracista sobre a tecnologia, que incorpora o "erro", o improviso, a gambiarra, a pirataria, o hackeamento como elementos constitutivos de uma abordagem criativa e racializada dos dispositivos, ressaltando a diversidade da agência tecnológica.</p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13398FEMINISMO NEGRO, INTERSECCIONALIDADE E ESTUDOS CULTURAIS2024-09-03T14:04:51-03:00Larissa Papa Nogueira Martinsfabio.sousa@ufms.brFábio Silva Sousafabio.sousa@ufms.br<p>Elza Soares foi uma das maiores artistas negras do Brasil. Sua trajetória ecoa nas transformações sociais, artísticas e políticas do Brasil de quase todo o Século XX e, especialmente ao fim de sua carreira, Elza foi um símbolo da luta e resistência das mulheres negras na sociedade brasileira. Com base nisso, o presente artigo tem como objetivo apresentar uma discussão sobre como o Feminismo Negro e a Interseccionalidade, com base nos Estudos Culturais, dialogaram com a trajetória de vida e resistência de Elza Soares. Utilizaremos o debate de diversas autoras e autores, em uma relação interdisciplinar e, por fim, analisaremos a letra da canção "O Que se Cala", para trazer uma referência do potencial de crítica e da atualidade de Elza Soares na sociedade brasileira. </p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13475 PAISAGEM AFROSSONORA2024-08-13T14:59:41-03:00Gabriel Muniz de Souza Queirozgaboqueiroz@gmail.com<p>Este artigo apresenta uma proposição para a noção de paisagem, baseada na relação entre corporeidades negras e produção de espaços a partir da observação de sons em comunidades africanas e de sua diáspora. O conceito central é a “paisagem sonora afrodiaspórica”, ou “paisagem afrossonora”, que busca compreender como o elemento sonoro influencia na formação de lugares-territórios por meio da construção de identidades e experiências de pessoas negras em interação com o espaço. Isso inclui a observação de sonoridades, como música, ritmos, vozes, ruídos, etc.; experiências de imersão, ou seja, relatos de pessoas que vivenciam esses lugares; e diálogo com especialistas, como geógrafos, filósofos, professores de diversas áreas. O objetivo é desenvolver uma abordagem afroperspectiva para entender a relação entre corpo, espaço e som, considerando sentidos, perspectivas e valores culturais africanos e as experiências das comunidades africanas fora do continente. Essa pesquisa busca contribuir para uma compreensão mais profunda da relação entre as pessoas negras e os espaços que habitam, destacando a importância dos elementos sonoros na construção da identidade e da cultura que caracterizam os lugares-territórios.</p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13465A VOZ E A RABECA DE FABIÃO DAS QUEIMADAS NO SÉC. XIX/XX2024-09-03T14:04:13-03:00Caio Vitor Gonzaga Padilhaemaildepadilha@gmail.com<p>Ao final da década de 1930 algumas narrativas cantadas pelo rabequeiro Fabião das Queimadas (1848-1928) ganham um domicílio gráfico no livro “Vaqueiros e Cantadores”, de Luís da Câmara Cascudo. Suas cantorias de rabeca no estado do Rio Grande do Norte passam a fazer parte do quadro referencial sobre poesia popular e tradicional, associada à valoração literária de repertórios romanceiros no Brasil. Apesar disso, a expressividade sonora, timbrada na autoria vocal do romance sobre o “Boi da Mão de Pau”, por exemplo, ainda não teria sido considerada no âmago de um projeto pessoal em que o cantador afrodescendente desejava desescravizar-se no século XIX. Diante da fortuna crítica de escritores folcloristas/memorialistas interessados em Fabião das Queimadas, consideramos criticamente neste artigo alguns elementos classificatórios que operaram na <em>cantoria</em> <em>de</em> <em>rabeca</em> e em suas políticas da <em>escuta</em>; tanto nos colecionamentos folclóricos quanto nas transcrições de elementos musicais e da chamada Literatura Oral desde então. </p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13472A GRANDE MÚSICA NEGRA DO ART ENSEMBLE OF CHICAGO2024-12-28T16:10:07-03:00Romulo Alex Inácioromuloalexis@usp.br<p>O grupo estadunidense Art Ensemble of Chicago, surgido em meados da década de 1960 é um dos mais influentes representantes do experimentalismo musical e performático afro-diaspórico. São considerados os avatares de uma vanguarda sonora negra, pouco estudados no Brasil mas influentes no meio artístico global. Essa breve revisão bibliográfica concentra o trabalho dos principais pesquisadores dedicados à obra do grupo e tem como objetivo contribuir para o conhecimento das ricas metodologias criativas e estratégias políticas empregadas pelo grupo como uma práxis criativa negra, conciliando os objetivos éticos e estéticos que orientaram os processos de autodeterminação desse conjunto, e que podem servir de horizonte e inspiração para tantos outros processos artísticos.</p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Músicahttps://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13498A GENTE NÃO QUER SER ASSISTIDO, A GENTE QUER SE ASSISTIR2024-10-11T14:31:21-03:00Acsa Braga Costa acsabragac@gmail.comDanilo Cunha de Jesus dos Santosdanilo.cunhads@live.comLeonardo Moraes Batistaleonardomoraesbatista@gmail.comThamara Collares do Nascimentothamaracollares.nave@gmail.comVictor Hugo Costa Cantuaria da SilvaVictorh.cantuaria@gmail.com<p>Este artigo articula discussões e reflexões sobre música, desde o campo da etnomusicologia racialmente politizada (Rosa, 2020; 2022), tendo como base dimensões interseccionais (Akotirene, 2019; Bilge, Collins, 2020) entre a experiência negra, dissidente sexual e o como as juventudes ativam outras noções de mundo, desde a <em>festa</em>, lócus da nossa pesquisa. Metodologicamente, o texto tensiona as questões de branquitude e coloniais exercitadas na pesquisa em música e apresenta caminhos político-epistemológico-metodológicos desobedientes (Odara, 2020), desde uma perspectiva plural e étnico-crítico-racial, enquanto prática de combate ao racismo epistemológico (Carneiro, 2023). Articulado em quatro (4) partes, em um primeiro momento inflexiona o campo da pesquisa em música desde questões necropolíticas (Mbembe, 2018) e negropolíticas (Braga et. al). Em um segundo percurso, propõe desde discussões e pesquisas produzidas por pessoas negras com questões étnico-raciais a uma etnomusicologia politicamente radicalizada. Em um terceiro momento, abordagens político-epistemológico-metodológicas desde um pensamento quilombista/cuíerlombista (B. Nascimento, 2021; A. Nascimento, 2019; T. Nascimento, 2018), trazendo o espaço/tempo em que a pesquisa foi desenvolvida, quem são seus atores, interlocutores e os vetores éticos, estéticos e étnicos que dinamizaram a pesquisa. Por fim, nas considerações de continuidade, propõe uma visão outra para a pesquisa em música, centrada em discussões e inflexões, a partir de um pensamento afrodiaspórico (Santos; Sodré; Santos, 2022) e sinaliza como poderia ser a pesquisa em música, mediada por inflexões e por questões do pensamento afrobrasileiro, de outras diásporas e do continente africano. Este texto tenta, de alguma forma, trazer para as linhas que o compõem, os modos como as pessoas negras têm se assistido em suas pesquisas, quando seus conhecimentos ali estão pluralmente representados.</p>2025-04-22T00:00:00-03:00Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Música