São Martins: um cemitério periférico, (des)conhecido na cidade de Bagé, Rio Grande do Sul (cronologia e morfologia, características sociais e culturais)

Fábio Vergara Cerqueira; Elaine M. Tonini Bastianello(†)

doi:10.9789/2525-3050.2018.v3i6.378-404

Auteurs

Fábio Vergara Cerqueira Programa de Pós-graduação em História. Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Rua Cel. Alberto Rosa, 154, Sala 119, Centro, Pelotas, RS
Elaine M. Tonini Bastianello(†) Programa de Pós-graduação em História. Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Rua Cel. Alberto Rosa, 154, Sala 119, Centro, Pelotas, RS

DOI :

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2018.v3i6.378-404

Mots-clés :

Cemitério – Patrimônio – Memória – Jazigo-capela – Classes

Résumé

À Professora Elaine Maria Tonini Bastianello, in memoriam.

Este artigo trata do Cemitério São Martins, situado na periferia, a norte da cidade de Bagé, Rio Grande do Sul. Propomos um modelo de quatro fases para compreender a cronologia de seus monumentos tumulares: 1) catacumbas de inspiração neoclássica com tratamento caiado; 2) sepulturas caiadas com fachada em forma de templo com frontão encimado por cruz; 3) jazigos-capela de influência art déco com proteção em cirex; e 4) gavetas e a sociedade de massas. Considerando que os espaços de enterramento refletem o mundo dos vivos, procuramos entender essa necrópole como local alternativo à necrópole central e de elite, o Cemitério da Santa Casa de Caridade. O Cemitério São Martins é o espaço em que as classes econômicas não abastadas enterravam seus mortos e, ao mesmo tempo, estabeleciam laços de identidade.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur

Fábio Vergara Cerqueira, Programa de Pós-graduação em História. Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Rua Cel. Alberto Rosa, 154, Sala 119, Centro, Pelotas, RS

Doutor em Antropologia Social Universidade de São Paulo - USP. Professor do Departamento de História da Universidade Federal de Pelotas – UFPel. Pesquisador CNPq em Arqueologia. Professor do Doutorado em Memória Social e Patrimônio Cultural da UFPel. Bolsista Fundação Humboldt/Alemanha - modalidade Pesquisador Experiente - Arqueologia Clássica (2014-2017).

Elaine M. Tonini Bastianello(†), Programa de Pós-graduação em História. Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Rua Cel. Alberto Rosa, 154, Sala 119, Centro, Pelotas, RS

Doutoranda e Mestre em Memória Social e Patrimônio Cultural, pelo Programa de Pós-graduação em História. Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Graduada em História pela Universidade Federal de Santa Maria-UFSM.

Références

BASTIANELLO, Elaine Maria Tonini. A memória retida na pedra. A história de Bagé inscrita nos monumentos funerários (1858-1950). Santa Maria: Pallotti, 2016. 224p.

BASTIANELLO, Elaine Maria Tonini. Os monumentos funerários do Cemitério da Santa Casa de Caridade de Bagé e seus significados culturais: memória pública, étnica e artefactual. Dissertação (Mestrado em Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural), Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2010. 169p. Disponível em: <https://wp.ufpel.edu.br/ppgmp/files/2016/11/Elaine- Bastianello.pdf>. Acesso em 30/04/2017.

BORGES, Maria Elízia. Arte Funerária no Brasil (1890-1930). Ofício de Marmoristas Italianos em Ribeirão Preto. Belo Horizonte: C/Arte, 2002. 312p.

CASTRO, Elisiana Trilha. Aqui jaz uma morte: Atitudes fúnebres na trajetória da empresa funerária família Haas de Blumenau. Tese (Doutorado em História). Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013. 399p. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/107130>>. Acesso em 30/04/2017.

CATROGA, Fernando. Recordar e comemorar: A raiz tanatológica dos ritos comemorativos. Mimesis Ciências Humanas. Bauru, SP, v. 23, n. 2, p. 13-47, 2002. Disponível em: <https://secure.usc.br/static/biblioteca/mimesis/mimesis_v23_n2_2002_art_01.pdf>. Acesso em 30/04/2017.

CERQUEIRA, Fábio Vergara & BASTIANELLO, Elaine Maria Tonini. Representações das etnias na cultura material funerária no Cemitério da Santa Casa de Caridade, Bagé-RS descendentes de portugueses, espanhóis e italianos). Dimensões. Vitória, ES, n. 28, p. 296-314, 2012. Disponível em: <http://www.periodicos.ufes.br/dimensoes/article/view/4319/3379>. Acesso em 30/04/2017.

CORREIA, Telma de Barros. Art déco e indústria. Brasil, décadas de 1930 e 1940. Anais do Museu Paulista. São Paulo, v. 16, n. 2, p. 47-104, jul.-./dez., 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/anaismp/v16n2/a03v16n2.pdf>. Acesso em 30/04/2017.

FORTUNATO, Caroline. Patrimônio arquitetônico conta a história do 4º Distrito de Porto Alegre. Revista do ZAP. Online, 16/05/2011. Disponível em: <https://revista.zapimoveis.com.br/ patrimonio-arquitetonico-conta-a-historia-do-4-distrito-de-porto-alegre-3310052-sc/>. Acesso em: 30/04/2017.

LIPOVETSKY, Gilles; CHARLES, Sébastien. Les Temps hypermodernes. Paris: Éditions Grasset, 2004. 125p.

LUCKOW, Daniele Behling. Arquitetura urbana e inventário: São Lourenço do Sul. -RS. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2010. 81p. Disponível em: . Acesso em 30/04/2017.

MARANHÃO, José Luiz de Souza. O que é morte. 4º ed. São Paulo: Brasiliense, 1992. 77p.

MOTTA, Antônio. À flor da pedra. F: formas tumulares e processos sociais nos cemitérios brasileiros. Recife: Fundação Joaquim Nabuco; Massangana, 2009. 202p.

SANTOS, Carlos Alberto Ávila. Ecletismo na fronteira meridional do Brasil: 1870-1931. Tese (Doutorado em Patrimônio Cultural). Programa de Pós-Graduação em Patrimônio Cultural, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2007. 336p.

TINOCO, José Eduardo Lucena. Argamassa raspada: Simili-granito, pedra fingida e cirex. Boas Práticas da. Gestão de Restauro. Olinda, n. 2, p. 1-2, 2013. Disponível em: <http://www.ct.ceci-br.org/ceci/br/publicacoes/96/653-argamassa-raspada-cirex-simili-granito.html>. Acesso em: 30/04/2017.

VALLADARES, Clarival do Prado. Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros: Um estudo da arte cemiterial ocorrida no Brasil desde as sepulturas de igrejas e catacumbas de ordens e confrarias até as necrópoles secularizadas, realizado no período de 1960 a 1970. 3 volumes. Brasília: MEC, 1972. 1.487p.