Por uma (des)ontologia da dança em sua (eterna) contemporaneidade
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Resumo
A presente pesquisa busca pensar em que medida a contemporaneidade presente no
vocábulo dança contemporânea poderia caracterizar-se por um estado permanente, talvez
eterno, de incontornável e insuperável devir da dança como meio, interpondo em sua origem
não a essência, uma que pudesse ser ontologicamente definida, mas a diferença. A dança
contemporânea, por procedimentos que lhe são intrínsecos, verificáveis portanto na tessitura
da composição, impediria o rebatimento da obra em um fundo apriorístico, caraterístico do
meio (dança) ao qual ela pertenceria. Isto pode ser pensado como estratégia, ou se quisermos
como eterna garantia, próprias da arte contemporânea como um todo, de que uma Póetica da
arte jamais volte a constituir-se como tal. A publicação do livro La poetique de la danse
contemporaine - la suite da francesa Laurence Louppe, em 2007, dez anos depois da
publicação de sua seminal Poetique de la danse contemporaine, parece fazer eco a estas
nossas considerações. Logo na introdução de La suite, a autora reconhece a impropriedade de
suas teses presentes no primeiro livro, quando estas se viram confrontadas com a geração
noventa da dança contemporânea francesa, cujo surgimento é contemporâneo ao lançamento
do livro. O espetáculo The show must go on (2001) de Jérome Bel, coreógrafo integrante desta
nouvelle danse da década de noventa, aparece como lugar de articulação de nossas hipóteses.
Com Louppe e amparados na obra de Bel, talvez possamos nos dar a pensar a impropriedade
de qualquer poética da arte contemporânea que não se imponha como tarefa concomitante à
constituição de suas teses, uma (des)ontologia da arte em sua fonte (origem) na busca por seu
sinal de (eterna) contemporaneidade.
vocábulo dança contemporânea poderia caracterizar-se por um estado permanente, talvez
eterno, de incontornável e insuperável devir da dança como meio, interpondo em sua origem
não a essência, uma que pudesse ser ontologicamente definida, mas a diferença. A dança
contemporânea, por procedimentos que lhe são intrínsecos, verificáveis portanto na tessitura
da composição, impediria o rebatimento da obra em um fundo apriorístico, caraterístico do
meio (dança) ao qual ela pertenceria. Isto pode ser pensado como estratégia, ou se quisermos
como eterna garantia, próprias da arte contemporânea como um todo, de que uma Póetica da
arte jamais volte a constituir-se como tal. A publicação do livro La poetique de la danse
contemporaine - la suite da francesa Laurence Louppe, em 2007, dez anos depois da
publicação de sua seminal Poetique de la danse contemporaine, parece fazer eco a estas
nossas considerações. Logo na introdução de La suite, a autora reconhece a impropriedade de
suas teses presentes no primeiro livro, quando estas se viram confrontadas com a geração
noventa da dança contemporânea francesa, cujo surgimento é contemporâneo ao lançamento
do livro. O espetáculo The show must go on (2001) de Jérome Bel, coreógrafo integrante desta
nouvelle danse da década de noventa, aparece como lugar de articulação de nossas hipóteses.
Com Louppe e amparados na obra de Bel, talvez possamos nos dar a pensar a impropriedade
de qualquer poética da arte contemporânea que não se imponha como tarefa concomitante à
constituição de suas teses, uma (des)ontologia da arte em sua fonte (origem) na busca por seu
sinal de (eterna) contemporaneidade.
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Como Citar
Rocha, T. (2010). Por uma (des)ontologia da dança em sua (eterna) contemporaneidade. Cadernos Virtuais De Pesquisa Em Artes Cênicas, (1). Recuperado de https://seer.unirio.br/pesqcenicas/article/view/754
Edição
Seção
Estudos de performance, discursos do corpo e da imagem