RISCO DE DESENVOLVIMENTO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR EM SERVIDORES COM SÍNDROME METABÓLICA CADASTRADOS NO PROGRAMA CÁRDIO-UFMT, AVALIADOS PELO ESCORE DE FRAMINGHAN
DOI:
https://doi.org/10.9789/2317-7705.2015.v3i1.2Resumo
O aumento global das doenças cardiovasculares (DCV) é resultado de uma transformação sem precedentes nas causas de morbidade e mortalidade ocorridas durante o século XX. Conhecida como transformação epidemiológica, esta mudança foi determinada pela industrialização, pela urbanização e pelas alterações do estilo de vida, ocorrendo em todo o mundo e atingindo todas as raças, grupos étnicos e culturas. A Síndrome Metabólica (SM), considerada como sendo uma associação de fatores de risco de origem metabólica apresenta elevado valor preditivo do risco para as DCV. O objetivo do estudo foi avaliar o risco de desenvolvimento de eventos cardiovasculares utilizando o Escore de Framinghan, em servidores cadastrados no Programa CÁRDIO-UFMT com diagnóstico de Síndrome Metabólica. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, realizado a partir dos dados do programa CÁRDIO- UFMT, coletados da ficha de atendimento nutricional, dos servidores atendidos entre o período de 2009 a 2012. Para determinação do risco absoluto de desenvolvimento de doença coronariana utilizou-se o Escore de Framingham. Os dados foram expressos em, média±desvio padrão, frequência absoluta e relativa quando necessário. Avaliou-se 38 servidores com diagnóstico de SM, sendo 76,3% do sexo masculino e 23,7 % feminino, com idade média de 54 e 51 anos, IMC (Índice de massa corporal) de 30,7 e 30,9 kg/m² e CC (circunferência da cintura) de 104,3 ± 13,86 cm e 98,75 ± 8,4 cm respectivamente. Quanto ao estilo de vida, 23,1% fumavam, 20,5% eram ex-fumantes e 61,5% não praticavam nenhuma atividade física. Dos fatores de risco componentes da SM, a hipertensão arterial sistêmica foi a mais prevalente no grupo estudado (73,7%) seguida da hipertrigliceridemia (68,4%) e baixo HDL-c (63,2%). Analisando o Escore de Framingham, 60,5% dos
servidores apresentaram risco intermediário (10 a 20%) e 5,3% risco elevado (≥ 20%), para evento de infarto do miocárdio e angina do peito em dez anos. Concluímos assim que, a possibilidade de se estimar o risco absoluto em dez anos em indivíduos que apresentam fatores de risco metabólicos, permite ações
preventivas, principalmente dirigir a estratégia populacional para prevenção de doenças cardiovasculares.