ABSTINÊNCIA
DOI:
https://doi.org/10.9789/1679-9887.2019.v17i2.172-183Abstract
O psicanalista é antes de tudo um cidadão e deve saber-se participante do mundo e da história que lhe concerne. Quando se entende de forma equivocada o princípio da abstinência, ligado ao método analítico, surge uma clínica que não beneficia nem ao analista nem ao analisador. A proposta deste artigo é a de abster-se de desejar pelo outro, ao assumir, com Freud, que a ferramenta principal da análise seja a interpretação, através da qual evitamos satisfazer desejos libidinais e propiciamos que se mantenham necessidades e aspirações do sujeito como forças que impelem para o trabalho analítico. Visitando a história da psicanálise é possível conferir, entretanto, que os conceitos de abstinência e de neutralidade foram mal aproveitados e serviram às instituições psicanalíticas para perseguir membros com participação política na vida pública.
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