É permitido fugir do risco de morte? de M. Lutero: Práticas culturais em um panfleto da peste no começo da Época Moderna

Cultural practices in a pest pamphlet in the early modern era

Autores

  • Ricardo Willy Rieth Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)Programa de Pós-graduação em Educação (Mestrado/Doutorado) http://orcid.org/0000-0001-8093-3473

DOI:

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2021.v6i11.62-91

Palavras-chave:

Peste, Morte, Cultura, Religião, Martinho Lutero

Resumo

O artigo aborda representações e práticas culturais de enfrentamento individual e coletivo a epidemias no final da Idade Média e início da Época Moderna, analisando discursos veiculados pelos assim chamados panfletos da peste, com destaque para "É permitido fugir do risco de morte?", de autoria de Martinho Lutero, em 1527. Esses discursos ensinam práticas culturais que instruem, moldam e governam corpos, propondo modos de ser e de agir, em uma complexa rede de significados produzidos e negociados. Instituem-se, assim práticas de si, no sentido de conhecer e dirigir o olhar para si, reconhecer os próprios limites e libertar-se do domínio de si mesmo e dos outros, buscando fundamentar a liberdade para um exercício ético e político.

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Biografia do Autor

Ricardo Willy Rieth, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA)Programa de Pós-graduação em Educação (Mestrado/Doutorado)

Graduado em Ciências Sociais/Bacharelado, pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS (1988), MBA em Gestão Empresarial, pela Fundação Getúlio Vargas - FGV (2019), Doutor em História da Igreja pela Universität Leipzig, Alemanha (1992) e pós-doutorado pela mesma instituição (2000). Professor no Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, Canoas, RS, Brasil

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Publicado

2021-09-28

Como Citar

Rieth, R. W. (2021). É permitido fugir do risco de morte? de M. Lutero: Práticas culturais em um panfleto da peste no começo da Época Moderna: Cultural practices in a pest pamphlet in the early modern era. Revista M. Estudos Sobre a Morte, Os Mortos E O Morrer, 6(11), 62–91. https://doi.org/10.9789/2525-3050.2021.v6i11.62-91