Modernidade e brasilidade nas canções de Alberto Nepomuceno

Autores

  • Elizete Felix de Lira UFPB

Resumo

O trabalho aqui apresentado é parte de uma pesquisa de mestrado, na qual a autora analisou onze canções em português de Alberto Nepomuceno. Sendo este compositor considerado o pai da canção de câmara brasileira, foi de extrema importância investigar as estruturas musicais do repertório. Isso revelou, que as canções foram construídas de acordo com os moldes europeus e constatadas as semelhanças com o Lied e a Mélodie, no que se refere à escrita do acompanhamento para piano e sua relação com a melodia e o texto. Outro ponto importante foi a presença de aspectos musicais próprios do modernismo, que demonstraram uma ação vanguardista de Nepomuceno diante daquela realidade brasileira. Tal prática foi possível devido aos estudos e temporadas de residência do compositor na Europa. No entanto, as críticas de suas canções direcionadas ao uso da língua portuguesa, a qual era considerada inadequada para o canto erudito, uma vez que se tratava de uma época em que o bel canto era uma constante nos palcos brasileiros. Contudo, Nepomuceno colocou a canção de câmara brasileira em nível de concerto, tornando-se, assim, o diferencial que ascendeu o canto em vernáculo. Para este artigo, a autora apresentará duas das onze canções analisadas: Candura (Rio de Janeiro, 1908) e A jangada (Rio de Janeiro, 1920). A escolha está relacionada aos fatores musicais e poéticos: A Jangada é considerada a única a fazer referência à brasilidade, a modernidade pode ser percebida em Candura, mediante a estrutura harmônica e exotismo na parte vocal. É importante ressaltar que Nepomuceno utilizou poemas de autores de nacionalidades diversas, o que amplia a variedade de temas e estilos literários.

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Biografia do Autor

Elizete Felix de Lira, UFPB

Programa de Pós-Graduação em Música

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Publicado

2015-03-22

Edição

Seção

Artigos - Teoria e Prática da Execução Musical