QUEM FALA NO SILÊNCIO?
Vivências e significações entre sujeitos solitários na pandemia
Palabras clave:
Silêncio, Cotidiano, Estudos culturais, Covid-19, SolidãoResumen
O presente artigo pretende explorar pontos centrais na vivência de sujeitos que residiram de forma solitária, sem compartilhar o ambiente domiciliar, durante a pandemia do Covid-19 no Brasil durante os anos de 2020 e 2021. A pesquisa se deu a partir de entrevistas de cinco participantes, que descreveram, além das transformações de seus cotidianos pela pandemia, suas significações sobre os momentos de estar em silêncio, desde suas concepções sobre o que é estar em silêncio até sobre a função desses momentos em suas vidas. Foi percebido como a experiência do silêncio pode modificar as perspectivas que os sujeitos formavam sobre a própria identidade, e como houve uma reconfiguração de si a partir desse fenômeno. Também foi percebido como, para vários entrevistados, a prática musical se demonstrou central para a experiência do silêncio. Com o trabalho, pretende-se fomentar o debate e promover pontos para o desenvolvimento de possíveis investigações acerca da vivência do silêncio, que foi em geral percebido de forma positiva, e suas potencialidades, na realidade contemporânea. É proposto, também, um debate sobre os limites do que pode ser considerado estar em silêncio.
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