O capitalismo sabe o custo da vida? – Reflexões sobre o capitalismo e o sujeito imigrante no livro A hora da estrela, de Clarice Lispector, e no poema Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto
DOI:
https://doi.org/10.9789/pb.v22i1.194-205Palavras-chave:
literatura, capitalismo, ética, psicanáliseResumo
O trabalho ressalta uma conexão da psicanálise com a literatura, que se aproximam por trabalharem com a mesma matéria-prima: a palavra. Buscamos discutir a ética da psicanálise como aquela que se opõe ao capitalismo, uma vez que não se pauta na felicidade, utilidade, ou obediência ao imperativo categórico. Partimos do poema “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto (1955), e o livro A hora da estrela, de Clarice Lispector (1977). As obras se transmutam em um retrato exemplar de como a literatura pode testemunhar os muitos Severinos e Macabéas, atropelados pelos efeitos predatórios do discurso capitalista, que parece comportar a fantasia de um todo sem quebra. Situamos os personagens do lado da psicanálise, uma vez que parecem provocar uma ferida na aparência gloriosa da modernidade, um buraco no utilitarismo, uma fratura no serviço dos bens, pois a ética da psicanálise é a do desejo, um discurso constituído a partir da falha, do não-saber, da ausência de garantias.
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