“Ou a gente trabalha, ou mexe com música”: notas sobre hiatos entre 'fazer musical' e 'profissão' no cotidiano de músicos em Salvador
Resumo
Partindo de um processo de observação direta e participante conduzido entre musicistas na cidade de Salvador e também de entrevistas semiestruturadas realizadas com tais agentes, reflito sobre suas vivências ocupacionais a partir das particularidades nelas verificadas. Com atenção voltada especialmente às vivências de meus interlocutores na busca pela conciliação entre dois campos de caraterísticas peculiares e distintas – o artístico e o econômico –, analiso algumas dos desafios por eles encontrados para a assimilação da condição profissional. A desvinculação socialmente estabelecida entre prática musical e ascese, bem como o condicionamento de tal prática a valores essencialistas atribuídos a seus protagonistas, a exemplo do talento, aparecem como fatores que reforçam o hiato acerca das compreensões partilhadas a respeito do ofício dos músicos e do trabalho profissional. Outro fator de destaque refere-se à ausência de critérios objetivos e racionais à avaliação do desempenho no campo musical.
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