MÚSICA: TEMPO E SER
A CONSTITUIÇÃO DA MOUSIKÉ HEIDEGGERIANA
Palavras-chave:
Música; Tempo; Ser; Mousiké; Heidegger.Resumo
O presente artigo consta de uma reflexão sobre o conceito de música na filosofia de Martin Heidegger. Esta reflexão é centrada na ideia de que a música se articula como tempo, tornando-se expressão imediata desta categoria, tal como depreendemos da leitura dos seguintes textos: O conceito de tempo; Ser e Tempo; Tempo e Ser; Nietzsche; A origem da Obra de Arte; Conferências sobre a linguagem. Desta leitura, inferimos a hipótese de que a música é expressão imediata da categoria tempo, na medida em que o tempo participa essencialmente de sua estrutura. Nesse sentido, a música há de ser, no contexto do pensamento heideggeriano, a mousiké; isto é, o lógos que doa o sentido do ser na linguagem. A argumentação se desenvolve em três partes, uma primeira em que refletimos sobre o conceito de tempo proposto por Heidegger; uma segunda, que sustenta a proposição de que o tempo participa da estrutura do ente e, por fim, uma terceira, onde caracterizamos a música em sua conexão essencial com o tempo e a relação desta ideia com o conceito heideggeriano de mousiké.
Downloads
Referências
BRELET, Gisele. Tempo Histórico e Tempo Musical em Hegel, In: Kriterion – Revista de Filosofia – ISSN – 0100-512 X – Vol. 76 – Belo Horizonte: UFMG, Janeiro a Junho de 1986, p 211-220.
DUARTE, Irene Borges. O templo e o portal. Heidegger entre Paestum e Klee. www.filosofia.uevora.pt/ibduarte/ibduarte2005.pdf, p.95.
DUCKER, Claudia. Fundação e mediação poéticas em Hölderlin e Heidegger. O Que nos Faz Pensar (PUCRJ), v. 36, p. 185-212, 2015.
FERRARA, Lawrence. Philosophy And The Analysis Of Music – Bridges to Musical Sound, Form, and Reference. Nova York: Greewod Press, 1991.
HEIDEGGER, Martin. A Caminho da Linguagem. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2003.
HEIDEGGER, Martin. A Origem da Obra de Arte. Ed. Bilingue. Trad. de Idalina Azevedo e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Ed.70, 2010.
HEIDEGGER, Martin. Nietzsche, Vol.1/2. Trad. Marco Antonio Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.
HEIDEGGER, Martin. O conceito de tempo. Lisboa: Fim de Século, 2003.
HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Trad. de M. de Sá Cavalcanti (2 vol). RJ: Vozes, 1988.
HEIDEGGER. Tempo e Ser. Trad. Ernildo Stein. In: Col. Pensadores, Vol.Heidegger. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
HUSSERL, Edmund. Lições para uma fenomenologia da consciência interna do tempo. Trad. Pedro M. S. Alves. Rio de Janeiro: Via Verita Editora, 2017.
KAHN, Charles H. A arte e o pensamento de Heráclito.São Paulo: Paulos, 2012.
KOELLREUTTER. Introdução à Estética e à Composição Musical Contemporânea – Org. Bernadete Zagonel e Salete M. La Chamurela. Porto Alegre:Movimento, 1984.
LOHMANN, Johannes. Mousiké et Logos – Contribuitions à la philosophie et à la théorie musicale grecques. Traduit de l’allemand par Pascal David. Paris: Editions T.E.R., 1989.
MEYER, Leonard B. Emotion and Meaning in Music. Chicago and London: The University of Chicago Press, 1992.
NICOLAS, François. O que é um estilo de pensamento musical, trad. Carole Gubernikoff. In: Debates – Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Música – ISSN 1414-7939 – vol.9 – RJ: Centro de Letras e Artes UNIRIO, Julho 2007 – p.118-131.
NUNES, Benedito. Hermenêutica e Poesia: O pensamento poético. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
NUNES, Benedito. Introdução à Filosofia da Arte. São Paulo: Ática, 2000
TENNEY, James. Review of Music as Heard. Journal of Music Theory, 29/1 – 1985, p. 197-213.
TOMÁS, Lia. Ouvir o lógos: música e filosofia. São Paulo: UNESP, 2002.
VATTIMO, Gianni. Introdução a Heidegger. Trad. João Gama. Lisboa: Instituto Piaget, 1996.
ZAHAVI, Dan. Husserl’s Phenomenology. California: Stanford University Press, 2003.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 DEBATES - Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Música
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
