Monumentos funerários como lugares de disputa nas políticas de memória da Espanha (2007-2023): the centrality of the exhumations of Franco and Primo de Rivera in the framework of memory policies in Spain (2007-2023)

Bruno Gazalle Cavichioli

doi:10.9789/2525-3050.2024.v9n17.e12918

Autores

Bruno Gazalle Cavichioli Universidade Federal de Pelotas – Pelotas, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2024.v9n17.e12918

Palavras-chave:

Políticas de memória, Exumação, Primo de Rivera, Valle de Cuelgamuros, Francisco Franco

Resumo

Este artigo visa demonstrar o papel de destaque das exumações dos restos mortais de Francisco Franco (2019) e José Primo de Rivera (2023) do chamado Valle dos Caídos, dentre as políticas de memória recentemente adotadas pelo governo da Espanha, especialmente a partir de 2017. Tanto Franco quanto Primo de Rivera estiveram enterrados no também denominado Valle de Cuelgamuros até que esforços do governo espanhol ocasionaram suas exumações sob o argumento de que um ditador não poderia ter um túmulo estatal em uma democracia. O objetivo deste trabalho é reforçar o entendimento de que monumentos funerários constituem lugares de memória propriamente ditos e, como tanto, estão sujeitos ao escopo analítico das políticas de memória. Concluiu-se que as exumações tiveram papel de destaque entre as medidas defendidas pelas recentes políticas de memória levadas a cabo pelo governo espanhol encabeçado pelo Partido Socialista Obrero Español por seu histórico de utilização como ponto de encontro de franquistas e falangistas, além da ofensa às memórias das vítimas do golpe, da Guerra Civil e da ditadura que surgiam como consequências diretas e indiretas desses atos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruno Gazalle Cavichioli, Universidade Federal de Pelotas – Pelotas, Brasil

Doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Pesquisador vinculado ao Núcleo de Pesquisa sobre Políticas de Memória (NUPPOME/UFPel). CV: http://lattes.cnpq.br/9645732330567167

Referências

Ayala Wold, E. A. (2021). El Partido Popular y la memoria histórica: un estudio cualitativo del contenido de discursos parlamentarios del periodo 2017-2018. [Dissertação de Mestrado, Universitetet i Oslo]. https://www.duo.uio.no/bitstream/handle/10852/87048/561311.pdf?sequence=1.

Bastianello, E., & Cerqueira, F. (2010). O cemitério como lugar para a memória. Anais do IV Encontro da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais. https://www.academia.edu/6977610/O_cemitério_como_um_lugar_para_a_memória.

Benavent, D. (2022). Los “sacrificados” y la resignificación del Valle de los Caídos como símbolo de reconciliación (1958-1959). Thémata. Revista de filosofia, 65, 181-202. https://doi.org/10.12795/themata.2022.i65.08.

Bernecker, W. (2011). El debate sobre las memorias históricas en la vida política española. In J. Reinstädler (Org.). Escribir después de la dictadura: la producción literaria y cultural em las posdictaduras de Europa y Hispanoamérica (pp. 63-96). Madrid: Iberoamericana.

Buades, J. M. (2018). A Guerra Civil Espanhola: O palco que serviu de ensaio para a Segunda Guerra Mundial. Montevideo: Contexto.

Burbano Trimiño, F. (2015). La memoria fijada en la piedra. La inscripción de inauguración del Valle de los Caídos. Ab Initio, 6 (3), 285-310. https://www.ab-initio.es.

Casanova, J. (2005). La Iglesia de Franco. Barcelona: Editorial Crítica.

Cavichioli, B. G., & Gallo, C. A. (2022, julho a dezembro). Entre Deus e o Estado: Salazar, Franco e a Igreja Católica nas ditaduras ibéricas do século XX. Revista Memória em Rede, 14 (27), 309-334. https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/Memoria/article/view/22000/14514.

Cirici, A. (1977). La estética del franquismo. Barcelona: Editorial Gustavo Gili.

Colom González, F. (2014). A past that does not die out: coping with the memory of the Spanish Civil War. Studia Universitatis Cibiniensis. Series Historica, XI, 59-69. https://digital.csic.es/bitstream/10261/195958/1/A_past_that_does_not_die_out_COLOM_Francisco.pdf.

Ferrándiz, F. (2019, abril). El Valle de los Caídos en el siglo XXI. Memoirs Newsletter, 46, 1-3. http://hdl.handle.net/10316/87184.

Ferrándiz, F. (2021). Francisco Franco is back: the contested reemergence of a fascist moral exemplar. Comparative studies in society and history: an international quarterly, 64 (1), 208-237. https://www.cambridge.org/core/journals/comparative-studies-in-society-and-history/article/francisco-franco-is-back-the-contested-reemergence-of-a-fascist-moral-exemplar/452306F0AD217C008DE120FB5910BF31#article.

Ferrándiz, F. (2022). Exhumaciones, generales y militarismo fantasma: cómo confrontar el legado de la Guerra Civil española. Alteridades, 32 (64), 73-85. https://alteridades.izt.uam.mx/index.php/Alte/article/view/1363/1400.

Guixé, J. (Org.), Conesa, R., & Ricart, N. (2018). De um valle de lágrimas a un valle de memorias: bases para um projecto de futuro sobre el Valle de los Caídos. Barcelona: Universitat de Barcelona/European Observatory on Memories. https://www.nuevatribuna.es/media/nuevatribuna/files/2018/09/28/informe-valle-caidos.pdf.

Jelin, E. (2017). La lucha por el pasado: cómo construimos la memoria social. Madrid: Siglo Veintiuno.

Kolon, H. (2021). A legacy of violence: the lack of transitional justice in post-Franco Spain and its impact on victimhood. SMU Journal of Undergradute Research, 6 (1), 1-12.

Le Goff, J. (1990). História e memória. São Paulo: UNICAMP.

Motta, R. P. S. (2013). História, memória e as disputas pela representação do passado recente. Patrimônio e Memória, 9 (1), 56-70. https://pem.assis.unesp.br/index.php/pem/article/view/334/620.

Nora, P. (Org). (1996). Realms of memory. The construction of the French past. New York: Columbia University Press.

Palacios González, D. (2023, janeiro). A return to monuments: overcoming the “forensic turn” in contemporary Spain. On the w@terfront, 65 (1), 3-33. https://doi.org/10.1344/waterfront2023.65.01.01.

Payne, S. G., & Palacios, J. (2014). Franco: a personal and political biography. Madison: University of Wisconsin Press.

Piovesan, A. (2016). A morte e o morrer na guerra: os enterramentos dos soldados brasileiros na Segunda Guerra Mundial. Revista M, 1 (2), 320-338. https://seer.unirio.br/revistam/article/view/8134/7000.

Pollak, M. (1989). Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, 2 (3), 3-15. https://www.uel.br/cch/cdph/arqtxt/Memoria_esquecimento_silencio.pdf.

Preston, P. (2012). Franco: a biography. New York: Harper Collins.

Sánchez, P. (2020). Discurso de la Primera Sesión de Investidura. https://www.lamoncloa.gob.es/presidente/intervenciones/Documents/2020/20200104%20PG%20Discurso%20investidura%20(2).pdf.

Sanz Hoya, J. (2013). Falangismo y dictadura. Una revisión de la historiografía sobre el fascismo español. In M. A Ruíz Carnicer (Org.). Falange: las culturas políticas del fascismo en la España de Franco (1936-1975) (pp. 25-60). Zaragoza: Institución Fernando el Católico.

Sevillano-Calero, F. (2016). Caídos por Dios y por España. El culto a la muerte en la fundación de la ditadura fraquista. Historia Contemporánea, (55), 609-635. https://doi.org/10.1387/hc.18095.

Tebar Hurtado, J. (2021, maio a agosto). El Valle de los Caídos: la ruina y sus evocaciones. Páginas – Revista digital de la Escula de Historia Universidad Nacional de Rosario, 13 (32), p. 1-19. http://revistapaginas.unr.edu.ar/index.php/RevPaginas.