Os guardiões de pedra da cidade dos mortos: escultura tumular na Manaus da Belle Époque

Auteurs

  • Márcio Leonel Farias Reis Páscoa Universidade do Estado do Amazonas
  • Carla Mara Matos Aires Martins Universidade do Estado do Amazonas

DOI :

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2019.v4i8.280-305

Mots-clés :

Arte Tumular, Cemitério, Iconologia, Economia da Borracha, Amazonas

Résumé

Este artigo é parte de uma investigação maior que busca, por meio do método analítico de Erwin Panofsky (1892-1968), estudar aspectos iconográficos e iconológicos de um grupo selecionado de esculturas tumulares do período da belle époque, presentes no Cemitério Municipal de São João, na cidade de Manaus. Para a seleção das esculturas consideramos o aspecto temporal e o tipológico, que possuem a figura antropomórfica em comum. Entre essas, imagem mais presente é a do anjo, comumente entendida, como guardiã dos túmulos. Entre fins do século XIX e inícios do XX, sua representação passa por transformações, que lhe conferem aspectos cada vez mais humanizados. No atual momento da pesquisa, é possível confirmar a presença de um programa estético vinculado a valores socialmente vigentes no século XIX e a adesão ao projeto de modernidade daquela época.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur

Márcio Leonel Farias Reis Páscoa, Universidade do Estado do Amazonas

Doutor em Ciências Musicais Históricas pela Universidade de Coimbra. Docente do Programa de Pós-Graduação em Letras e Artes da Universidade do Estado do Amazonas (PPGLA-UEA). CV: http://lattes.cnpq.br/3633926295444257

Carla Mara Matos Aires Martins, Universidade do Estado do Amazonas

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Letras e Artes da Universidade do Estado do Amazonas (PPGLA-UEA). CV: http://lattes.cnpq.br/3075467101336707

Références

ARIÈS, Philip. A história da morte no ocidente: da idade média aos nossos tempos. Tradução Priscila Viana de Siqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017. 289p.

AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vintes anos. São Paulo: Ciranda Cultural Editora e Distribuidora Ltda., 2007. 159p.

BITTENCOURT, Agnello. Fundação de Manaus: pródromos e sequências. 2. ed. Manaus: EDUA, 1999. 53p.

BOCHICCHIO, Luca. Transported art: 19th-century italian sculptures across continents and cultures. Material Culture Review. Sydney, n. 74-75, p. 70-85, primavera, 2012. Disponível em: <https://pdfs.semanticscholar.org/deb6/f7ce2dc2a04bef919f6b2e001ed4ecdd70f7.pdf?_ga=2.194675821.1921797076.1578319386-1928607906.1578319386>. Acesso em: 06/01/2020.

BOIS, Pedro Du. O Senhor das estátuas. Guaratinguetá/SP: PENALUX, 2013. 90p.

BORGES, Maria Elízia. Arte funerária no Brasil (1890-1930): ofício de marmoristas italianos em Ribeirão Preto. Belo Horizonte: C/Arte, 2002. 312p.

CAMPBELL, Joseph. As Máscaras de Deus: mitologia primitiva. Tradução Carmen Fischer. vol. 1. 7º ed. São Paulo: Palas Atena, 2005. 424p.

CARNEIRO, Maristela. Desnudando a masculinidade: representações de nudez e seminudez na estatuária funerária paulistana (1920-1950). Dissertação (Mestrado em Sociedade, Direito e Cidadania). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2016. 349p. Disponível em: <https://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/332>. Acesso em: 30/12/2019.

COE, Agostinho Júnior Holanda. “Nós, os ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”: a higiene e o fim dos sepultamentos eclesiásticos em São Luís (1828 – 1855). Dissertação (Mestrado em História Social) Programa de Pós-Graduação em História Social do Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2008. 140p. Disponível em: <http://www.repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/2841/1/2008_dis_ajholanda.pdf>. Acesso em: 14/09/2019.

DUARTE, Denise Aparecida Souza. Em vida inocente, na morte “anjinho”: morte, infância e significados da morte infantil em Minas Gerais (séculos XVIII-XX). Tese (Doutorado em História). Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018. 379p. Disponível em: <https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUOS-B9BJ7G>. Acesso em: 26/12/2019.

DUARTE, Durango. Manaus entre o passado e o presente. Manaus: Mídia Ponto Comm, 2009. 296p.

FRANCO, Clarissa de. A Cara da Morte: os sepultadores, o imaginário fúnebre e o universo onírico. Aparecida - SP: Ideias e Letras, 2010. 260p.

GAIAS, Marisa Porcu. Enrico Costa e Giuseppe Sartorio e l’esaltazione dele virtù patrie e private. In: BRIGAGLIA, Manlio; BAGELLA, Stefania e MANNUZU, Salvatore. Enrico Costa (1841-1909):Società, politica e cultura tra otto e novecento. Sassari: Mediando, 2012, p. 229-241.

GAWRYSZEWSKI, Alberto. A representação da morte infantil em imagens cemiteriais no Brasil (séculos XIX e XX). História: Debates e Tendências. Passo Fundo, v. 16, n. 2, p. 291-313, jul./dez. 2016. Disponível em: <http://seer.upf.br/index.php/rhdt/article/download/6919/4136/0>. Acesso em: 14/09/2019.

JAFFÉ, Aniela. O simbolismo nas artes plásticas. In: JUNG, Carl G. O homem e seus símbolos. Tradução Maria Lúcia Pinto. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008, p. 312-367.

LIGHTMAN, Alan. Sonhos de Einstein. Tradução Marcelo Levy. São Paulo: Companhia de Bolso, 2014. 103p.

LYOTARD, Jean-François. O Pós-Moderno. Tradução Ricardo Corrêa Barbosa. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1991, 123p.

MESQUITA, Otoni Moreira de. Manaus: história e arquitetura – 1852-1910. 3º ed. Manaus: Editora Valer, Prefeitura de Manaus e Uninorte, 2006. 360p.

MORIN, Edgar. O Homem e a morte. Tradução João Guerreiro Boto e Adelino dos Santos Rodrigues. Lisboa: Europa – América, 1997. 327p.

MOTA, Antonio. Estilos mortuários e modos de sociabilidade em cemitérios brasileiros oitocentistas. Horizontes Antropológicos. Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 55-80, jan./jun. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ha/v16n33/05.pdf>. Acesso em: 14/09/2019.

NABOZNY, Almir e LICCARDO, Antonio. Estética da morte: paisagens de cemitérios. Ponta Grossa – PR: Estúdio Texto, 2017. 64p.

NAGEL, Carla Maria Oliveira. A morte e o morrer na “Paris dos Trópicos”. Anais Eletrônicos do XXVI Simpósio Nacional de História. São Paulo, ANPUH Nacional, 2011. Disponível em: <http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300854249_ARQUIVO_AMorteeoMorrernaParisdosTropicossemresumoeabstract.pdf> Acesso em: 04/09/2019.

PANOFSKY, Erwin. Tomb sculpture: four lectures on its changing aspects from ancient Egypt to Bernini. New York: Harry N. Abrams, Inc., 1992. 319p.

PANOFSKY, Erwin. Estudos de iconologia: temas humanísticos na arte do renascimento. Tradução Olinda Braga de Sousa. 2. ed. Lisboa: Editorial Estampa, 1995. 237p.

PANOFSKY, Erwin. Significado nas artes visuais. Tradução Maria Clara F. Kneese. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 2017. 440p.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Gramática do tempo: para uma nova cultura política. 3 ed. São Paulo: Editora Cortez, 2010. 512p.

SNIDER, Tui. Understanding cemetery symbols: a field guide for historic graveyards. Texas: Castle Azle Press, 2017. 250p.

VAILATI, Luis Lima. A morte menina: infância e morte infantil no Brasil dos oitocentos (Rio de Janeiro e São Paulo). São Paulo: Editora Alameda. 2010. 358p.

VATTIMO, Gianni. A sociedade transparente. Lisboa: Relógio D’Água. 1992. 83p.

VATTIMO, Gianni. O fim da modernidade: niilismo e hermenêutica na cultura pós-moderna. São Paulo: Martins Fontes, 2002. 207p.

Téléchargements

Publiée

2020-01-29

Comment citer

Farias Reis Páscoa, M. L., & Matos Aires Martins, C. M. (2020). Os guardiões de pedra da cidade dos mortos: escultura tumular na Manaus da Belle Époque. Revista M. Estudos Sobre a Morte, Os Mortos E O Morrer, 4(8), 280–305. https://doi.org/10.9789/2525-3050.2019.v4i8.280-305