Oscar Guanabarino e o português brasileiro no canto erudito

Autores

  • Maria Aparecida dos Reis Valiatti Passam Universidade Federal do Rio De Janeiro – UFRJ

Resumo

O objetivo deste trabalho é comentar um texto de Oscar Guanabarino (1851-1937), publicado em 1922, que antecipa, em cerca de 16 anos, os problemas de pronúncia do português brasileiro e a necessidade de um padrão para o canto lírico, padrão este que veio a se efetivar em 1938. O artigo não pretende tratar dos aspectos técnicos ligados à fonética, dicção ou às Normas para a pronúncia do português brasileiro no canto lírico, mas oferecer uma contribuição aos aspectos históricos que vieram a estabelecer e consolidar essas Normas. A questão trafega por uma problemática mais ampla que trata de aspectos políticos, ideológicos, sociológicos e culturais que aqui se resume com a definição da identidade nacional que inclui um subproblema que pode também ser definido como a questão da identidade da arte nacional. Para o entendimento e análise do problema, adotou-se o modelo esquemático de Eric Hobsbawm para a questão da identidade nacional e um modelo esquemático correlato proposto por Mário de Andrade para a questão da identidade da arte nacional, embora o modelo esquemático de Mário de Andrade tenha sido proposto em 1927, ou seja, meia década após a análise de Guanabarino. A contribuição de Oscar Guanabarino procede de uma análise da fonética de um determinado cantor lírico comparada com a fonética do português falado no Brasil. É a partir dessa análise, portanto, que Guanabarino, se tornaria um dos primeiros intelectuais a discutir o estruturalismo do português falado no Brasil. Desse modo, sua contribuição pode ser de relevante importância histórica na consolidação das Normas para a pronúncia do português brasileiro no canto erudito.

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Biografia do Autor

Maria Aparecida dos Reis Valiatti Passam, Universidade Federal do Rio De Janeiro – UFRJ

Musicologia

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Publicado

2015-03-19

Edição

Seção

Artigos - Musicologia