Espaço virtual na música instrumental do período Barroco: timbre e dinâmica a serviço da Espacialidade
Resumo
Pretende-se comentar o desenvolvimento da técnica do eco no repertório instrumental na música europeia do Período Barroco, através da observação de peças e da contextualização dos respectivos compositores em seus círculos musicais. São descritas utilizações da técnica em repertórios para órgão (com peças de Jan P. Sweelinck, Gérard Scronx e Samuel Scheidt), flauta (Jacob van Eyck) e ensemble (Michael Praetorius). Atenta-se para elementos idiomáticos (notados ou não) para melhor entender as novas indicações propostas. Os exemplos apresentam contrastes de timbre e dinâmica como ferramenta de incutir à música instrumental sonoridades atribuídas a espaços diferentes, gerando no próprio discurso instrumental a capacidade de geração de espaços virtuais. Leva-se em consideração o papel de Sweelinck e Praetorius como difusores de prática e teoria musicais na transmissão dessa técnica. As possibilidades encontradas pelos compositores do Período Barroco para a virtualização espacial coexistiram com práticas musicais que utilizavam a distribuição dos músicos no espaço de fato, tal como acontecia nos Cori Spezzati na Basilica di San Marco, em Veneza, ou no cantar lontano de Ignazio Donati. A pluralidade de tentativas no campo composicional aponta para a importância que a questão do espaço tinha na música do período.Downloads
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Publicado
2015-03-19
Edição
Seção
Artigos - Musicologia