A atividade de Tom Zé durante o ostracismo: experimentando às margens da grande indústria
Resumo
Este trabalho apresenta resultados parciais da pesquisa de mestrado intitulada “Vocação vanguardista em meios racionalizados: A carreira artística de Tom Zé a partir de 1968”. Estabelecendo como foco central a atividade artística de Tom Zé realizada durante o seu longo período de ostracismo, situado entre os anos de 1973 e 1990, procuramos aqui compreender melhor as especificidades de sua inserção no mercado, bem como investigar as novas mudanças no seu projeto estético. Após ter radicalizado os experimentos poéticos e musicais e ter tensionado certos referenciais estéticos hegemônicos no LP Todos os Olhos (1973), Tom Zé se distanciava da cena artística oficial e passava a atuar em espaços alternativos de menor visibilidade. Devido à postura contrária a certos padrões culturais dominantes e às suas práticas criativas, consideradas ousadas, transgressoras e herméticas pela crítica especializada, acabou recebendo o rótulo de cancionista “marginal” ou “maldito”, junto de outros artistas, como Jards Macalé, Jorge Mautner, Walter Franco, Marcus Vinicius, entre outros. Nesse sentido, procuramos problematizar as relações entre as opções estéticas de Tom Zé, sua forma de atuação no mercado do período e o segmento conhecido como cultura marginal – identificando afinidades, diferenças e mediações estabelecidas entre as duas partes. Com base em discursos presentes em matérias publicadas em periódicos, investigamos também o sentido da ação de Tom Zé ao desenvolver uma pesquisa performática de timbres e sonoridades inusitadas com ferramentas, máquinas de oficinas e sons oriundos da execução de fitas magnéticas manipuladas através de equipamentos eletrônicos, bem como as possíveis razões de tais decisões estéticas.Downloads
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Publicado
2015-04-01
Edição
Seção
Artigos - Etnomusicologia/Música Popular