A inclusão da performance na análise musical: problemas e possibilidades metodológicas
Resumo
Este artigo faz parte de uma pesquisa desenvolvida dentro do projeto de doutorado da autora, que tem como objetivo principal realizar uma análise da sonoridade em obras para piano de compositores brasileiros, na qual o viés da performance seja englobado. O presente artigo traz algumas reflexões inerentes à pesquisa; a discussão sobre a dissociação entre análise musical e performance e a centralidade do pensamento analítico no texto musical. Dentro destas questões são discutidas também as consequências destas premissas acima citadas no conhecimento musical. O texto como centro, como fonte de onde provém o significado musical trouxe para a análise a ideia de que o entendimento da partitura resultaria em um consequente entendimento da obra musical. Entretanto, parte do processo musical e criativo é eliminada nesta relação, uma vez que performance não é neutra, que o performer é um sujeito ativo e que a construção de sentido musical em determinada peça engloba interações tanto com o texto, quanto com outros elementos relativos à performance, como a tradição oral, o corpo de conhecimento sobre música, a ecologia, o público e a própria subjetividade do performer. Na sequência da explanação, são brevemente expostas algumas vertentes de pensamento onde o olhar para fora do texto musical é valorizado, sendo elas a Nova Musicologia e a Musicologia Crítica, ambas frutos das mudanças que começaram a aparecer no pensamento musicológico a partir da década de 1980, e também o recente ramo de pesquisa denominado Pesquisa Artística. Por fim, são propostas, a partir de textos de Clarke (2007), Cook (2007, 2006, 2005, 1999) e Rink (2007), algumas possibilidades metodológicas que visam a integração do conhecimento performático à análise musical.Downloads
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Publicado
2016-06-30
Edição
Seção
Artigos - Musicologia