Teorias imitativas em música: França e Inglaterra no século XVIII

Autores

  • Rodrigo Lopes INSTITUTO DE ARTES DA UNESP/PPGM

Resumo

O presente artigo trouxe ideias relacionadas ao conceito de imitação em música na França e na Inglaterra do século XVIII. O conceito de imitação, - cuja base estava em imitar traços da bela natureza transformados em objetos artísticos com esses traços aperfeiçoados -, tinha respaldo na linguagem verbal, suporte para os significados em música. Esta deveria de ser uma representação através da palavra, que mesmo com suporte da música instrumental, pudesse mover as paixões humanas, porém, através da racionalidade. Esse conceito foi questionado por pensadores do século XVIII, como Chabanon, na França, Daniel Webb, na Inglaterra, que se interrogaram quanto ao real papel da música no uso das teorias imitativas, se esta deveria imitar e como imitar. Esses autores eram partidários de uma expressão musical por si mesma, e foram abandonando essas teorias - tão importantes para as artes como um todo até o século XVIII - em prol de uma apreciação musical e uma forma de senti-la sem qualquer respaldo das representações externas. O critério então começaria a ser o próprio sentimento individual. Autores como Abade Dubos e Charles Batteux eram representantes de uma tradição respaldada nas teorias imitativas, e se apegavam à tradição da Antiguidade Clássica, já que nela também estavam os critérios para a realização das teorias imitativas e a demonstração da erudição na contextualização da ópera. Pensadores viram nessas teorias nada mais do que uma representação da aristocracia que gostava de ver no palco a representação de si mesma. Ao mesmo tempo em que a expressão em música foi tomando espaço, viu-se a ascensão da sociedade burguesa que, sem a cultura e a erudição da aristocracia, queria também ver-se representada em cena musical, e para isso valeu-se dos sentimentos internos.

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Publicado

2016-07-03

Edição

Seção

Artigos - Musicologia