O Conceito de Densidade: Verticalidade e Horizontalidade
Resumo
Este artigo é parte integrante de uma pesquisa mais ampla de Mestrado em Música na Universidade de São Paulo (USP) e pretende estabelecer, entre as múltiplas formas de abordagem do tema da densidade musical, diferenças e similaridades terminológicas e teóricas. Desenvolve-se, portanto uma revisão literária e análise comparativa conceitual. O pensamento metodológico está apoiado no “Referencial Silva Ramos de Análise Orientada para a Performance Musical” (RAMOS, 2003), que deu origem às reflexões sobre densidade. A base analítica é a obra de Wallace Berry (1976) que serve como ponto de partida para a problematização do conceito de densidade nos estudos teórico-analíticos musicais contemporâneos. Tal revisão foi elaborada por meio de leitura apurada onde o destaque foi o segundo capítulo do livro Structural Functions in Music intitulado Texture em que se constata a existência de uma temática secundária que contribui para esta pesquisa.
Esta pesquisa legitima o conceito de densidade apresentado por Berry, mas ao observar a utilização de outros termos para a mesma ideia de densidade, encontramos outras características qualitativas. Berry identifica densidade sobre um sentido vertical, mas podemos encontrar uma densidade caracterizada pela horizontalidade. Esse posicionamento é visível nas explicações de Schoenberg sobre os processos composicionais. Após a revisão bibliográfica, realizou-se uma análise crítica da diversidade terminológica na obra de Schoenberg (2012), investigando a semelhança entre os termos que descrevem os processos composicionais e sua relação com os aspectos rítmicos e harmônicos da densidade. Tratando-se de um conceito complexo, a identificação e significação do conceito de densidade exige o conhecimento específico e detalhado dos diferentes termos e formas de análise que têm sido praticadas recentemente. Justifica-se, portanto, a abordagem comparativa e exploração de autores diversos que se dedicaram à atividade analítica musical.