Cartografias de vida-e-morte em territórios pandêmicos: marcas-ferida, necro-bio-políticas e linhas de fuga
wound-marks, necro-bio-politics and lines of escape
DOI:
https://doi.org/10.9789/2525-3050.2021.v6i11.275-293Palavras-chave:
COVID-19, Filosofia da diferença, Morte, Pandemia, VidaResumo
Em territórios pandêmicos, os limites entre vida e morte tornam-se mais tênues. A pandemia de COVID-19 deixa centenas de milhares de mortos no mundo e, dentre eles, levou o pai do primeiro autor, gerando marcas-ferida que moveram a escrita deste texto. A partir das marcas, utilizamos a cartografia para percorrer os territórios de vida e morte em contextos pandêmicos, dialogando com autores como Deleuze, Guattari, Rolnik, Foucault e Mbembe. Primeiramente, movidos pelas marcas e marcas-feridas, pensamos nos acontecimentos, na morte e nos lutos. Depois, aprofundamos na análise dos territórios pandêmicos ao observar as tramas de controle da vida e da morte, apoiados nos conceitos de biopolítica, necropolítica e necrobiopolítica. Na parte final, pensamos em linhas de fuga que permitam escapar na dureza destes tempos: escapar rizomando como formas de existência, resistência e re-existências.
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