O limiar enquanto experiência
um estudo a partir de Pineal- ritual cênico
Resumo
Neste artigo, procuramos compreender o que é o fenômeno do limiar, de que modo ele pode ser apreendido na qualidade de experiência e quais suas possíveis implicações subjetivas. Para isso, utilizamos como objeto de observação a peça “Pineal – ritual cênico”, obra artística brasileira cuja estrutura e elementos fluidos possibilitam a dissolução dos limites daquilo que comumente captamos como uma experiência teatral típica. A partir das reflexões de Walter Benjamin e do filósofo-sociólogo Georg Simmel, trazemos a hipótese de que as experiências de limiar, mais especificamente a experiência proposta por Pineal, em um cenário cotidiano atual marcado cada vez mais pela rapidez e pela automatização de processos, permitem a abertura subjetiva para sensações que geralmente evitamos e ocultamos de nossa memória, possibilitando novos tipos de vivências e afetos.