As subjetividades do ser-pai

Auteurs

  • Edna Maria Galvão de Oliveira

Résumé

Esse artigo passa pelo lugar que o pai ocupa hoje na sociedade, e é uma questão que atravessa a trajetória de Freud. A formulação freudiana sobre o pai surge, no Ocidente, num momento cultural de uma especial declinação social, em termos de “ser pai”. A ambivalência da infância perdura no adulto de hoje, sujeito atormentado por conflitos emocionais e desafios existenciais, que sucumbiu à velocidade da cultura contemporânea, à fragmentação, à globalização, ao fast-food. A idéia de Freud do mal-estar na cultura está presente nessa atual época de crises: crise familiar, crise política, crise ética etc. O homem vê-se fragmentado em meio a essas crises e ao próprio desconforto quanto: o que se é, o que se quer e o que se deve ser. Na realidade, o mal-estar não de um, mas de toda civilização avançada e moderna. A queda do patriarcado é uma das dificuldades que o homem moderno está enfrentando. E é uma questão relevante para a subjetividade masculina. Estamos falando do ser-pai e de suas subjetividades, pois ser pai hoje, é talvez mais difícil do que o foi ontem. O pai de hoje é o filho de ontem e suas subjetividades são constituídas, como filho e como pai. Como pai, esse homem é responsável pelo filho e ser pai exibe uma profunda preocupação no que se refere ao desenvolvimento dos filhos. A emergência do pai enquanto metáfora pura e simples, não deixa de subsistir como a única investidura estruturante para a criança. A relação do pai com a ética dá-se na justa medida em que, sem ela, a maior preocupação do homem seria ensinar seus filhos a competir em um mundo regulado pela lei daquele que fala mais alto, do mais esperto, do mais forte, ou do mais ágil posto que é preciso aprender a viver neste mundo para vencer e obter sucesso.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Téléchargements

Comment citer

Oliveira, E. M. G. de. (2015). As subjetividades do ser-pai. Revista Morpheus - Estudos Interdisciplinares Em Memória Social, 5(9). Consulté à l’adresse https://seer.unirio.br/morpheus/article/view/4771

Numéro

Rubrique

Artigos originais