O Suvaco de Cobra da Penha Circular e o choro na década de 1970
memória e identidade cultural
Palavras-chave:
Música Popular Brasileira; Identidade Cultural; Memória Coletiva; Suvaco de Cobra da Penha Circular.Resumo
Este artigo propõe uma análise do convívio cotidiano de um botequim carioca sob a perspectiva sociológica, histórica, musicológica e da ocupação de territórios geográficos associados ao conceito de patrimônio cultural. O objetivo é apresentar o contexto de práticas musicais e relações sociais ocorridas no Bar Suvaco de Cobra da Penha Circular (RJ), entre as décadas de 1970 e 1980, ressaltando personagens, músicos e, sobretudo, a importância do gênero Choro como elemento de resgate da memória coletiva e de afirmação da identidade cultural carioca. As rodas de choro do Suvaco de Cobra resgataram obras de grandes autores, intérpretes e promoveram a iniciação de músicos e compositores que atuam hoje no cenário cultural brasileiro. O suporte teórico adotado se fundamenta no conceito de memória e espaço proposto por Maurice Halbwachs, nos estudos de memória coletiva e individual, de Michael Pollak, entre outros. A apropriação do espaço geográfico por indivíduos integrantes de uma rede social e cultural é baseada nos conceitos de Howard Becker na busca de se compreender a constituição social de um botequim carioca. A metodologia contempla a revisão de literatura e o resgate da memória através de entrevistas concedidas pelos integrantes do Suvaco de Cobra ao autor deste artigo.
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