O IMPROVISADOR COMO ESTRANGEIRO

UMA RESPOSTA À CRÍTICA DE JOHN CAGE À IMPROVISAÇÃO

Autores

  • Martin Robbio UNIRIO

Palavras-chave:

Improvisação, subjetividade, acontecimento

Resumo

A improvisação em sua forma mais pura exige começar do zero, o que implica um sujeito sem história, experiência ou hábitos. Como essa exigência é impossível de ser satisfeita, John Cage e outros autores criticaram a improvisação por seu automatismo e porque ela acaba dependendo da subjetividade e dos gostos do intérprete. Porém, assumir o desaparecimento do ego do improvisador torna a improvisação impraticável. Por isso, é importante propor uma categoria de sujeito aberto, que se deixa contaminar pela alteridade e pelo estranho, que se apropria do passado de forma inovadora e que considera cada evento como único e irrepetível. Essa impossibilidade básica pode ser apenas teórica se assumirmos uma desconstrução das categorias de sujeito, tempo e evento. Dessa forma, a partir das ideias do “estranho” em Freud, do tempo messiânico em Walter Benjamin, do “outro” em Derrida e do acontecimento em Deleuze, poderemos pensar em uma subjetividade que possibilite a improvisação. Isso em um duplo sentido: uma subjetividade que produz a improvisação e, ao mesmo tempo, que é produto dela.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Martin Robbio, UNIRIO

Martín Robbio é pianista e compositor. Editou 8 discos autorais, estudou Letras e Filosofia na Universidad de Buenos Aires, fez mestrado em “Estudios interdisciplinarios de la subjetividad (UBA) e é mestrando em Processos Criativos (PPGM – UNIRIO). Além de músico, foi professor na Universidad de Buenos Aires por quinze anos. Suas pesquisas têm foco na improvisação e nos processos criativos artísticos, na área de contato entre a música e a filosofia. Email de contato: martinrobbio@edu.unirio.br

Referências

AGAMBEN, Giorgio. La potencia del pensamiento Buenos Aires: Adriana Hidalgo, 2018.

AGAMBEN, Giorgio. Lo que queda de Auschwitz. Madrid: Editora Nacional, 2002.

BAKHTIN, Mijail. El problema de los géneros discursivos. In: Estética de la creación verbal. Buenos Aires: Siglo XXI, 2005.

BARDET, Marie. Pensar con mover. Buenos Aires: Cactus, 2012.

BENJAMIN, Walter. Sobre el concepto de historia, In: Conceptos de filosofía de la historia. La Plata: Terramar, 2007.

BLANCHOT, Maurice. De Kafka a Kafka. Buenos Aires: FCE, 1993.

BUTLER, Judith. Cuerpos que importan: sobre los límites materiales y discursivos del “sexo”. Buenos Aires: Paidós, 2002.

CAGE, John. Silence. Madrid: Ardora, 2012.

DE SOUSA SANTOS, Boaventura. Introducción a las epistemologías del sur. In: Construyendo las Epistemologías del Sur - Para un pensamiento alternativo de alternativas. Buenos Aires: CLACSO, 2018.

DELEUZE, Gilles. Lógica del sentido. Buenos Aires: Paidós, 2005.

DERRIDA, Jaques. El monolingüismo del otro o la prótesis de origen. Buenos Aires: Manantial, 2009.

DERRIDA, Jaques; COLEMAN, Ornette. La lengua del otro: Ornette Coleman - Jacques Derrida, tradução e introdução de Gustavo Celedón Borquez. In: Cuadernos del pensamiento latinoamericano n° 19, p. 183-93, 2017.

DEWEY, John. El arte como experiencia. Barcelona: Paidós, 2008.

DURÁN, Cristóbal. La extracción del afecto musical: Deleuze y la composición de un tiempo flotante. In: Revista De Teoría Del Arte, (22), p. 47-60, 2015.

ESPOSITO, Roberto. El dispositivo de la persona. Buenos Aires: Amorrortu, 2011.

FREUD, Sigmund. Lo siniestro. In: Obras Completas. Tomo 3. Madrid: Biblioteca Nueva, 1996.

FREUD, Sigmund. Psicología de masas y análisis del yo. In: Obras Completas. Tomo 3. Madrid: Biblioteca Nueva, 1996.

GIANERA, Pablo. Formas frágiles. Improvisación, indeterminación y azar en la música. Buenos Aires: Debate, 2011.

GLISSANT, Édouard. Filosofía de la relación. Buenos Aires: Miluno, 2019.

GRÜNER, Eduardo. La Cosa política o el acecho de lo Real. Buenos Aires: Paidós, 2005.

INGOLD, Tim; HALLAM, Elizabeth (eds.). Creativity and cultural improvisation. Oxford: Berg, 2007.

JANKÉLÉVITCH, Vladimir. A música e o inefável. São Paulo: Perspectiva, 2018.

KUHN, Laura. A few words about John Cage and improvisation. In: John Cage, How to get started, publicado em conjunto com uma instalação interativa na Slought Foundation, em 2010.

LAZZARATO, Maurizio. Políticas del acontecimiento. Buenos Aires, Tinta limón, 2010.

MATTHEWS, Wade. Improvisando. La libre improvisación musical. Madrid: Turner, 2012.

ROLNIK, Suely. Para una crítica de la promesa. In: Colectivo Situaciones (coord) Impasse: dilemas políticos del presente. Buenos Aires: Tinta Limón, 2009.

TOOP, David. En el maelström. Música, improvisación y el sueño de libertad antes de 1970. Buenos Aires: Caja Negra, 2018.

Downloads

Publicado

2025-04-22

Como Citar

Robbio, M. (2025). O IMPROVISADOR COMO ESTRANGEIRO: UMA RESPOSTA À CRÍTICA DE JOHN CAGE À IMPROVISAÇÃO. DEBATES - Cadernos Do Programa De Pós-Graduação Em Música, 29, e292503. Recuperado de https://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/13304

Edição

Seção

Artigos