Contribuições musicológicas aos processos criativos da reelaboração musical: a transcrição da suíte BWV 1008 de J. S. Bach para o Violão de 11 cordas

Autores

  • Ricardo Henrique Serrão Unicamp
  • Paulo César Martelli USP

Palavras-chave:

Musica Poetica. J. S. Bach. Reelaboração musical. Transcrição musical. Alto-guitar.

Resumo

O presente artigo aborda as implicações de uma análise retórica musical nos processos de reelaboração musical, em especial, na transcrição para o violão de 11 cordas – alto-guitar – sobre a suíte II - BWV 1008 - de J. S. Bach. É muito comum que transcrições de obras de J. S. Bach para o violão moderno de seis cordas omitam – ou descaracterizem – determinadas figuras retóricas musicais presentes nas partituras originais do compositor. Talvez seja pelo fato de termos um legado de violonistas transcritores que não buscaram ferramentas de reelaboração musical ligadas às discussões da nova musicologia histórica, aspecto que ganhou espaço pouco a pouco nas universidades a partir da segunda metade do século XX. Ao avaliar as singularidades da Suite II, foi possível analisar as figuras retóricas musicais no intuito de propor uma nova transcrição da obra para o alto-guitar como parte dos resultados dessa pesquisa. Assim, foi possível sugerir soluções para alguns obstáculos de reelaboração musical e, consequentemente, da performance musical de obras barrocas. Por fim, concluimos que, partindo de uma imersão na linguagem musical de J. S. Bach foi possível evitar manobras idiomáticas e mecânicas instrumentais que enfraqueciam a consistência composicional das obras além de, repensar a prática das transcrições musicais enquanto ferramenta importante no ensino da música barroca no Brasil.

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Biografia do Autor

Ricardo Henrique Serrão, Unicamp

Graduado em Violão Clássico e mestrando em Composição pela Universidade Estadual de Campinas, Ricardo Henrique atua como performer nos diversos campos da música clássica e popular tendo realizado apresentações em diversos locais como SESC Campinas e Interlagos, SESI Araraquara, Movimento Violão - Jovens Virtuoses, Simpósio Internacional da UFMG, I Seminário Milton Nunes, Seminário de Violão de Rio Claro, dentre outros. Em música de câmara, conquistou os prêmios de 1° lugar no Concurso Nacional Musicalis (2013); 2° lugar no Concurso internacional Raul Sánchez Clagett de Violão (Uruguai, 2013) e 1° lugar no Concurso de Violão Souza Lima (2017). No ano de 2017 foi professor assistente da graduação em música da Unicamp nas disciplinas de Harmonia do Classicismo, Harmonia do Romantismo e Harmonia do século XX.

Paulo César Martelli, USP

Mestre pela The Juilliard School, Professional Studies na Manhattan School of Music e doutor pela Unesp São Paulo, tornou-se importante referência do violāo de onze cordas – alto-guitar - com destaque para seus arranjos de J. S. Bach. Diversas vezes premiado internacionalmente e vencedor de vários concursos importantes, Paulo Martelli apresentou-se como solista e camerista frente a distintas orquestras e grupos de câmara no Brasil e exterior, com destaque para a première do Concerto para violão e orquestra de F. Mignone no Brasil, frente a Orquestra de Campinas, e colaborações com a Metamorphosen Chamber Orchestra. Em seu catálogo de gravações, constam CDs aclamados por sua “perfeiçāo” (Classical Guitar Magazine, Reino Unido), “sólida e brilhante técnica” (Soundboard Magazine, EUA), e “musicalidade impecável” (Gendai Magazine, Japão). Como produtor, Paulo Martelli é empreendedor cultural no meio violonístico com o projeto Movimento Violão. O projeto lançou uma caixa de DVDs com os programas de TV da temporada 2012 pelo selo SESC em 2017.

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Publicado

2018-12-19

Como Citar

Serrão R. H., & Martelli, P. C. (2018). Contribuições musicológicas aos processos criativos da reelaboração musical: a transcrição da suíte BWV 1008 de J. S. Bach para o Violão de 11 cordas. DEBATES - Cadernos Do Programa De Pós-Graduação Em Música, (21). Recuperado de https://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/8442