Mulheres que trabalham com a morte: a perspectiva feminina diante de ofícios do sistema funerário
DOI:
https://doi.org/10.9789/2525-3050.2023.v8n15.e11547Palavras-chave:
Tanatologia, Gênero, Morte, Serviço Funerário, Trabalho de mulheresResumo
Este artigo apresenta um estudo sobre mulheres que trabalham no sistema funerário, como é o caso de sepultadoras, cremadoras e agentes de empresas funerárias do Brasil. Por estarem expostas ao fenômeno da morte na concretude em que ocorre, e no cotidiano de suas profissões, lidam rotineiramente com a finitude da vida humana. Para tanto, ouvimos em entrevistas, o percurso e como é “ser mulher” em ofícios nos quais predomina a figura masculina. Os dados foram obtidos a partir de entrevistas com base em roteiro semiestruturado com quatro mulheres profissionais do serviço funerário, inclusive com coleta de seus dados sociodemográficos, que propiciaram as seguintes conclusões: 1) há desigualdade de gênero no sistema funerário, em desfavor das mulheres, 2) a maior preocupação apontada pelas trabalhadoras entrevistadas era com a dificuldade de oferecer amparo para familiares e amigos da pessoa morta, e 3) a pandemia da Covid-19 foi um fator chave nos trabalhos que envolvem o sistema funerário.
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