Sob a maré da história: os náufragos mortos da guerra submarina na costa de Sergipe (1942)
DOI:
https://doi.org/10.9789/2525-3050.2023.v8n16.e11960Palavras-chave:
Náufragos mortos, Cemitérios, Guerra submarina, Sergipe, Segunda Guerra MundialResumo
Este artigo discute o impacto social gerado pelos torpedeamentos navais na costa de Sergipe (Brasil), ao longo da Batalha do Atlântico Sul, Segunda Guerra Mundial. Objetiva por nexo entre as histórias militares e as memórias dramáticas, e assim, vislumbrar os náufragos mortos, as práticas de sepultamento nas praias e a criação dos cemitérios dos náufragos. De certo, conceber a morte enquanto objeto de estudo ainda gera desconforto na maioria das pessoas. Contudo, é preciso atravessar o tema tabu e entender seus silêncios dentro da sociedade brasileira. Norteado, então, por uma metodologia mais provocadora, desenvolveu-se aqui, uma pesquisa qualitativa pautada na morte e morrer nos conflitos militares. Com base na análise de documentos variados e nas entrevistas orais, foram privilegiadas as impressões coletivas de dentro para fora, ou seja, como os sergipanos aprenderam a ver o mundo da guerra no seu mar, graças à materialidade dos cadáveres e outros objetos flutuantes saídos das embarcações abatidas.
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