Sob a maré da história: os náufragos mortos da guerra submarina na costa de Sergipe (1942)

Autores

  • Luiz Antônio Pinto Cruz Instituto Federal de Sergipe – Campus Socorro, Aracaju/SE, Brasil https://orcid.org/0000-0003-0854-8866
  • Lina Maria Brandão de Aras Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Salvador/BA, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2023.v8n16.e11960

Palavras-chave:

Náufragos mortos, Cemitérios, Guerra submarina, Sergipe, Segunda Guerra Mundial

Resumo

Este artigo discute o impacto social gerado pelos torpedeamentos navais na costa de Sergipe (Brasil), ao longo da Batalha do Atlântico Sul, Segunda Guerra Mundial. Objetiva por nexo entre as histórias militares e as memórias dramáticas, e assim, vislumbrar os náufragos mortos, as práticas de sepultamento nas praias e a criação dos cemitérios dos náufragos. De certo, conceber a morte enquanto objeto de estudo ainda gera desconforto na maioria das pessoas. Contudo, é preciso atravessar o tema tabu e entender seus silêncios dentro da sociedade brasileira. Norteado, então, por uma metodologia mais provocadora, desenvolveu-se aqui, uma pesquisa qualitativa pautada na morte e morrer nos conflitos militares. Com base na análise de documentos variados e nas entrevistas orais, foram privilegiadas as impressões coletivas de dentro para fora, ou seja, como os sergipanos aprenderam a ver o mundo da guerra no seu mar, graças à materialidade dos cadáveres e outros objetos flutuantes saídos das embarcações abatidas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luiz Antônio Pinto Cruz, Instituto Federal de Sergipe – Campus Socorro, Aracaju/SE, Brasil

Doutor em História, Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor substituto de História do Campus Socorro, do Instituto Federal de Sergipe. Professor de História na Colégio Estadual Professor Antônio Fontes Freitas, junto à Secretaria de Educação e Cultura de Sergipe (SEDUC-SE). É membro do GPCIR, Grupo de Pesquisa sobre Culturas, Identidades e Religiosidade (CNPq/UFS). CV: http://lattes.cnpq.br/9503027449247129

Lina Maria Brandão de Aras, Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Salvador/BA, Brasil

Doutora em História pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora Titular aposentada do Departamento de História da mesma universidade. CV: http://lattes.cnpq.br/1076732028646198

Referências

Adcarrobalo. (2012). Fotografia do cemitério dos náufragos. Praia de Sergipe. Disponível em: http://adcarrobalo.blogspot.com/. Acesso em: 01 out. 2017.

Ariès, P. (2003). História da morte no Ocidente. Rio de Janeiro: Ediouro.

Benjamin, W. (1987). Rua de mão única. São Paulo: Editora Brasiliense.

Benjamin, W. (2006). Passagens. Belo Horizonte: Editora UFMG. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Cabral, M. (1948). Roteiro de Aracaju: guia sentimental da cidade. Aracaju: Livraria Regina.

Cruz, L. A. P. (2017). A Guerra do Atlântico na costa do Brasil: rastros, restos e aura dos U-boats no litoral de Sergipe e da Bahia (1942-1945). [Tese de Doutorado em História, Universidade Federal da Bahia (UFBA)], Salvador.

Dosse, F. (2013). Renascimento do acontecimento: um desafio para o historiador: entre Esfinge e Fênix. São Paulo: Editora Unesp.

Grossman, D. (2007). Matar! Um estudo sobre o ato de matar. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército.

Kellehear, A. (2016). Uma história social do morrer. São Paulo: Editora da UNESP.

Lauwers, M. (2015). O nascimento do cemitério: lugares sagrados e terra dos mortos no Ocidente medieval. Campinas: Editora da Unicamp.

Neves, M. de S. (1998). História e Memória: os jogos da memória. In: I. R. Mattos (Org.). Ler e escrever para contar: documentação, historiografia e formatação do historiador. Rio de Janeiro: Accsess.

Piovezan, A. (2017). Morrer na guerra, a sociedade diante da morte em combate. Curitiba: CRV.

Sander, R. (2007). O Brasil na mira de Hitler: a história do afundamento de navios brasileiros pelos nazistas. Rio de Janeiro: Objetiva.

Schmitt, J. (2010). Mortes Vitorianas: Corpos, luto e vestuário. São Paulo: Alameda.

Silveira, J. (2004). A feijoada que derrubou o governo. São Paulo: Companhia das Letras.

Vasconcelos, Y. e Muñoz, D. (2008). O que acontece no corpo durante um afogamento?. <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-acontece-no-corpo-durante-um-afogamento/ >. Acesso em: 10/06/2022.

Downloads

Publicado

2023-07-01

Como Citar

Cruz, L. A. P., & Aras, L. M. B. de. (2023). Sob a maré da história: os náufragos mortos da guerra submarina na costa de Sergipe (1942). Revista M. Estudos Sobre a Morte, Os Mortos E O Morrer, 8(16). https://doi.org/10.9789/2525-3050.2023.v8n16.e11960