Entre Categas e Mundiças: os primeiros cemitérios oficializados de Porto Velho (RO)
DOI:
https://doi.org/10.9789/2525-3050.2016.v1i2.413-442Palavras-chave:
Cemitério da Candelária (Categas), Cemitério Inocentes (Mundiças), Porto Velho (RO), Territórios da Morte, Cemitérios e territorialidades.Resumo
O presente artigo tem por objetivo analisar os dois primeiros territórios da morte oficializados de Porto Velho, RO, e as territorialidades deles engendradas pelo universo sócio-espacial da cidade. Busca compreender as formas de organizações marcadas por singularidades, mudanças, permanências e relações sociais da época que atravessam o tempo presente. Os cemitérios da Candelária e Inocentes foram concebidos para abrigar os corpos de Categas e Mundiças, assim denominados os grupos sociais que fizeram parte da cena portovelhense, até o final da primeira metade do século XX. O primeiro corresponde aos funcionários da ferrovia e, posteriormente, com o crescimento da cidade, aos funcionários públicos e comerciantes. Eram assim denominados porque, aos olhos da população pobre, eles possuíam certa categoria. O segundo representava os demais sujeitos sociais, que viviam em bairros periféricos sem as mínimas condições de higiene e, por essa razão, eram denominados Mundiças.Downloads
Referências
AHLERT, Martina. Cidade Relicário: uma etnografia sobre terecô, precisão e Encantaria em Codó (Maranhão). 2013. Tese (Doutorado em Antropologia) - Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade de Brasília, Brasília, 2013. 281 p. Disponível em: http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/13742/1/2013_MartinaAhlert.pdf. Acesso em: 17 nov. 2014.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. 160 p.
BORZACOV, Yêdda Pinheiro. Porto Velho - 100 anos de história. Porto Velho: Primor, 2007. 258 p.
BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade - lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. 448 p.
CANTANHEDE, Antônio. Achegas para a História de Porto Velho. Manaus, 1950. 333 p.
CARDOSO, Hiago de Paiva. A Influência da Tradição de Mina Nagô na Umbanda em Porto Velho: um estudo no Centro de Umbanda São José de Ribamar e no Terreiro de Umbanda Nossa Senhora da Penha. 2014. Monografia (Bacharelado em História) - Departamento de História, Universidade Federal de Rondônia. Porto Velho, 2014. 53 p.
CARVALHO, Patrícia Marinho de. A Travessia Atlântica de Árvores Sagradas: estudos de paisagem e arqueologia em área remanescente de quilombo em Vila Bela/MT. 2012. Dissertação (Mestrado em Arqueologia e Etnologia) - Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2012. 271 p.
CRUZ, Oswaldo Gonçalves. Madeira-Mamoré Railway Company: considerações geraes sobre as condições sanitárias do Rio Madeira. Rio de Janeiro: Papelaria Americana, 1910. 68 p.
DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. História Oral: memória, tempo, identidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2010. 136 p.
DUARTE, Durango. Manaus entre o Passado e o Presente. Manaus: Midia Ponto Comm, 2009. 282 p.
FERREIRA, Manoel Rodrigues. Nas Selvas Amazônicas. São Paulo: Biblos, 1961. 375 p.
FERREIRA, Manoel Rodrigues. A Ferrovia do Diabo. São Paulo: Melhoramentos, 1982. 408 p.
FOUCAULT, Michel. O Nascimento da Clínica. Rio de Janeiro: Forense, 1977. 252 p.
FOUCAULT, Michel. Resumo dos Cursos do Collège de France (1970-1982). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987. 136 p.
FOUCAULT, Michel. Segurança, Território, População. São Paulo: Martins Fontes, 2008. 572 p.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 2009. 296 p.
FOUCAULT, Michel. Estratégia, Poder-Saber. Coleção Ditos e Escritos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010. 305 p. v. 4.
GAULD, Charles A. Farquhar o Último Titã: um empreendedor americano na América Latina. São Paulo: Cultura, 2006. 520 p.
HARDMAN, Francisco Foot. Trem-Fantasma: a ferrovia Madeira-Mamoré e a modernidade na selva. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. 346 p.
LODY, Raul. Árvores Sagradas: etnografia e ecologia no Candomblé, no Xangô e no Mina Jeje-Nagô. In: LODY, Raul. O Povo de Santo: religião, história e cultura dos orixás, voduns, inquices e caboclos. Rio de Janeiro: Pallas, 1995. p. 264-27.
LOUREIRO, Maria Amélia Salgado. Origem Histórica dos Cemitérios. São Paulo: Secretaria de Serviços e Obras, 1977. 99 p.
MENEZES, Esron Penha. Retalhos para História de Rondônia. Manaus: Imprensa Oficial, 1980. 378 p.
NOGUEIRA, Julio. Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Rio de Janeiro: SPVEA, 1959. 120 p.
PINHEIRO, Ary Tupinambá Penna et al. Nacionalização da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Porto Velho: Conselho Estadual de Cultura. 1996. 123 p.
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. 591 p.
PRIORE, Mary Del. Ritos da Vida Privada. In: SOUZA, Laura de Mello. (org.). História da Vida Privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 275-330. v. 1.
RICOEUR, Paul. Tempo e Narrativa. Vol. 1. Campinas: Papirus, 1994. 327 p.
RODRIGUES, José Carlos. Tabu da Morte. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2006. 260 p.
https://doi.org/10.7476/9788575413722
SILVA, Amizael Gomes da. Amazônia: Porto Velho. Porto Velho: Palmares, 1991. 137 p.
TEIXEIRA, Marco Antônio Domingues. A Morte e o Culto aos Mortos nas Tradições Populares de Rondônia. Saber Científico, Porto Velho, v. 2, n 2, p. 1-36, 2009. Disponível em: http://revista.saolucas.edu.br/index.php/resc/article/view/128. Acesso em: 09 set. 2014.
TOMLINSON, Henry Major. O Mar e a Selva: Relato de um Inglês na Amazônia. Jundiaí: Paco Editorial, 2014. 224 p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Licença Creative Commons CC BY 4.0