“Interrogar os mortos para cuidar dos vivos”. Autópsias, dissecações e aprendizado médico no contexto da escravidão (1808 – 1850)
Autópsias, dissecações e aprendizado médico no contexto da escravidão (1808 – 1850).
DOI:
https://doi.org/10.9789/2525-3050.2024.v9n18.e12907Palabras clave:
Autópsia, Dissecação, Medicina, Corpo, EscravidãoResumen
Este artigo analisa o uso de cadáveres no contexto do ensino médico na produção acadêmica publicada em tratados e periódicos da primeira metade do século XIX, na Corte imperial. O corpo morto cumpria um papel pedagógico fundamental na formação profissional dos médicos para o seu treinamento e nas observações sobre as doenças, na busca de tratamentos mais eficazes. Entretanto, as rotinas de aquisição e uso de cadáveres para fins pedagógicos foram um desafio com diferentes soluções na Europa e Estados Unidos. Esta pesquisa mostra como os médicos da capital do Império lidaram com esta questão. Os corpos utilizados para os estudos sobre o impacto das doenças na fisiologia humana e seu tratamento, bem como os disponibilizados para o ensino e treinamento médico eram, em sua maioria, de pessoas negras e escravizadas.
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