“E a padiola ia e vinha, rangendo lugubremente”: coveiros, cemitérios e epidemia do cólera no Ceará (1862): gravediggers, cemeteries and cholera epidemic in Ceará (1862)

Dhenis Silva Maciel; Jucieldo Ferreira Alexandre

doi:10.9789/2525-3050.2021.v6i11.92-108

Autores

Dhenis Silva Maciel Secretaria Estadual de Educação, Av. General Afonso Albuquerque Lima, S/N, Cambeba, CEP 60822-325, Fortaleza-CE http://orcid.org/0000-0002-0043-9510
Jucieldo Ferreira Alexandre UFCA http://orcid.org/0000-0002-4949-0456

DOI:

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2021.v6i11.92-108

Palavras-chave:

Cólera morbo, Cemitérios, Coveiros, Ceará, Inumações

Resumo

O presente artigo visa compreender como os coveiros, durante a epidemia de cólera no Ceará de 1862, foram representados sob um olhar de desconfiança, preconceito e condenação, numa conjuntura de medo e morte generalizada, quando o enterro massivo de corpos tornou-se questão sanitária fundamental. A epidemia atingiu o cotidiano, afetou as práticas fúnebres locais, promoveu a urgência na construção de cemitérios para abrigar os milhares de mortos vitimados pela doença e a contratação de coveiros. A atuação destes tornou-se alvo de apreensão das autoridades. Para tal intento, analisamos documentos oficiais, imprensa, literatura, registros paroquiais e livros de memória, à luz da análise discursiva e do entrecruzamento dos documentos. As fontes demonstram que a preocupação com os cemitérios e enterros acarretaram medidas de coação, que forçaram homens miseráveis, inclusive presidiários, a assumirem, sob violenta coerção policial, as inumações dos coléricos.

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Biografia do Autor

Dhenis Silva Maciel, Secretaria Estadual de Educação, Av. General Afonso Albuquerque Lima, S/N, Cambeba, CEP 60822-325, Fortaleza-CE

Doutor em História Social pela Universidade Federal do Ceará. Possui graduação em historia pela Universidade Federal do Ceará (2008) e mestrado em História pela mesma instituição (2011). Atualmente é professor da Faculdade Católica de Fortaleza e da rede pública estadual do Ceará. Como pesquisador atua principalmente nos seguintes temas: história da saúde e das doenças, segundo império e história do Ceará.

Jucieldo Ferreira Alexandre, UFCA

Professor Assistente I da Universidade Federal do Cariri. Pós-graduando em História Social pelo Doutorado Interinstitucional da Universidade Federal Fluminense com a Universidade Regional do Cariri (Dinter UFF/URCA). Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Licenciado em História pela Universidade Regional do Cariri (URCA). Foi diretor do Instituto de Estudos do Semiárido (IESA), entre março de 2017 e fevereiro de 2018, e Coordenador do Curso de História da UFCA, entre agosto de 2014 e fevereiro de 2017. Áreas de interesse: História do Brasil Império; História das Doenças; Patrimônio Cultural.

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