O espaço como agente na obra: Echos nº3 e a câmara reverberante do INMETRO

Autores

  • Henrique Machado UNIRIO

Resumo

Este trabalho procura realizar uma síntese da dissertação em desenvolvimento, cujo tema multidisciplinar aborda a composição musical para lugares específicos. Com foco em ambientes altamente reverberantes, o artigo descreve processos composicionais utilizados em “Echos nº3 – O Lado Oculto da Lua”, peça composta com o intuito de funcionar em diálogo intrínseco com a câmara reverberante do INMETRO, situado em Xerém, distrito de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Tem como referencial teórico os estudos de peças e relatos de experiência da compositora Pauline Oliveros, cuja parte da carreira musical foi dedicada a trabalhos análogos. É brevemente explicado o termo site-specific, nome dado para o tipo de prática referente à geração de vínculos entre obra e lugar utilizada na peça. São mencionadas todas as etapas pertinentes à concepção e performance, desde a etapa da pré-visita, passando pelo ato composicional de forma narrativa e o repasse de diretrizes necessárias ao intérprete, e as reflexões pós-performance, momento necessário para avaliação de prós e contras do método de trabalho abordado e verificação do real uso de especificidades locais. Com exceção de uma tabela de medição fornecida espontaneamente, não foram utilizados meios técnico-científicos para execução do trabalho. Indo ao encontro das características da prática, houve um foco na experiência pessoal enquanto “dentro” da obra. Por fim, a conclusão é de que a composição pode ser sim considerada como pertencente ao grupo de obras que tem o lugar como agente na concepção e realização, se considerarmos o termo em seu atual campo abrangente de atividades correlacionadas.

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Publicado

2020-12-20

Edição

Seção

Artigos - Composição