Três dimensões da apreciação musical: uma reflexão sobre os aspectos afetivos, compreensivos e estéticos da escuta
Resumo
Este artigo tem por objetivo refletir sobre a temática da apreciação musical sob os aspectos afetivos, compreensivos e estéticos que envolvem a atividade de escuta musical ativa. Para tal reflexão, foi apresentada uma divisão da experiência da apreciação musical em três dimensões: dimensão afetiva, dimensão compreensiva e dimensão estética, levando em consideração ser estas, entre outras possibilidades, três formas diferentes de o ouvinte se
relacionar com a obra musical no momento da escuta. Essa divisão em três dimensões foi construída com base nas ideias de autores como Caldeira-Filho (1971), Boal-Palheiros; Wuytack (1996), Lazzarin (2005), Zagonel (2008) e Bastião (2014). Embora não apresentem, de forma direta, a divisão da apreciação nessas três formas, como encontrada neste texto, observa-se que esses autores abordam a prática da apreciação e escuta musical estabelecendo
conceitos, parâmetros, e, sobretudo, objetivos, para essas atividades, que permitem pensar, enxergar e compreender a apreciação musical sob essa ótica tridimensional. Acredita-se que, por meio dessa abordagem, o professor poderá reconhecer, explorar e articular essas dimensões da experiência musical de maneira mais consciente e direcionada, conduzindo os alunos a uma apreciação musical mais significativa e transformadora. Inclusive, acredita-se que, com base nesse conhecimento, o mesmo possa vir a trabalhar a escuta musical ativa de seus alunos de cada uma dessas maneiras separadamente ou alternar o enfoque de escuta de uma mesma obra, inclusive para que todas as experiências — afetiva, compreensiva e estética — possam ser vivenciadas dentro de uma mesma obra musical, favorecendo e estimulando os seus alunos a uma apreciação musical mais significativa e transformadora.