Autoetnografia da Prática Interpretativa: um levantamento de teses e dissertações brasileiras
Resumo
Frente aos desafios que se apresentam às pesquisas do campo da Música em se adaptar aos formatos acadêmicos da pesquisa científica, a autoetnografia vem se apresentando como uma ferramenta metodológica possível de ser aplicada às pesquisas na área das Práticas Interpretativas devido à sua natureza subjetiva. Apresento o que é a autoetnografia e suas principais ferramentas metodológicas, com base em revisão bibliográfica de López-Cano e San Cristóbal (2014). Em seguida, uma breve descrição sobre o uso da autoetnografia em teses e dissertações brasileiras, a partir de um levantamento realizado através do Banco de Teses da CAPES e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Apesar das pesquisas na subárea das Práticas Interpretativas (Música) que se utilizam dessa metodologia serem ainda incipientes, foi observado um uso crescente da autoetnografia em pesquisas brasileiras, sobretudo nos últimos três anos. Foi constatado que todas as pesquisas encontradas se utilizaram em algum momento da memória pessoal para registrar processos pessoais na construção de suas práticas interpretativas, podendo exercer uma ou mais funções dentro da pesquisa artística: informativa, reflexiva, experimental ou veicular. Depois de realizada as análises sobre as pesquisas, identifico duas vertentes dentre os resultados obtidos com as investigações: de caráter pessoal, que pode ser ou não compartilhado com sua área de conhecimento; e a de caráter geral que pode ser aplicável em outras experiências. Acredito ser esse o principal desafio das pesquisas em Práticas Interpretativas que se utilizam da autoetnografia como ferramenta metodológica: fazer de sua autodescoberta uma descoberta que pode ser partilhada para outras experiências.Downloads
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Artigos - Teoria e Prática da Interpretação Musical