Comentários sobre a possibilidade de autopoiese da obra musical e sobre o performer como seu componente sistêmico
Palabras clave:
Obra musical. Morfologia sonora. Máquina autopoiética.Resumen
Discussão a respeito da morfologia da Obra musical enquanto acontecimento sonoro, buscando estabelecer suas bases organizativas e estruturais, partindo do modelo de obra musical consolidado na Era Contemporânea e definido por Lydia Goehr (1992) como fenômeno histórico, emergente, regulatório e projetivo, e buscando, através de uma breve análise do conceito de ‘máquina autopoiética’ de Maturana e Varela (1980) entender de que modo e em que termos esta Obra musical contemporânea goehriana poderia ser descrita como uma entidade morfologicamente autônoma. No intuito de definir o objeto em questão são evocados os conceitos de estimulo, ação performática, efeito e nexo morfológico, como definidores da obra musical. Conclui-se que, em determinadas circunstâncias, a Obra musical pode adquirir autonomia em relação a seus agentes se a ação performática for considerada um componente maquínico.
Descargas
Citas
BOURDIEU, Pierre. Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983.
CARON. Jean-Pierre. L’indétermination à l’œuvre: John Cage et l’identité de l’œuvre musicale. Tese (doutorado em música). Université Paris VIII, Paris, 2016.
COOK, Nicholas. Entre o Processo e o Produto: Música e/enquanto performance. In: Per Musi, Belo Horizonte, Nº14, 2006, p. 05-22.
_____. Mudando o objeto musical: abordagens para a análise da música In: Contexto, Brasília. Revista do PPG-MUS/Universidade de Brasília, n. 1, 2007, p. 7–32.
_____. 'Changing the Musical Object: Approaches to Performance Analysis'. In Music’s Intellectual History, New York, RILM, 2009, p. 775-90.
COSTA, Valério Fiel da. Morfologia da Obra Aberta: esboço de uma teoria geral da forma musical. Curitiba: Prismas, 2016.
_____. Disparadores Morfológicos como critério para a análise formal. Em Anais do XXVII Congresso da ANPPOM. Campinas: ANPPOM, 2017a.
_____. O Lugar da Performance na música indeterminada cageana. Em Revista Música Hodie, vol. 17, Nº 1, 2017b, p. 07-18.
DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Felix. Mil Platôs: Capitalismo e esquizofrenia, vol. 1. São Paulo: Editora 34, 2006.
GOEHR, Lydia. The Imaginary Museum of Musical Works: na essay on the philosophy of music. Oxford: Clarendon Press, 1992.
MATURANA, Humberto e VARELA, Francisco. Autopoiesis and Cognition: the realization of the living. Boston: Reidel Publishing Company, 1980.
_____. A Árvore do Conhecimento: as Bases Biológicas da Compreensão Humana. São Paulo: Palas Athena, 2005.