Comentários sobre a possibilidade de autopoiese da obra musical e sobre o performer como seu componente sistêmico

Autores

  • Valério Fiel da Costa UFPB

Palavras-chave:

Obra musical. Morfologia sonora. Máquina autopoiética.

Resumo

Discussão a respeito da morfologia da Obra musical enquanto acontecimento sonoro, buscando estabelecer suas bases organizativas e estruturais, partindo do modelo de obra musical consolidado na Era Contemporânea e definido por Lydia Goehr (1992) como fenômeno histórico, emergente, regulatório e projetivo, e buscando, através de uma breve análise do conceito de ‘máquina autopoiética’ de Maturana e Varela (1980) entender de que modo e em que termos esta Obra musical contemporânea goehriana poderia ser descrita como uma entidade morfologicamente autônoma. No intuito de definir o objeto em questão são evocados os conceitos de estimulo, ação performática, efeito e nexo morfológico, como definidores da obra musical. Conclui-se que, em determinadas circunstâncias, a Obra musical pode adquirir autonomia em relação a seus agentes se a ação performática for considerada um componente maquínico.

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Biografia do Autor

Valério Fiel da Costa, UFPB

Compositor, pesquisador e performer paraense; professor de composição e matérias teóricas frente ao DEMUS/UFPB líder do grupo interdisciplinar de pesquisa “Estudos em (des)territorialização da performance” idealizador, junto a Fabio Cavalcante, da iniciativa de criatividade sonora ARTESANATO FURIOSO (2000) e seu atual coordenador. Nasceu em 16 de setembro de 1973 em Belterra-PA, tendo crescido em Belém-PA. Bacharel em Composição, Mestre e Doutor em Processos criativos pela UNICAMP, tendo se dedicado ao estudo do piano preparado de John Cage, da indeterminação e do acaso aplicados à música. Um dos idealizadores do Encontro Nacional de Criatividade Sonora – ENCUN (2003), tendo coordenado o evento em três ocasiões. Recentemente lançou pela Editora Prismas o livro “Morfologia da Obra Aberta: esboço de uma teoria da forma musical” (2016) e é o atual coordenador do Programa de Pós Graduação em Música da UFPB (2017-).

Referências

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Publicado

2018-12-19

Como Citar

Costa, V. F. da. (2018). Comentários sobre a possibilidade de autopoiese da obra musical e sobre o performer como seu componente sistêmico. DEBATES - Cadernos Do Programa De Pós-Graduação Em Música, (21). Recuperado de https://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/8454