Um monopólio fúnebre na cidade de São Paulo (1855-1890)
DOI:
https://doi.org/10.9789/2525-3050.2022.v7i13.127-155Palavras-chave:
Serviço funerário, cemitério da consolação, Santa Casa de Misericórdia, transporte fúnebreResumo
Este artigo analisa o monopólio do serviço de transporte funerário na cidade de São Paulo, entre 1855 e o fim do século XIX. Em 1856, a Assembleia Legislativa da Provincia de São Paulo concedeu o monopólio do serviço funerário ao empresário carioca Joaquim Marcellino da Silva, pelo período de 15 anos. Com o término do contrato, a Assembleia optou por entregar a prerrogativa à Santa Casa de Misericórdia, alegando que esta não iria especular com os valores do serviço. Após a concessão, no entanto, a irmandade “terceirizou” o transporte funerário. O contexto da atuação e as polêmicas que envolveram, os dois agentes têm como base atas da Câmara Municipal da Cidade de São Paulo, os anais da Assembleia Legislativa da Província de São Paulo e jornais de época.
Downloads
Referências
Amaral, A. B. (1980). Dicionário de História de São Paulo. São Paulo: Governo do Estado.
Ariès, P. (2014). O homem diante da morte. São Paulo: Editora Unesp.
Borges, M. E. (2017). Arte Funerária no Brasil (1890-1930): ofício de marmoristas italianos em Ribeirão Preto (2ª ed). Goiânia: Gráfica UFG.
Camargo, L. S. (1995). Sepultamentos na cidade de São Paulo: 1800-1858. [Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo].
Camargo, L. S. (2007). Viver e morrer em São Paulo: a vida, as doenças e a morte na cidade do século XIX. [Tese de Doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]. Disponível em: https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/13020. Acesso em: 30 abr. 2021.
Carneiro, G. (1986). O poder da Misericórdia: a irmandade da Santa Casa na história social e política da cidade de São Paulo. V.1. São Paulo: Press Grafic.
Corbin, A. (1987). Saberes e odores: o olfato e o imaginário social nos séculos dezoito e dezenove. São Paulo: Cia das Letras.
Cymbalista, R. (2002). Cidade dos vivos. Arquitetura e atitudes perante a morte nos cemitérios do estado de São Paulo. São Paulo: Annablume; Fapesp.
Dillmann, M. (2013). Morte e práticas fúnebres na secularizada república. A irmandade e o cemitério São Miguel e almas de Porto Alegre na primeira metade do século XX. [Tese de Doutorado, Universidade do Vale do Rio dos Sinos]. Disponível em: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4048?show=full. Acesso em: 20 mai. 2021.
Dillmann, M. (2016). Morte e práticas fúnebres na secularizada república. Porto Alegre, início do século XX. Jundiaí: Paco Editorial.
Elias, N. (2011). A solidão dos moribundos – seguido de “Envelhecer e morrer”. Rio de Janeiro: Zahar.
Franco, M. C. V. (2019). De campo santo à necrópole monumentalizada: criação e transformação do Cemitério Público de Campos dos Goytacazes no século XIX. [Tese de Doutorado, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro]. Disponível em: http://www.repositorio-bc.unirio.br:8080/xmlui/handle/unirio/12954. Acesso em: 15 mai. 2021.
Franco, R. (2011). Pobreza e caridade leiga – as Santas Casas de Misericordia na América portuguesa. [Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo]. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-25052012-133000/pt-br.php. Acesso em: 15 mai. 2021.
Guedes, S. P. L. C. (1986). Atitudes perante a morte em São Paulo, século XVII-XIX. [Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo]. Disponível em: https://www.academia.edu/49916439/GUEDES_Sandra_P_L_C_ATITUDES_PERANTE_A_MORTE_EM_S%C3%83O_PAULO_S%C3%89CULOS_XVII_A_XIX. Acesso em: 15 mai. 2021.
Loureiro, M. A. (1977). Como nasceu o serviço funerário. São Paulo: Secretaria de Serviços e Obras da Prefeitura do Município.
Machado, L. P. S. (2011). Iconografia maçônica nas carruagens fúnebres de Pelotas. [Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Pelotas]. Disponível em: https://docplayer.com.br/11831938-Iconografia-maconica.html. Acesso em: 15 mai. 2021.
Magalhães, F. (Coord.). (n.d.). Cemitério dos protestantes – Repouso de ilustres. São Paulo: Associação do Cemitério dos Protestantes.
Martins, J. S. (Org.). (1983). A morte e os mortos na sociedade brasileira. São Paulo: Hucitec.
Matrangolo, B. H. S. (2013). Formas de bem morrer em São Paulo: transformações nos costumes fúnebres e a construção do cemitério da Consolação (1801-1858). [Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo]. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-18112013-130205/publico/2013_BrenoHenriqueSelmineMatrangolo_VCorr.pdf. Acesso em: 15 mai. 2021.
Moreno, T. M. B. (1992). A Ordem Terceira do Carmo na cidade de São Paulo (1860-1880). Um estudo sobre a sua participação social e religiosa. [Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo].
Moura, S. & Paiva, O. C. (2008). Hospedaria de imigrantes de São Paulo. São Paulo: Paz e Terra.
Oliveira, M. L. F. (2005). Entre a casa e o armazém. Relações sociais e experiências de urbanização – São Paulo, 1850-1900. São Paulo: Alameda.
Pagoto, A. A. (2004). Do âmbito sagrado da Igreja ao cemitério público: transformações fúnebres em São Paulo (1850-1860). São Paulo: Arquivo do Estado.
Pereira, T. C. (2018). Do sagrado ao profano: transformações fúnebres na cidade de São Paulo – 1858-1890. [Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]. Disponível em: https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/21587/2/Thais%20Cristina%20Pereira.pdf. Acesso em: 15 mai. 2021.
Queiroz, S. R. (2004). Política e poder público na cidade de São Paulo: 1889-1954. In P. Porta (Org.). História da cidade de São Paulo: a cidade na primeira metade do século XX (pp. 1890-1954). São Paulo: Paz e Terra.
Reis, J. J. (1991). A morte é uma festa: ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX. São Paulo: Cia das Letras.
Rodrigues, C. (1997). Lugares dos mortos na cidade dos vivos: tradições e transformações fúnebres no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/4204210/4101381/lugares_mortos_cidade_vivos.pdf. Acesso em: 16 de dez. 2020.
Rodrigues, C. (2005). Nas fronteiras do além: a secularização da morte no Rio de Janeiro (séculos XVIII e XIX). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional.
Rodrigues, C. (2008). Sepulturas e sepultamentos de protestantes como uma questão de cidadania na crise do Império (1869-1889). Revista de História Regional, 13 (1), 23-38. Disponível em: https://revistas2.uepg.br/index.php/rhr/article/view/2255. Acesso em: 15 mai. 2021.
Rodrigues, C. (2011). O corpo morto e o corpo do morto entre a Colônia e o Império. In: M. D. Priore & M. Amantino (Orgs.). História do corpo no Brasil (1ª ed., v. 1, pp. 157-183). São Paulo: Unesp.
Rodrigues, C. (2014). A criação dos cemitérios públicos do Rio de Janeiro enquanto "campos santos". Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, 8, 257-278.
Rodrigues, J. C. (1983). O tabu da morte. Rio de Janeiro: Edições Achiamé.
Saes, F. (2004). São Paulo republicana: vida econômica. In P. Porta (Org.). História da cidade de São Paulo: a cidade na primeira metade do século XX (1890-1954) (v. 3, pp. 215-258). São Paulo: Paz e Terra.
Schleumer, F. (2005). Bexigas, curas e calundus: caminhos da morte entre escravos em São Paulo e seus arredores (século XVIII). [Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo].
Silva, E. A. (2005). O cotidiano da morte e a secularização dos cemitérios em Belém na segunda metade do século XIX (1850-1891). [Dissertação de Mestrado, Pontifica Universidade Católica de São Paulo]. Disponível em: https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/13175/1/ErikaASilva.pdf. Acesso em: 15 mai. 2021.
Silva, M. R. B. (2010). Santa Casa de Misericórdia de São Paulo: saúde e assistência se tornam públicas (1875-1910). Varia História, 26 (44), 395-420. Disponível em: https://www.scielo.br/j/vh/a/hzX7pxNLCLZgGDYmBPC5Xwq/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 15 mai. 2021.
Valladares, C. P. (1972). Arte e sociedade nos cemitérios brasileiros: um estudo da arte cemiterial ocorrida no Brasil desde as sepulturas de igrejas e as catacumbas de ordens e confrarias até as necrópoles secularizadas, realizado no período de 1960 a 1970 (2 v.). Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura.
Vicentini, R. C. C. (2007). O percurso de um precursor – As atividades de um empreendedor paulista na São Paulo imperial e republicana. [Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo].
Vovelle, M. (1974). Mourir autrefois: attitudes collective devant la mort aux XVIIe et XVIIIe siècles. Paris: Gallimard/Julliard.
Vovelle, M. (1996). A história dos homens no espelho da morte. In H. Braet & W. Verbeke (Eds.). A morte na Idade Média (pp. 11-26). São Paulo: Editora da universidade de São Paulo.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Licença Creative Commons CC BY 4.0