Um monopólio fúnebre na cidade de São Paulo (1855-1890)

Autores

  • Thais Cristina Pereira Pontificia Universidade Católica/ Programa de pós graduação em História https://orcid.org/0000-0002-3003-0425
  • Estefânia Knotz Canguçu Fraga Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

DOI:

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2022.v7i13.127-155

Palavras-chave:

Serviço funerário, cemitério da consolação, Santa Casa de Misericórdia, transporte fúnebre

Resumo

Este artigo analisa o monopólio do serviço de transporte funerário na cidade de São Paulo, entre 1855 e o fim do século XIX. Em 1856, a Assembleia Legislativa da Provincia de São Paulo concedeu o monopólio do serviço funerário ao empresário carioca Joaquim Marcellino da Silva, pelo período de 15 anos. Com o término do contrato, a Assembleia optou por entregar a prerrogativa à Santa Casa de Misericórdia, alegando que esta não iria especular com os valores do serviço. Após a concessão, no entanto, a irmandade “terceirizou” o transporte funerário. O contexto da atuação e as polêmicas que envolveram, os dois agentes têm como base atas da Câmara Municipal da Cidade de São Paulo, os anais da Assembleia Legislativa da Província de São Paulo e jornais de época.

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Biografia do Autor

Thais Cristina Pereira, Pontificia Universidade Católica/ Programa de pós graduação em História

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atualmente é professora de Ensino Fundamental II e Ensino Médio da prefeitura de São Paulo, na EMEF Fernando Gracioso.

Estefânia Knotz Canguçu Fraga, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

Doutora em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC- SP). Professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, atuando no Programa de Pós-graduação em História.

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Publicado

2022-01-31

Como Citar

Pereira, T. C., & Fraga, E. K. C. (2022). Um monopólio fúnebre na cidade de São Paulo (1855-1890). Revista M. Estudos Sobre a Morte, Os Mortos E O Morrer, 7(13), 127–155. https://doi.org/10.9789/2525-3050.2022.v7i13.127-155