As carneiras da civilização caboclo-sertaneja no contestado: morrer e enterrar antes e durante a Guerra - uma primeira leitura sobre a cultura fúnebre, crematórios e valas comuns

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2023.v8n16.e12241

Palavras-chave:

Geografia da Morte, Região da Guerra do Contestado, Cultura Fúnebre, Civilização Caboclo-sertanejo

Resumo

O presente artigo objetiva traçar uma primeira leitura analítica sobre uma Geografia da Morte para a região da Guerra do Contestado (1912-1916), como parte do processo de formação da civilização do grupo social sertanejo-caboclo do sertão dos estados do Paraná e de Santa Catarina, no Sul do Brasil. Do ponto de vista metodológico, são feitas descrições de três campos santos e um crematório de cadáveres a partir de fotografias captadas em trabalhos de campo na região. É realizado um esboço de marco teórico sobre a questão da cultura fúnebre da população regional, antes e depois da guerra, desde os atos de enterramento dos corpos nos cemitérios seculares caboclos, e nas valas comuns, fruto dos contágios do tifo e da cólera, assim como pelos bombardeios do massacre praticado pelas forças legalistas e das milícias no período final dos combates. Na região da Guerra do Contestado, os cemitérios, mesmo os dominados por valas de deposição coletiva de corpos, assim como os espaços dos crematórios e os seculares cemitérios caboclos existentes naquela área, são tratados como espaços sagrados, pois neles estão depositadas as memórias dos mortos e do seu grupo social, representando a identidade cultural da população regional, vistos como fragmentos das suas materialidades e imaterialidades socioterritoriais e culturais.

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Biografia do Autor

Nilson Cesar Fraga, Universidade Estadual de Londrina (UEL) – Londrina/PR, Brasil

Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professor Associado do Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Professor do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Pesquisador de Produtividade do CNPq/Brasil. CV: http://lattes.cnpq.br/9299585302216595

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Publicado

2023-07-01

Como Citar

Fraga, N. C. (2023). As carneiras da civilização caboclo-sertaneja no contestado: morrer e enterrar antes e durante a Guerra - uma primeira leitura sobre a cultura fúnebre, crematórios e valas comuns. Revista M. Estudos Sobre a Morte, Os Mortos E O Morrer, 8(16). https://doi.org/10.9789/2525-3050.2023.v8n16.e12241