São Martins: um cemitério periférico, (des)conhecido na cidade de Bagé, Rio Grande do Sul (cronologia e morfologia, características sociais e culturais)
DOI:
https://doi.org/10.9789/2525-3050.2018.v3i6.378-404Palavras-chave:
Cemitério – Patrimônio – Memória – Jazigo-capela – ClassesResumo
À Professora Elaine Maria Tonini Bastianello, in memoriam.
Este artigo trata do Cemitério São Martins, situado na periferia, a norte da cidade de Bagé, Rio Grande do Sul. Propomos um modelo de quatro fases para compreender a cronologia de seus monumentos tumulares: 1) catacumbas de inspiração neoclássica com tratamento caiado; 2) sepulturas caiadas com fachada em forma de templo com frontão encimado por cruz; 3) jazigos-capela de influência art déco com proteção em cirex; e 4) gavetas e a sociedade de massas. Considerando que os espaços de enterramento refletem o mundo dos vivos, procuramos entender essa necrópole como local alternativo à necrópole central e de elite, o Cemitério da Santa Casa de Caridade. O Cemitério São Martins é o espaço em que as classes econômicas não abastadas enterravam seus mortos e, ao mesmo tempo, estabeleciam laços de identidade.
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