Práticas religiosas no espaço cemiterial: observações sobre o Cemitério do Bonfim
DOI:
https://doi.org/10.9789/2525-3050.2019.v4i8.361-382Palavras-chave:
Cemitério, Religião, Religiosidade, Devoção, RepresentaçãoResumo
O propósito do artigo é apresentar evidências que permitam a compreensão dos espaços cemiteriais como lugares de manifestação de experiências religiosas diversas. O Cemitério do Bonfim, situado na cidade de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, foi escolhido para apontar algumas dessas evidências. Trata-se de uma necrópole inaugurada no final do século XIX, sob a égide da instalação do pensamento republicano enquanto um cemitério laico. A despeito desse caráter, o cemitério foi palco de diversas construções e práticas religiosas, desde sua fundação até a atualidade, perpassadas pelos cultos afro-brasileiros; pela mística católica, por meio do culto ao túmulo do Padre Eustáquio; bem como ponto de referência para adeptos do Espiritismo, por intermédio do túmulo dedicado à memória de Irma de Castro Rocha, a Meimei.Downloads
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