Morte, rituais fúnebres e fantasmas na Argonáutica de Apolônio de Rodes
DOI:
https://doi.org/10.9789/2525-3050.2025.v10n20.e12963Palabras clave:
Argonática, Jasão e Medeia, fantasma, antecipação narrativa, ritos funeráriosResumen
A aparição do fantasma do herói Estênelo no poema épico Argonáutica, de Apolônio de Rodes parece, a princípio, apenas mais um evento dos vários que compõem o quadro exótico típico das composições dos eruditos do Período Helenístico. No entanto, uma análise mais profunda da cena e de suas implicações – bem como de sua relação com outro evento substancial da obra, a morte de Apsirto – demonstra como o poeta faz uso dos rituais ligados a aparições de fantasmas como sofisticadas ferramentas narrativas no poema, que apontam não apenas para o que nele será narrado, mas para as implicações do mito para a tragédia de Jasão e Medeia, narrada por Eurípides e tantos outros. Essa referência remete, ainda, para como este autor trata a questão da morte e dos rituais a ela relacionados, tendo em vista a tradição épica a qual se filia e as concepções relativas à morte entre os gregos. De tal modo, pela tradução do trecho e análise de diversas simbologias e referências, propomos demonstrar como os ritos relacionados à morte e aos fantasmas são utilizados na obra como estratégias de antecipação narrativa dos eventos míticos no poema épico, sendo um dos vários recursos que exploram a natureza cíclica desse gênero poético e dos próprios mitos que o constroem.
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