Redes de memória e de comemoração: reflexões sobre o “contato herdeiro” do Facebook
DOI:
https://doi.org/10.9789/2525-3050.2016.v1i2.356-375Palabras clave:
Morte e redes sociais, Facebook, Narrativas dos/sobre os mortos, Morte e memória.Resumen
Esse artigo integra uma pesquisa ampliada sobre a ressignificação da morte na contemporaneidade midiática, em que a imbricação entre corpo, comunicação e tecnologias digitais de informação articula novas leituras sobre a temática da morte e do morrer. Nessa análise é desenvolvida uma reflexão sobre os usos da memória e das comemorações nas redes sociais digitais, especialmente no Facebook que, em 2015, criou a ferramenta contato herdeiro, promovendo de forma institucional a celebração dos mortos na rede. A partir de percurso bibliográfico e de pesquisa exploratória de redes sociais, o texto objetiva demonstrar como a ambiência digital opera como uma espécie de guardiã da memória, na medida em que celebra e atualiza as narrativas dos e sobre os mortos.Descargas
Citas
AMARAL, Adriana; NATAL, Geórgia; VIANNA, Luciana. Netnografia como aporte metodológico da Pesquisa em Comunicação Digital. Cadernos da Escola de Comunicação, Curitiba, v. 6, p. 1-12, 2008. Disponível em: http://revistas.facbrasil.edu.br/cadernoscomunicacao/index.php/comunicacao/article/viewFile/60/59. Acesso em: 25 out. 2016.
ANDERSON, Benedict. Nação e Consciência Nacional. São Paulo: Ática, 1989. 191 p.
ARIÈS, Philippe. História da Morte no Ocidente. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003. 312 p.
BARBOSA, Marialva. Percursos do olhar: comunicação, narrativa e memória. Niterói, EDUFF, 2007. 172 p.
BAUMAN, Zigmunt. A modernidade líquida. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2001. 280 p.
BOUSSO, Regina. A complexidade e a simplicidade da experiência do luto. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 24, n. 3, p. VII-VIII, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002011000300001&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 03 nov. 2016.
https://doi.org/10.1590/S0103-21002011000300001
BOUSSO, Regina et al. Facebook: um novo locus para a manifestação de uma perda significativa. Revista de Psicologia USP, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 172-179, 2014. http://www.scielo.br/pdf/pusp/v25n2/0103-6564-pusp-25-02-0172.pdf. Acesso em: 03 nov. 2016.
https://doi.org/10.1590/0103-656420130022
COLOMBO, Fausto. Arquivos imperfeitos: memória social e cultura eletrônica. São Paulo: Perspectiva, 1991. 134 p.
DOSSE, François. Entre histoire et mémoire: une histoire sociale de la mémoire. Revue Raison Présent, Paris, n. 128, p. 5-24, 1998.
https://doi.org/10.3406/raipr.1998.3502
FREUD, Sigmund. Luto e Melancolia. São Paulo: Cosac & Naif, 2011. 144 p.
GEARY, Patrick. Memória. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude. Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: Edusc, 2006. v. 2, p. 167-181.
GUMBRECHT, Hans Ulrich. Nosso amplo presente: o tempo e a cultura contemporânea. São Paulo: Unesp, 2015. 160 p.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006. 224 p.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 2048 p.
JAMESON, Fredric. Pós-modernismo - a lógica cultural do capitalismo tardio. 2. ed. São Paulo: Ática, 2000. 412 p.
KOZINETS, Robert. Netnography 2.0. In: BELK, Russel (ed.). Handbook of qualitative research methods in marketing. Northamptom: Edward Elgar Publishing, 2007. p. 129-141.
LE GOFF. História e Memória. 5.ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2003. 524 p.
LIPOVETSKY, Gilles. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004. 136 p.
LOPES, Aron Daniel; MACIEL, Cristiano; PEREIRA, Vinicius. Memoriais Digitais na Web Social sob a perspectiva dos usuários. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE FATORES HUMANOS EM SISTEMAS COMPUTACIONAIS,12., Manaus, 2013. Proceedings […]. Porto Alegre: Brazilian Computer Society, 2013. p. 416-417. Disponível em: https://www.academia.edu/15727896/Memoriais_digitais_na_web_social_sob_a_perspectiva_dos_usu%C3%A1rios. Acesso em: 03 nov. 2016.
NORA, Pierre. Les lieux de mémoire. Paris: Gallimard, 1984. 1652 p.
PARDO, Rebeca; MORCATE, Montse. Illness, death and grief: the daily experience of viewing and sharing digital Images. In: GÓMEZ CRUZ, Edgar; LEHMUSKALLIO, Asko (ed.) Digital Photography and Everyday Life. London: Routledge, 2016. p. 70-84.
https://doi.org/10.4324/9781315696768-5
RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. 206p.
REZENDE, Renata. Um lugar para os mortos: os usos das comunidades virtuais como cemitérios digitais. In: CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE, 16., São Paulo, 2011. Anais [...]. São Paulo: Intercom, 2011. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sudeste2011/resumos/R24-1262-1.pdf. Acesso em: 25 out. 2016.
RIBEIRO, Renata Rezende. A morte midiatizada: como as redes sociais atualizam a experiência do fim da vida. Niterói: Eduff, 2015. 223 p.
RICOEUR, Paul. Tempo e Narrativa 1: a intriga e a narrativa histórica. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. 379 p.
SIBILIA, Paula. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008. 286 p.
SODRÉ, Muniz. Antropológica do Espelho: uma teoria da comunicação linear e em rede. Petrópolis: Vozes, 2002. 268 p.
VELHO, Gilberto. Projeto e Metamorfose. Antropologia das sociedades complexas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003. 140 p.
WEINRICH, Harald. Lete: arte e crítica do esquecimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. 346 p.
WERTHEIM, Margaret. Uma história do espaço: de Dante à Internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. 238 p.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Licença Creative Commons CC BY 4.0