A morte e a concorrência entre as confrarias de Braga (séculos XVII-XVIII)

Marta Maria Lobo de Araújo

doi:10.9789/2525-3050.2017.v2i3.173-191

Autores/as

Marta Maria Lobo de Araújo Departamento de História, Instituto de Ciências Sociais. Universidade do Minho Campus de Gualtar, Rua da Universidade 4710-057 - Braga http://orcid.org/0000-0002-6199-8033

DOI:

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2017.v2i3.173-191

Resumen

Neste artigo pretende-se discutir a concorrência existente entre as confrarias de Braga nos séculos XVII e XVIII, relativamente à morte e aos serviços que lhe estavam associados. Aspectos como os acompanhamentos, ter ou não tumba, ser ou não irmão, deixar esmolas e legados, e os preços pagos pelo enterramento eram essenciais para quem um dia esperava a morte. Os legados instituídos e o seu cumprimento foram também de grande relevância. Por isso, todos os que podiam inscreviam-se como confrades numa ou mais confraria, de maneira a ter um enquadramento protetor num dos momentos essenciais da sua existência: a morte. Foi em torno dela que se assistiu durante o período em análise a uma forte concorrência no mundo interconfraternal.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Marta Maria Lobo de Araújo, Departamento de História, Instituto de Ciências Sociais. Universidade do Minho Campus de Gualtar, Rua da Universidade 4710-057 - Braga

Docente associada do Departamento de História, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, Portugal. Membro do Lab2PT- Laboratório Paisagens, Património e Território.

Citas

ABREU, Laurinda. Memórias da alma e do corpo: a Misericórdia de Setúbal na Modernidade. Viseu: Palimage Editores, 1999. 495p.

____. As Misericórdias de D. Filipe I a D. João V. In: PAIVA, José Pedro (coord. científico), Portugaliae Monumenta Misericordiarum, vol. I. Lisboa: Centro de Estudos de História Religiosa; União das Misericórdias Portuguesas, p. 47-77, 2002.

____. A difícil gestão do Purgatório: os Breves de Redução de missas perpétuas do Arquivo da Nunciatura de Lisboa (séculos XVII-XIX). Penélope, v. 16, n. 30/31, p. 49 – 72, 2007. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2596774>.

ALMEIDA, Cecília. A confraria do Apóstolo S. Tiago. Braga: Universidade do Minho, 2005. Policopiado. 124p.

ARAÚJO, Ana Cristina. Vínculos de Eterna memória: esgotamento e quebra de fundações perpétuas na cidade de Lisboa. In: COLÓQUIO Internacional Piedade Popular: sociabilidades, representações, espiritualidades. Actas... Lisboa: Terramar, p. 432-442, 1999.

____. Despedidas triunfais - celebração da morte e cultos de memória no século XVIII. In: JANCSÓ, István; KANTOR, Iris (orgs.). Festa: Cultura e Sociabilidade na América portuguesa. Vol. I. São Paulo: Imprensa oficial/Edusp, p. 17-33, 2001.

ARAÚJO, Maria Marta Lobo de. O mundo dos mortos no quotidiano dos vivos: celebrar a morte nas Misericórdias portuguesas da época moderna. Comunicação & Cultura, nº 10, p. 101-114, 2010. Disponível em: <http://comunicacaoecultura.com.pt/wp-content/uploads/06.-M.Marta- Lobo-de-Ara%C3%BAjo.pdf>.

____. Assistir os pobres e alcançar a salvação. In: CAPELA, José Viriato e ARAÚJO, Maria Marta Lobo de. A Santa Casa da Misericórdia de Braga 1513-2013. Braga: Santa Casa da Misericórdia de Braga, p. 447-533, 2013.

____. Ordre et désordre pendant les enterrements de la Misericorde de Braga à l’Époque Moderne. Hispania Sacra. v. LXVIII, nº 137, p. 247-258, 2016. Disponível em: <http://hispaniasacra.revistas.csic.es/index.php/hispaniasacra/article/view/473>.

BRAGA, Paulo Drumond. A crise dos estabelecimentos de assistência aos pobres nos finais da Idade Média. Revista Portuguesa de História. Coimbra, v. XXVI, p. 175-190, 1991.

CASTRO, Maria de Fátima. A Misericórdia de Braga. Assistência material e espiritual, vol. III. Braga: Santa Casa da Misericórdia de Braga, 2006. 678p.

COSTA, Luís. A igreja paroquial de São Vicente. Braga: APPACDM, 1991. 135p. DELUMEAU, Jean. La peur en Occident (14º-18º siècles). Paris: Fayard, 1978. 485p.

FERRAZ, Norberto Tiago Gonçalves. Acompanhar ao outro mundo: a morte nas confrarias de Braga no século XVIII. Estudo preliminar. CEM. Cultura, Espaço e Memória. Porto, nº 3, p. 163-177, dez. 2012. Disponível em: <http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/11301.pdf>.

____. A morte e a salvação da alma na Braga setecentista. Tese (Doutorado em História). Programa de Pós-Graduação em História Moderna. Universidade do Minho. Braga, 2014. 622p. Disponível em: <http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/35652/1/Tese.pdf>.

FROESCHLÉ-CHOPARD, Marie Hélène. Dieu pour tous et Dieu pour soi. Histoire des confréries et de leurs images à l’époque modern. Paris: Harmatan, 2007. 401p.

GOMES, Paula Alexandra de Carvalho Sobral. Oficiais e confrades em Braga no tempo de Pombal: contributo para o estudo do movimento e organização confraternal bracarense no século XVIII. Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História Moderna. Universidade do Minho. Braga, 2002. 251p.

GONZALEZ CRUZ, David. Mentalidad religiosa y status socio económico en Andalucia Occidental: las desigualdades ante la muerte en la Huelva del siglo XVIII. In: SERRANO MARTÍN, Eliseo (ed.). Muerte, Religiosidad y Cultura Popular. Siglos XIII-XVIII. Zaragoza: Instituto Fernando El Católico, p. 365-392, 1994.

LLEWLLYNl, Nigel. The art of death. Visual culture in the English death ritual 1500-1800. London: Reaktion Books, 1991. 160p.

MANTECÓN MOVELLÁN, Tomás Antonio. Contrarreforma y religiosidad popular en Cantábria. Santander: Universidad de Santander; Asamblea Regional de Cantabria, 1990. 276p.

MARQUES, José. Os pergaminhos da confraria de São João do Souto da cidade de Braga (1186- 1545). Bracara Augusta, v. XXXVI, n. 81-82, p. 79- 88, 1982.

. A confraria do Corpo de Deus da cidade de Braga no século XV. In: Separata do livro de homenagem a Lúcio Craveiro da Silva. Braga: Universidade do Minho, p. 246-267, 1994.

MARTINS, Raquel Oliveira. O concelho de Braga na segunda metade do século XV: o governo d’Os homrrados cidadaaos e Regedores. Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História Moderna. Universidade do Minho. Braga, 2013. 154p. Disponível em: <http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/29298/1/Tese%20Mestrado%20 RaquelMartins%20Novembro2013_final.pdf>.

MORAES, Juliana de Mello. Viver em penitência: os irmãos terceiros franciscanos e as suas associações, Braga e São Paulo (1672-1822). Tese (Doutorado em História). Programa de Pós- Graduação em História Moderna. Universidade do Minho. Braga, 2009. 613p. Disponível em:

<http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/10870/1/Tese.pdf>.

OLIVEIRA, António de. Capítulos de História de Portugal. vol. I. Viseu: Palimage Editora, 2015. 545p.

PENTEADO, Pedro. Confrarias. In: AZEVEDO, Carlos Moreira (dir.). Dicionário de História Religiosa de Portugal. Lisboa: Centro de Estudos Religiosos, p. 459-470, 2000.

PIMENTEL José Hermes. A assistência à morte na confraria da Santíssima Trindade da igreja do Pópulo de Braga (1700-1750). Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História Moderna. Universidade do Minho. Braga, 2014. 186p. Disponível em: <http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/36286/1/Jos%C3%A9%20Hermes%20Santos%20 Pimentel.pdf>

SERRA, Alessandro. La Mosaique des Dévotions. Confréries, Cultes et Societé a Rome (XVIe- XVIIIe siècles). Rome: UCL, 2016. 374p.

SERRÃO, Joaquim Veríssimo. A Misericórdia de Lisboa. Quinhentos anos de História. Lisboa: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, 1998. 685p.

SOUSA, Ariana Sofia Almendra de. Os estatutos e a confraria de São Vicente de Braga no século XVIII. Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História Moderna. Universidade do Minho. Braga, 2011. 114p.

TORREMOCHA HERNANDEZ, Margarita. Solidariedad en el Más Allá. La confradía Sacramental y de Ánimas de la Iglesia de la Magdalena de Valladolid. Valladolid: Ayuntamiento de Valladolid, 2003. 240p.