Sobre a morte e o morrer: concepções de profissionais de saúde envolvidos em uma investigação sobre óbito infantil em Porto Alegre

Autores/as

  • Maria da Graça Alexandre Hospital Materno Infantil Presidente Vargas. Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Porto Alegre http://orcid.org/0000-0001-7032-4164
  • Cristianne Maria Famer Rocha Escola de Enfermagem. Departamento de Assistência e Orientação Profissional. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) http://orcid.org/0000-0003-3281-2911
  • Paulo Roberto Antonacci Carvalho Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) http://orcid.org/0000-0002-4197-3541

DOI:

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2020.v5i9.46-66

Palabras clave:

Óbito infantil – Educação para a morte – Mortalidade – Profissionais de saúde – Porto Alegre.

Resumen

O objetivo deste artigo é analisar as concepções sobre a morte e o morrer entre profissionais de saúde envolvidos na investigação do óbito infantil. A partir de um estudo qualitativo, enfocamos agentes que integram o Comitê de Prevenção de Mortalidade Fetal Tardia e Infantil (CMI) e os que atuam na Atenção Primária em Saúde do município de Porto Alegre/RS. A coleta de dados ocorreu por pesquisa documental, observação sistemática das reuniões do CMI e entrevista individual, com base em roteiro semiestruturado. A técnica de Análise de Conteúdo Temática foi aplicada aos dados qualitativos. Dentre as diversas percepções acerca da morte e do morrer, destacamos: a morte como passagem, evento que ocorre no futuro; a morte como perda, produtora de sofrimento; a morte como finitude e a revolta em face da morte inesperada. As concepções dos participantes dessa pesquisa influenciam sua vida profissional. Os autores concluem ser necessária, para profissionais de saúde, a implementação de educação para a morte, a partir de seus questionamentos. É preciso entender a morte para lutar pela vida.

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Biografía del autor/a

Maria da Graça Alexandre, Hospital Materno Infantil Presidente Vargas. Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Porto Alegre

Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente é fisioterapeuta, no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, pertencente à Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre.

Cristianne Maria Famer Rocha, Escola de Enfermagem. Departamento de Assistência e Orientação Profissional. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGEDU/UFRGS). Atualmente, é Professora Associada I da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atuando junto ao Curso de Bacharelado em Saúde Coletiva. Também é Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF/UFRGS) e do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU/UFRGS).

Paulo Roberto Antonacci Carvalho, Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Doutor em Ciências Médicas, especialização em Pediatria pela UFRGS. Atualmente é Professor Titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRGS, Professor-Orientador do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente da UFRGS, Médico Assistente da Unidade de Tratamento Intensivo Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes.

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Publicado

2020-07-13

Cómo citar

Alexandre, M. da G., Rocha, C. M. F., & Carvalho, P. R. A. (2020). Sobre a morte e o morrer: concepções de profissionais de saúde envolvidos em uma investigação sobre óbito infantil em Porto Alegre. Revista M. Estudos Sobre a Morte, Os Mortos E O Morrer, 5(9), 46–66. https://doi.org/10.9789/2525-3050.2020.v5i9.46-66