Liquid Voices

uma postopera?

Autores

  • Rita de Cássia Domingues dos Santos UFMT/ECCO
  • André Ricardo de Souza Universidade Estadual do Paraná
  • Maria Cecília de Oliveira Fundação das Artes de São Caetano do Sul

Palavras-chave:

Ópera contemporânea brasileira; postopera; estética da impureza; intertextualidade.

Resumo

Este texto propõe uma reflexão a respeito da ópera cinemática Liquid Voices: a história de Mathilda Segalescu, de Jocy de Oliveira, amparada em conceitos trazidos dos estudos das artes performáticas contemporâneas, entre eles o conceito de postopera segundo Jelena Novak, com suas implicações a respeito da relação corpo-voz no contexto da cena pós-dramática. Nessa discussão também é abordada a influência mutua entre ópera e cinema no desenvolvimento dessas duas linguagens ao longo do século XX, assim como aspectos da intertextualidade enquanto elemento da estética pós-moderna ou, na visão de Guy Scarpetta, de uma estética da impureza. Depois de uma breve contextualização da produção dramático-musical de Jocy de Oliveira na música de concerto brasileira das últimas décadas, procuramos identificar elementos da ópera em tela que possam caracterizá-la como uma postopera. Pretende-se aqui contribuir para com o entendimento da ópera contemporânea, numa perspectiva interdisciplinar envolvendo elementos teóricos da música, teatro e cinema.

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Biografia do Autor

Rita de Cássia Domingues dos Santos, UFMT/ECCO

Compositora e pianista, é mestre pela ECA/USP, e bacharel em Composição e Regência pela UNESP. Autora, dentre outros textos, do livro Repensando a Terceira Fase Composicional de Gilberto Mendes (2019), tendo realizado pesquisa sobre a ópera O Corvo Branco, de Philip Glass, com a Drª Jelena Novak, na Universidade Nova de Lisboa. Doutora em Estudos de Cultura Contemporânea (UFMT), com período sanduíche na Bangor University (UK), é docente da Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO) e do Departamento de Artes da FCA/UFMT. Realizou estágio pós doutoral na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (USP) com o projeto intitulado “GALÁXIAS: matizes minimalistas na segunda fase composicional de Rodolfo Coelho de Souza”; e atualmente desenvolve  o projeto composicional da postopera “Cartas para Yataro”, com estreia prevista para dezembro de 2023.

André Ricardo de Souza, Universidade Estadual do Paraná

André Ricardo de Souza é regente e compositor. Graduou-se Bacharel em Música (Habilitação em Composição e Regência) pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (UNESP), é Mestre em Música pela mesma instituição, e Doutor em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP). Seu trabalho se desenvolve na interface entre música e linguagem, atuando principalmente nas áreas de técnica e expressão vocal (canto e fala), abordagens teóricas da interpretação musical vocal, e mais recentemente na investigação sobre a genealogia e natureza do espetáculo dramático-musical. É professor adjunto na Universidade Estadual do Paraná, Campus Curitiba II (Faculdade de Artes do Paraná), responsável pelas disciplinas de canto coral e regência. Como compositor atua principalmente em espetáculos de teatro, produzindo música incidental para a cena e também musicais. É autor dos musicais Orfeu XXI (2012) e Desatinos (2015, inédito).

Maria Cecília de Oliveira, Fundação das Artes de São Caetano do Sul

Possui Especialização em Saúde: Voz Profissional; Doutorado e Mestrado em Artes/Música pela ECA-USP; Estudos de Psicologia e Psicanálise. Idealizadora, diretora artística da Cia Opera de Papel, das Oficinas VOZ-inMovimento, com sólida pesquisa em Voz e Consciência Corporal, Música Histórica, Repertório Vocal, Música e AutoConhecimento. Tem atuação em performances consolidadas em Música brasileira, óperas, câmara e música sinfônico-coral. Lecionou na graduação e pós-graduação da Faculdade Paulista de Artes e UniCSul. Foi coordenadora da Escola de Música da Fundação das Artes, onde atua como docente efetiva em Canto, Regente e Preparadora Vocal. Constantemente dirige e prepara na íntegra montagens das óperas tais como: Dido e Eneas, Barbeiro de Sevilha, Pedro Malazarte, L’Amico Fritz, Bastien und Bastienne, La Serva Padrona, espetáculos Opera inCena etc. Também idealizou, produziu e dirigiu eventos e festivais os quais têm contemplado inúmeros profissionais e estudantes das Artes como a Gala Lírica, Grande ABC Festival de Artes Integradas e Festival de Coros de SCSul. Obteve comunicação selecionada para 4th International Symposium on Chorusology Choral Art-2016: VOICE & SCIENCE-Vocal Pedagogy-Body Awareness and Proprioceptive in Vocal Guidance. Foi condecorada com a Comenda Ordem do Mérito Cultural Maestro Carlos Gomes e também contemplada como chanceler Personalidade Cultural da Ordem do Mérito Maestro e Compositor Carlos Gomes.

 

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Publicado

2023-05-04 — Atualizado em 2023-05-08

Versões

Como Citar

Santos, R. de C. D. dos, Souza, A. R. de, & Oliveira, M. C. de. (2023). Liquid Voices : uma postopera?. DEBATES - Cadernos Do Programa De Pós-Graduação Em Música, 26(2), 1–24. Recuperado de https://seer.unirio.br/revistadebates/article/view/12024 (Original work published 4º de maio de 2023)

Edição

Seção

Dossiê temático