Representações de mulheres na arte tumular do Cemitério de São João, Manaus/Amazonas: imaginário social da belle époque e a emancipação feminina
DOI:
https://doi.org/10.9789/2525-3050.2023.v8n15.e11528Keywords:
Arte tumular, Manaus, Representações femininas, Emancipação feminina, CemitérioAbstract
Este artigo chama atenção para a comparação entre o ideal feminino presente na arte tumular e as mulheres de Manaus, no Amazonas, do mesmo período. Trata-se do tempo entre o final do século XIX e início do XX, quando a cidade vivenciou uma Belle Époque decorrente da próspera economia da borracha amazônica e foi então possível a realização de um acervo cemiterial. A ampla presença da representação feminina no espaço da Manaus dos mortos contrasta com o anonimato imperante das mulheres ali sepultadas, mesmo aquelas que, em alguns casos, a arte buscou representar. De modo geral, essas representações exibem um modelo de comportamento para a mulher burguesa do período: a mãe e cuidadora, sentimental e devota a Deus. Tais exemplos escultóricos foram aqui comparados a trajetórias de mulheres da Manaus dos vivos que, de algum modo, divergem da configuração idealizada socialmente para elas.
Downloads
References
Ariès, P. (2017). História da Morte no Ocidente: da idade média aos nossos dias (P. V. de Siqueira, Trad.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Bellomo, H. R. (2000). As Origens da Arte Funerária. In: H. R. Bellomo (Org.). Cemitérios do Rio Grande do Sul: arte – sociedade – ideologia (pp. 45-66). Porto Alegre: EDPUCRS.
Borges, M. E. (2002). Arte Funerária no Brasil (1890-1930): ofício de marmoristas italianos em Ribeirão Preto. Belo Horizonte: C/Arte.
Borges, M. E. (2011). Ressignificações da Saudade e da Desolação: pranteadoras guardiãs perenes dos túmulos. Anais do XXXI Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte. Universidade Estadual de Campinas. https://www.artefunerariabrasil.com.br/wp-content/uploads/2019/08/cbhaapresentaE7E3o2011.pdf.
D’Incao, M. Â. (2018). Mulher e Família Burguesa. In M. del Priore. História das Mulheres no Brasil (10 ed., pp. 223-240). São Paulo: Contexto.
Maluf, M. & Mott, M. L. (1998). Recônditos do Mundo Feminino. In N. Sevcenko. História da Vida Privada no Brasil 3 – república: da belle époque à era do rádio (pp. 368-421). São Paulo: Companhia das Letras.
Perrot, M. (2007). Minha História das Mulheres (A. M. S. Corrêa, Trad.). São Paulo: Contexto.
Perrot, M. (2009). Figuras e Papeis. In PERROT, M. (org.). História da Vida Privada 4: da revolução francesa à primeira guerra. (D. Bottman, Trad.). São Paulo: Companhia de Bolso.
Reis, J. J. (1991). A Morte é uma Festa: ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX. São Paulo: Companhia das Letras.
Schimitt, J. (2010). Mortes Vitorianas: corpos, luto e vestuário. São Paulo: Alameda.
Silva Júnior, R. B. M. (2015). As Faces de Hela: sobre o feminino na necrópole. [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco].
Valladares, C. do P. (1972). Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros (2 vols.). Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional.
Vattimo, G. (1992). A Sociedade Transparente. Lisboa: Relógio D´Água.
Vovelle, M. (1997). Imagens e Imaginário na História: fantasmas e certezas nas mentalidades desde a idade média até o século XX. São Paulo: Ática.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Licença Creative Commons CC BY 4.0