“Operador e parteiro”: o caso do Dr. Ernesto Mendo (Província do Espírito Santo, c. 1860-1895)

André Luís Lima Nogueira

doi:10.9789/2525-3050.2024.v9n18.e12906

Auteurs

André Luís Lima Nogueira FAETEC e UNIVC

DOI :

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2024.v9n18.e12906

Mots-clés :

Medicina século XIX, Província do Espírito Santo, Operações e dissecações, Dr. Ernesto Mendo

Résumé

O presente artigo objetiva interpretar o manuseio de corpos vivos e mortos em práticas de intervenções cirúrgicas e dissecações efetuadas por um destacado médico da “boa sociedade” imperial capixaba, o dr. Ernesto Mendo. Para isso, usaremos como corpus documental, fundamentalmente, os periódicos de ampla circulação no período de sua atuação, entre os anos de 1860 e 1895. Os veículos analisados não pouparam elogios para a atualização, destreza e conhecimento conceitual do nosso médico, lançando luz sobre seus saberes e práticas analisadas, aqui, a partir de discussões colocadas pela História das Ciências e da Medicina, a exemplo dos conceitos de “estilo de pensamento” e “coletivo de pensamento” desenvolvidos por L. Fleck (2010[1935]); objetividade e usos de “instrumentos” pensados por L. Daston (2017) e das abordagens de S. Saphin (2013), entre outros.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

André Luís Lima Nogueira, FAETEC e UNIVC

Doutor em História das Ciências e da Saúde pela Casa de Oswaldo Cruz, ligada à Fundação Oswaldo Cruz (COC-FIOCRUZ). Professor da Faculdade do Vale do Cricaré, no Espírito Santo. Professor de Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC), Campos dos Goytacazes, RJ. CV: http://lattes.cnpq.br/8857028422479286

Références

Abreu, J. L. N. (2011). Nos domínios do Corpo: o saber médico luso-brasileiro no século XVIII. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz.

Bynum, W. (2008). História da Medicina. Porto Alegre: L&PM Editores.

Chalhoub, S. (1996). Cidade Febril: cortiços e epidemias na Corte Imperial. São Paulo: Companhia das Letras.

Coêlho, B. F. (2010, Jan-Dez). Histórico da medicina legal. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, 105, 355-362.

Daston, L. (2017). História e Objetividade. São Paulo: Editora LiberArs.

Edler, F. C. (2011). Medicina no Brasil imperial: clima, parasitas e patologia tropical. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz.

Edler, F. C. (2014). Ensino e profissão médica na corte de Pedro II. Santo André: Universidade do ABC.

Edler, F. C., & Pires-Alves, F. A. F. (2018). A Educação médica: do aprendiz ao especialista. In: L. A. Teixeira, T. S. Pimenta & G. Hochman. História da Saúde no Brasil (pp. 125-165). São Paulo: Hucitec Editora.

Ferreira, L. (1994, junho). João Vicente Torres Homem: descrição da carreira médica no século XIX. Phisys – Revista de Saúde Coletiva, 4, 58-77.

Ferreira, L. O. (2003). Medicina impopular. Ciência médica e medicina popular nas páginas dos periódicos científicos. In S. Chalhoub. Artes e ofícios de curar no Brasil: capítulos de história social (pp. 101-122). Campinas: Editora da Unicamp.

Figueiredo, B. G. (2002). A arte de curar: cirurgiões, médicos, boticários e curadores no século XIX em Minas Gerais. Rio de Janeiro: Vício de Leitura.

Fleck, L. (2010) Gênese e desenvolvimento de um fato científico. Belo Horizonte: Fabrefactum.

Franco, S. P., & Nogueira, A. L. L. (2019). A Santa Casa de Vitória: missão e agruras em fins do século XIX. In A. L. L. Nogueira, A. J. T. Silveira, D. R. Nascimento, P. M. S. Melo & S. P. Franco. Uma história brasileira das doenças (pp. 63-88, vol. 9). Belo Horizonte: Fino Traço.

Foucault, M. (2004). O Nascimento da Clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

Hollingham, R. (2011). Sangue e entranhas: a assustadora história da cirurgia. São Paulo: Geração Editorial.

Karasch, M. C. (2000). A vida dos escravos no Rio de Janeiro: 1808-1850. São Paulo: Companhia das Letras.

Kury, L. B. (1990). O império dos miasmas: a Academia Imperial de Medicina (1830-1850). [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Fluminense].

Lima, S. C. de S. (2011). O Corpo escravo como objeto das práticas médicas no Rio de Janeiro (1830-1850). [Tese de Doutorado em História das Ci¬ências e da Saúde, Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz]

Magalhães, S. M. (2016). Combate das febres em Goiás: as recomendações do dr. Netto Carneiro no oitocentos. In: A. L. L. Nogueira, A. J. T. Silveira, D. R. Nascimento, P. M. S. Melo & S. P. Franco. Uma História Brasileira das Doenças (pp. 277-294, vol. VI). Belo Horizonte: Fino Traço.

Mandressi, R. (2008). Dissecações e anatomia. In A. Corbin, J. J. Courtine, & G. Vigarello. História do Corpo (pp. 411-440, vol. 1). Petrópolis: Vozes.

Miziara, I. D., Miziara, C. S. M. G., & Muñoz, D. R. (2012). A institucionalização da medicina legal no Brasil. Saúde, Ética & Justiça, 17 (2), 66-74.

Morel, M. (2008). Os primeiros passos da palavra impressa. In T. R. Luca & A. L. Martins. A História da Imprensa no Brasil (pp. 45-68). São Paulo: Contexto.

Nogueira, A., & Franco, S. P. (2021). Carreira médica, prestigio e práticas de sociabilidade no oitocentos. Fênix (UFU. Online), 18, 319-338. https://www.revistafenix.pro.br/revistafenix/article/view/1017

Nogueira, A., & Franco S. P. (2021). Ernesto Mendo: trajetórias, práticas e vivências de um médico do Oitocentos nas terras capixabas. In A. L. L. Nogueira, A. J. T. Silveira, D. R. Nascimento, P. M. S. Melo & S. P. Franco. Uma História Brasileira das Doenças (pp. 125-156, vol. 10). Vitória: Edufes.

Pimenta, T. S. (2004). Doses infinitesimais contra a epidemia de cólera no Rio de Janeiro em 1855. In D. R. Nascimento & D. M. Carvalho (Org.). Uma história brasileira das doenças (pp. 31-51). Brasília: Paralelo 15.

Piva, I. M. da P. (2005, Março). A Santa Casa de Misericórdia de Vitória: ação da irmandade no atendimento à pobreza em Vitória/ES (1850-1889). Revista Ágora, 2, 1-26.

Porter, R. (1996). The Cambridge illustrated history of medicine. Cambridge: Cambridge University Press.

Raj, K. (2010). Relocating Modern Science. Circulation and the Construction of Knowledge in South Asia and Europe, 1650-1900. Houndmills/New York: Palgrave MacMillan.

Raj, K. (2013, julho). Beyond postcolonialism… and postpositivism: circulation and the global history of science. Isis, 104 (2), 337–347. http://www.jstor.org/stable/10.1086/670951.

Rezende, J. M. (2009). Breve história da anestesia geral. In J. M. Rezende. À sombra do plátano: crônicas de história da medicina [online] (pp. 103-109). São Paulo: Editora Unifesp.

Richardson, R. (2000). Death, dissection and the destitute. Chicago: The University of Chicago Press.

Sampaio, G. (2001). Nas Trincheiras da Cura. As diferentes medicinas no Rio de Janeiro Imperial. São Paulo: Editora da Unicamp.

Sanglard, G., & Ferreira, L. O. (2018). Caridade & filantropia: elites, estado e assistência à saúde no Brasil. In L. A. Teixeira, T. S. Pimenta & G. Hochman. História da Saúde no Brasil (pp. 145-181). São Paulo: Hucitec.

Shapin, S. (2013). Nunca Pura: Estudo Histórico de Ciência como se Fora Produzida por Pessoas com Corpos, Situadas no Tempo, no Espaço, na Cultura e na Sociedade e Quem Se Empenham por Credibilidade e Autoridade. Belo Horizonte: Fino Traço.

Silva, C. L. B. (2016). Lancetas e bisturis em movimento: cirurgia na Guerra do Paraguai (1864-1870). In T. S. Pimenta & F. Gomes. Escravidão, doenças e práticas de cura no Brasil (pp. 209-228). Rio de Janeiro: Outras Letras.

Talamoni, A. C. B. (2014). Os nervos e os ossos do ofício. Uma análise etnológica da aula de anatomia. São Paulo: Editora Unesp.

Weiner, D. B., & Sauter, M. J. (2003, Março). The city of Paris and the rise of clinical medicine. Osiris, 18, 23-42.

Weisz, G. (2003). The Emergence of Medical Specialization in the Nineteenth Century. Bulletin of the History of Medicine, 77 (3), 536-574.

Xavier, R. (2003). Dos males e suas curas. Práticas médicas na Campinas oitocentista p. 331-354. In S. Chalhoub, G. dos R. Sampaio & C. R. G. Sobrinho. Artes e ofícios de curar no Brasil: capítulos de história social (pp. 331–354). Campinas: Editora da Unicamp.