A mediação dos diálogos sobre a morte e o luto no contexto escolar e educacional: percepção de professores

perception des enseignants

Autores

  • Viviane Gomes da Silveira Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul, Brasil
  • Taís Fim Alberti Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul, Brasil
  • Samara Silva dos Santos Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2026.v10n19.e13023

Palavras-chave:

Morte, Luto, Escola, Mediação, Professores

Resumo

O artigo investigou a percepção de professores sobre a mediação do tema da morte e do luto no contexto escolar e educacional através de uma pesquisa de revisão narrativa de literatura. No indexador de base de dados Periódicos CAPES, realizaram-se buscas combinadas com os descritores “morte”, “luto”, “escola” e “professores”. Cinco artigos foram selecionados de acordo com a congruência da temática e objetivo da pesquisa, privilegiando a percepção de professores como objeto de estudo. Os dados foram analisados a partir da perspectiva da teoria histórico-cultural e de teorias do luto. Os resultados demonstram que os professores têm dificuldade em abordar o tema da morte e do luto, ao mesmo tempo em que compreendem a necessidade de oportunizar espaços coletivos para o diálogo. Conclui-se que há uma lacuna na formação inicial e continuada docente no tema e que a prática docente influencia na construção de significados e na elaboração de perdas e lutos dos estudantes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Viviane Gomes da Silveira, Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul, Brasil

Mestre em Psicologia no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria. Atua como psicóloga escolar na instituição de educação básica Colégio Franciscano Sant'Anna. CV: http://lattes.cnpq.br/7822532328060242

Taís Fim Alberti, Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul, Brasil

Doutora em Educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua como professora junto ao Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria. CV: http://lattes.cnpq.br/7994109513454054

Samara Silva dos Santos, Universidade Federal de Santa Maria - Rio Grande do Sul, Brasil

Doutora em Psicologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua como professora junto ao Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Maria. CV: http://lattes.cnpq.br/1315602265197011

Referências

Antunes, M. A. M. (2008, julho a dezembro). Psicologia escolar e educacional: história, compromissos e perspectivas. Revista semestral da associação brasileira de psicologia escolar e educacional (ABRAPEE), 12(2), 469-475.

Ariès, P. (2023). Morir en Occidente desde la Edad Media hasta nuestros días. Adriana Hidalgo Editora.

Asbhar, F. S. F. (2014, maio a agosto). Sentido pessoal, significado social e atividade de estudo: uma revisão teórica. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, 18(2), 265-272.

Attig, T. (2001) Relearning the world: making and finding meanings. In R. Neimeyer (Ed.). Meaning reconstruction and the experience of loss (pp. 33-53). American Psychological Association.

Bernz, V. (2012) Luto nas escolas: uma questão a se trabalhar. [Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Vale do Itajaí].

Bowlby, J. (1978/2002) Attachment and loss, v.1: Attachment. Harmondsworth: Penguin, 1978. [Ed. Bras.: Apego e perda, v.1: Apego: a natureza do vínculo. Trad. Álvaro Cabral e Auriphebo Berrance Simões. 3. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002].

Chiattone, H.B.C. (2003) A criança e a morte. In V. A. Angerami-Camon (Ed). E a psicologia entrou no hospital (pp. 69-146). Pioneira Thomson Learning.

Cullinam, A. L. (1990). Teacher’s death anxiety, ability to cope with death, and perceived ability to aid bereaved students. Death Studies, 14, 147-160.

Cunninhgam, B. & Hare, J. (1989). Essential elements of a teacher in service program on child bereavement. Elementary school Guidance and Counselling, 23, 175-182.

Facci, M. G. D. (2004). Valorização ou esvaziamento do trabalho do professor?: um estudo crítico-comparativo da teoria do professor reflexivo, do construtivismo e da psicologia vigotskiana. Autores Associados.

Franco, M. H. P. (2021). O luto no século 21: Uma compreensão abrangente do fenômeno. Summus.

Ferreira, H. da S. X., & Farias, F. R. de. (2023). Escola Tasso da Silveira e sensíveis interpretações para a devida mediação memorial. Revista M. Estudos Sobre a Morte, os Mortos e o Morrer, 8(15). https://seer.unirio.br/revistam/article/view/11151

Fronza, L. P., Quintana, A. M., Weissheimer, T. K. S., & Barbieri, A. (2015, janeiro a junho) O tema da morte na escola: possibilidades de reflexão. Revista Barbarói, 43, 48-71. https://core.ac.uk/download/pdf/228499411.pdf.

Gascón, H. A. la., Herrero, P. R., & Yubero, V. de M. L. (2019, julho a setembro). Is death in the Spanish curriculum? Revista de Educación, 385, 201–226. https://www.educacionfpydeportes.gob.es/revista-de-educacion/numeros-revista-educacion/numeros-anteriores/2019/385/385-8.html.

Giaretton, D. W. L., Olesiak, L. R., München, M. A. B., & Quintana, A. M. . (2020). A escola ante a morte e a infância: (des)construção dos muros do silêncio. Revista Brasileira de Educação, 25, e250035. https://doi.org/10.1590/S1413-24782020250035.

Herrero, P. R., Gascón, A. H., & Sánchez-Huete, J. C. (2022). What do teachers think of death education? Death studies, 46(6), 1518–1528. https://doi.org/10.1080/07481187.2020.1817176.

Klass, D., Silverman, P. R., & Nickman, S. L. (1996) Continuing bonds: new understandings of grief. Taylor and Francis.

Kohan, W. O. (2020). Tempos da escola em tempo de pandemia e necropolítica. Práxis Educativa, 15, 1–9. https://doi.org/10.5212/PraxEduc.v.15.16212.067.

Kovács, M. J. (2003). Educação para a morte: desafio na formação de profissionais de saúde e educação. Casa do Psicólogo.

Kovács, M. J. (2005). Educação para a morte. Psicologia: Ciência E Profissão, 25(3), 484–497. https://doi.org/10.1590/S1414-98932005000300012.

Kovács, M. J. (2012). Educadores e a morte. Psicologia Escolar e Educacional, 16(1), 71-81.

Kübler-Ross, E. (2017). Sobre a morte e o morrer: o que os doentes terminais têm para ensinar a médicos, enfermeiros, religiosos e aos seus próprios parentes. Martins Fontes.

Laterman, I. & Szylit, R. (2021). Ausência presente em sala de aula: a morte de um aluno/a e o cotidiano escolar na perspectiva de professoras. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, 16(1), 320-340. https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14472/10338.

Laufer, L. (2012, janeiro a junho). A “bela morte“. Ágora: Estudos em Teorias Psicanalíticas, 15(1), 15-31.

Leontiev, A. N. (2021). Atividade. Consciência. Personalidade. Mireveja.

Leotiev A. N. (1978). O desenvolvimento do psiquismo. Livros Horizonte.

Longarezi, A. M. & Puentes, R. V. (Orgs.). (2017). Fundamentos psicológicos e didáticos do ensino desenvolvimental. EDUFU.

Magalhães, G. M. & Martins, L. M. (2020, janeiro a março). Onze teses sobre a relação entre psicologia educacional e pedagogia escolar. Revista educação em questão, 58(55), e19150. https://doi.org/10.21680/1981-1802.2020v58n55id19150.

Marques, P. R. M., & Demartini, Z. de B. F. (2013). Luto na escola: um cuidado necessário. Revista Pedagógica, 13(26), 43–58. https://doi.org/10.22196/rp.v13i26.1265.

Martins, L. M. (2013). O desenvolvimento do psiquismo e a educação escolar: contribuições à luz da psicologia histórico-cultural da pedagogia histórico-crítica. Autores Associados.

Neimeyer, R. A. (2011). Grief and bereavement in contemporary society: bridging research and practice. Routledge.

Nunes, L. D. G. A., Lima, L. R. D., Sousa, K. A., Souza, C. S. D., Silva, G. M. (2021). Psicologia escolar em tempos de pandemia: Dilemas, incertezas e perspectivas de atuação. In F. Negreiros, & B. D. O. Ferreira (Eds.). Onde está a psicologia escolar no meio da pandemia? (pp. 838-867). Pimenta Cultural.

Parkes, C. M. (1993). Bereavement as a psychosocial transition: process of adaptation to change. In M. S Stroebe, W. Stroebe, & R. O. Hansson (Eds.). Handbook of bereavement: theory, research, and invention (pp. 91-101). Cambridge University Press.

Parkes, C. M. (2009). Amor e perda: as raízes do luto e suas complicações. Summus.

Patto, M. H. S. (2015). A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. 4ª ed. Editora Intermeios.

Rego, T. C. (1995). Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Vozes.

Rocha, J. O., & Negreiros, F. (2024). Perdas e luto: práticas em Psicologia Escolar e Educacional. Psicologia Escolar E Educacional, 28, e259335. https://doi.org/10.1590/2175-35392024-259335

Rodriguez, C. F. (2010). Falando de morte na escola: o que os educadores têm a dizer. [Tese de Doutorado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo]. https://doi.org/10.11606/T.47.2010.tde-22072010-083807.

Santos, F. S., & Incontri, D. (2010). A educação para a vida e para a morte: do ensino fundamental à universidade. In S. F. Santos & D. Incontri (Ed.). A Arte de Morrer - Visões Plurais (pp. 15-29). Comenius.

Saviani, D. (2003). Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Autores Associados.

Saviani, D. & Galvão, A. C. (2021). Educação na pandemia: a falácia do “ensino” remoto. Revista Universidade e sociedade: projeto da Andes-Sindicato Nacional. 31(67), 36-49. https://www.andes.org.br/img/midias/66ab954ec8f021a1b9ee3f68b131266d_1611672555.pdf

Stroebe, M. S. & Schut, H. (1999, abril a maio). The dual process model of coping with bereavement: rationale and description. Death Studies, 23(3), 197-224.

Teixeira, M. A. R. (2007). A concepção freudiana de melancolia: elementos para uma metapsicologia dos estados da mente melancólicos. [Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Assis].

Torres, W. (1999). A criança diante da morte. Casa do Psicólogo.

Tuleski, S. C. (2022). Formar para adaptar ou para transformar? Contribuições de Pistrak, Vigotski e Saviani para a educação. Lutas Anticapital.

Vygotsky, L. S. (2000). A construção do pensamento e da linguagem. Martins Fontes.

Vygotsky, L. S. (2018) Pensamento e Palavra. In Vygotsky, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. Editora WMF Martins Fontes. (2ª ed, 3ª tiragem, pp. 395-486).

Vygotsky, L. S. (2021). História do desenvolvimento das funções mentais superiores. Editora WMF Martins Fontes.

Yaegashi, S. F. R., Antunes, E. G. S., & Lira, A. C. M. (2019, maio a agosto). As representações sociais de profissionais da educação sobre o luto infantil e dificuldades na aprendizagem. Notandum, 22(50). http://dx.doi.org/10.4025/notandum.v0i50.47444.

Downloads

Publicado

2024-12-24

Como Citar

Silveira, V. G. da ., Fim Alberti, T., & Santos, S. S. dos. (2024). A mediação dos diálogos sobre a morte e o luto no contexto escolar e educacional: percepção de professores: perception des enseignants. Revista M. Estudos Sobre a Morte, Os Mortos E O Morrer, 10(19). https://doi.org/10.9789/2525-3050.2026.v10n19.e13023