Materialidade e comemoração da morte no Principado romano: uma leitura dos Funera de Druso e Germânico em Tácito (séculos I-II d. C.)

Autores/as

  • Luciane Munhoz de Omena Programa de Pós-Graduação em História Universidade Federal de Goiás (UFG) Av. Esperança, 900, Vila Itatiaia 74690-265 – Goiânia, GO
  • Erick Messias Costa Otto Gomes Programa de Pós-Graduação em História Universidade Federal de Goiás (UFG) Av. Esperança, 900, Vila Itatiaia 74690-265 – Goiânia, GO

DOI:

https://doi.org/10.9789/2525-3050.2017.v2i4.339-360

Resumen

Este artigo tem como objetivo compreender as representações da morte    e suas relações com a memória, a partir das procissões funerárias nos Anais de Tácito, em diálogo com os vestígios materiais. Traçaremos algumas reflexões críticas acerca dos rituais mortuários, já que os funerais se transformavam em espetáculos de poder em todo o império. Torna-se, então, relevante analisar a procissão funerária e seu desenrolar no espaço urbano, pois, juntamente com seus integrantes, os símbolos e as insígnias, incorporavam um cerimonial teatralizado, que colocava em cena o morto na estrutura de poder e sua posição nas gerações da família. Para tanto, devemos nos concentrar nos funerais de Germânico e Druso e, a partir  daí, compreender as dimensões simbólicas da morte para a manutenção   e legitimação da domus de Tibério na aula imperial.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Luciane Munhoz de Omena, Programa de Pós-Graduação em História Universidade Federal de Goiás (UFG) Av. Esperança, 900, Vila Itatiaia 74690-265 – Goiânia, GO

Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), Brasil. Pós-Doutora em História pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, da Universidade de Campinas (UNICAMP), Brasil. Professora Associada I de História Antiga na Universidade Federal de Goiás (UFG), Brasil.

Erick Messias Costa Otto Gomes, Programa de Pós-Graduação em História Universidade Federal de Goiás (UFG) Av. Esperança, 900, Vila Itatiaia 74690-265 – Goiânia, GO

Doutorando em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Brasil. Bolsista CAPES, sob orientaçãoda Profa. Dra. Luciane Munhozde Omena.

Citas

ARCE, J. Funus Imperatorum: Los Funerales de los Emperadores Romanos. Madrid: Alianza, 1990, 200p.

ASSMANN, Aleida. Locais. Espaços da recordação. Formas e transformações de memória cultural. Campinas: Ed. Unicamp, 2011. 456p.

BEARD, Mary; NORTH, John; PRICE, Simon. Religions of Rome. v.1 (A History). Cambridge: Cambridge University Press, 1998, 454p.

BELTRÃO, Cláudia Rosa. Monimenta mortuorum: memória e religião em dois monumentos ciceronianos. In: OMENA, Luciane M. de; FUNARI, Pedro Paulo A. Práticas funerárias no mediterrâneo romano. Jundiaí, SP: Paco Editorial, p. 47-68, 2016.

BUSTAMANTE, Regina Maria da Cunha. Festa das Lemuria: os mortos e a religiosidade na Roma Antiga. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH - São Paulo, julho, 2011.

CAMPBELL, Virginia L. The tombs of Pompeii. Organization, Space, and Society. New York: Routledge, 2015. 356p.

CANDAU, Joël. Memória e Identidade. São Paulo: Contexto, 2011. 224p.

CENERINI, F. La donna romana: modelli e realtà. Bologna: Società Editrice il Mulino, 2009. 249p.

COOLEY, Alison E. The Cambridge Manual of Latin Epigraphy. New York: Cambridge, 2012. 554p.

DIXON, S. The Roman Family. London: The John Hopkins University Press, 1992. 279p.

DOLANSKY, Fanny. Honouring the family dead on the Parentalia: ceremony, spectacle, and memory. Phoenix. Toronto, v. 65, N. 1-2, p. 125-157, 2011.

ERKER, Darja Sterbenc. Gender and roman funeral ritual. In: HOPE, Valerie M.; HUSKINSON, Janet (orgs.). Memory and Mourning: Studies on Roman Death. Oxford: Oxbow Books, p. 40- 60, 2011.

FAVRO, Diane; JOHANSON, Christopher. Death in Motion: Funeral Processions in the Roman Forum. Journal of the Society of Architectural Historians. Berkeley, CA, v. 69, n. 1, p. 12-37, mar. 2010.

FERAUDI-GRUÉNAIS, Francisca. The decoration of Roman tombs. BORG, BARBARA. A Companion to Roman Art. Oxford: John Wiley & Sons, Ltd, p. 432-451, 2015.

FERNÁNDEZ, Julián G. Las relaciones de Germánico y Tiberio según el relato de Tácito. In: LÓPEZ, Rosa Maria Cid; FERNÁNDEZ, Estela Garcia (Eds.). Debita verba: estudios en homenaje al profesor Julio Mangas Manjarrés. Vol. 1. Oviedo: Universidad de Oviedo, p. 699-710, 2013.

FORSSMANN, Alec. Excavan una tumba monumental en Pompeya. Disponível em <http://www.nationalgeographic.com.es/historia/actualidad/excavan-una-tumba-monumental- pompeya_11788/> Acesso em julho de 2017.

GOWING, Alain. Empire and memory: the representation of the Roman Republic in imperial culture. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. 192p.

GRAHAN, Emma-Jayne. Memory and materiality: re-embodying the roman funeral. In: HOPE, Valerie; HUSKINSON, Janet. Memory and mourning. Studies on roman death. Oxford: OXBOW BOOKS, p. 21-39, 2011.

GUARINELLO, Norberto Luiz. Festa, trabalho e cotidiano. In: JANCSÓ, István; KANTOR, Iris. (Org.) Festa. Cultura e sociabilidade na América Latina. São Paulo: Edusp, p. 969-975, 2001.

HALES, Shelley. The house and the construction of memory. In: . The Roman house and social identity. Cambridge: University Press Cambridge, p 40-60, 2009.

HARDERS, Ann-Cathrin. Beyond oikos and domus: modern Kinship studies and the Ancient family. In: LAURENCE, Ray; STRÖMBERG, Agneta. Families in the Greco-Roman World. London and New York, p. 10-26, 2012.

HERRERO, Santiago Montero. Augusto y las aves. Las aves en la Roma del Principado: prodigio, exhibición y consume. Barcelona: Publicacions i Edicions; Universidad de Barcelona, 2006. 338p.

HIDALGO DE LA VEGA, Maria José. Las emperatrices romanas. Sueños de púrpura y poder oculto. Salamanca: Universidad Salamanca, 2012. 240p.

HOPE, Valerie. Remembering Rome. Memory, funerary monuments and the Roman soldier. In: WILLIANS, Howard. Archaeologies of remembrance. New York: Kluwer Academic/Plenum Publishers, p. 113-140, 2003.

____. Death in ancient Rome. London and New York: Routledge, 2007, 288p.

HUSKINSON, Janet. Iconography: another perspective. In: RAWSON, Beryl; WEAVER, Paul. The Roman in family: status, sentiment, space. Oxford: Oxford University Press, p. 233-238, 1999.

____. Roman children’s sarcophagi. Their decoration and social significance. Oxford: Oxford Monographs on Classical Archaeology, 2006. 160p.

HUSKINSON, Janet. Bad deaths, better memories. In: HOPE, Valerie; . Memory and mourning. Studies on roman death. Oxford: OXBOW BOOKS, p. 113-125, 2011.

JIMÉNEZ, Miguel Requena. El color del luto en Roma. Gerión. Madri, v. 30,p. 209-218, 2012.

JOHNSTON, David. Roman Law in Context. Cambridge: Cambridge University Press, 2004, 153p.

KAMPEN, Natalie. Houses, painting, family emotion. In: LAURENCE, Ray; STRÖMBERG, Agneta. Families in the Greco-Roman World. London: Bloomsbury Academic, p. 159- 178, 2012.

KEPPIE, Lawrence. Understanding Roman Inscriptions. Baltimore: Taylor & Francis e-Library, 2002. 160p.

LEVICK, Barbara. Drusus Caesar and the Adoptions of A.D. 4. Latomus. Leuven, v. 25, n. 2, p. 227-244, abr./jun. 1966.

LINDSAY, H. Adoption in the Roman World. Cambrigde: Cambridge University Press, 2009. 242p.

LING, Roger. Mosaics. In: BORG, Barbara. A Companion to Roman Art. Oxford: John Wiley & Sons, Ltd, p. 268-285, 2015.

LORENZ, Katharina. Wall Painting. In: BORG, Barbara E. The art Roman. Oxford: Wiley Blackwell, p. 252-267, 2015.

MOREAU, P. La domus Augusta et les formations de parenté à Rome. Cahiers du Centre Gustave Glotz. Paris, v. 16, p. 7-23, 2005.

OMENA, Luciane Munhoz de e CARVALHO, Margarida Maria de. Morte e gênero em Sêneca: um diálogo com os vestígios da cultura material. Clássica: Revista Brasileira de Estudos Clássicos. Belo Horizonte, v. 27, n. 1, p. 223-244, 2014a.

OMENA, Luciane Munhoz e FUNARI, Pedro Paulo. Reminiscencias de la muerte y la divulgación del dolor en la estela funeraria de Lucius Trebius Divus. Anuario del Centro de Estudios Históricos “Prof. Carlos S. A. Segreti”. Córdoba (Argentina), año 14, n. 14, p. 173-181, 2014.

____. Tecendo o fio entre memória e morte à luz do tumulus de Otávio Augusto. In:____. Práticas funerárias no mediterrâneo romano. Jundiaí, SP: Paco Editorial, p. 69-104, 2016.

____. O ridículo de um funeral: a simbologia da morte na sátira Apocolocyntosis de Sêneca. In:____. As experiências sociais da morte: diálogos interdisciplinares. Jundiaí, SP: Paco Editorial, p. 53-80, 2017.

PARKIN, Tim & POMEROY, Arthur. Roman social history: a sourcebook. London: Routledge, 2007. 388p.

POLO, Francisco Pina. Eminent corpses: roman aristocracy’s passing from life to History. In: SIMÓN, Francisco Marco et all. Formae mortis: el tránsito de la vida a la muerte en las sociedades antiguas. Barcelona: Universitat de Barcelona, p. 89-100, 2009.

PRYZWANSKY, Molly M. Feminine imperial ideals in the caesares of Suetonius. Thesis (Doctorate in Philosophy). Department of Classical Studies, Duke University, Durham, 2008. 263p.

RAWSON, Beryl. The iconography of Roman Childhood. In: & WEAVER, Paul (Ed.). The roman family in Italy: Status, sentiment, space. Canberra: Humanities Research Centre, p. 205-231, 1999.

REIS, João José. A morte é uma festa. Ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. 357p.

REMESAL RODRIGUEZ, José. Aspectos legais do mundo funerário. In: OMENA, Luciane M. de e FUNARI, Pedro Paulo A. Práticas funerárias no mediterrâneo romano. Jundiaí, SP: Paco Editorial, 2016, pp. 25-46.

RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Trad. de Alain François. Campinas, SP: Unicamp, 2007. 536p.

SALLER, R. P. “Familia, Domus”, and the Roman Conception of the Family. Phoenix. Toronto, v. 38, n. 4, p. 336-355, 1984.

____. The Family in Ancient Rome: new perspectives. New York: Cornell, 1986. 280p.

SCHEID, John. Les reliefs du mausolée d’Igel dans le cadre des représentations romaines de l’au-delà. L’antiquité Classique. Liège, v. 72, p. 113-140, 2003.

TEIJEIRO, Manuel García. Maleficio y veneno en la muerte del Germánico. POTESTAS – Revista del Grupo Europeo de Investigación Histórica. Castellón, n. 2, p. 57-71, 2009.

WALLACE-HADRILL, Andrew. Housing the Dead: The Tomb as House in Roman Italy. In: BRINK, Laurie; GREEN, Deborah (Eds.). Commemorating the Dead: Texts and Artifacts in Context. New York: Walter de Gruyter, p. 39-77, 2008.

Publicado

2019-02-25

Cómo citar

Omena, L. M. de, & Gomes, E. M. C. O. (2019). Materialidade e comemoração da morte no Principado romano: uma leitura dos Funera de Druso e Germânico em Tácito (séculos I-II d. C.). Revista M. Estudos Sobre a Morte, Os Mortos E O Morrer, 2(4), 339–360. https://doi.org/10.9789/2525-3050.2017.v2i4.339-360